Medalha, sim. Mas e o resto?
Até sair o gol de Rômulo, em ótima jogada de Oscar e falha do goleiro, a Coreia dominava a partida. Os primeiros 15 minutos foram de pavor total. Atônito e desorganizado, o time brasileiro foi completamente dominado, como não conseguiu fazer diante de nenhum adversário até agora na Olimpíada. Teve a sorte de não levar um gol. Foi o grande pecado coreano.
No segundo tempo as coisas se acalmaram. Neymar, sem o individualismo das partidas iniciais, descobriu que receberá destaque mesmo que não faça gols, desde que jogue bem. Deu dois passes para Leandro Damião completar o ilusório 3 a 0. Foram as boas notícias da tarde, além da prata garantida, claro.
O Brasil chega à decisão sem enfrentar sequer um adversário que chegue perto de seu nível tecnicamente. O mérito da seleção em Londres é não fraquejar como britânicos, uruguaios e espanhóis diante de seleções menores. Pode ser suficiente para conquistar a inédita medalha de ouro. Mas é muito pouco para que vislumbremos um futuro confiável.
Comentários
Pra não falar do assalto da arbitragem. Acho que os coreanos não eram achincalhados desse jeito desde a ocupação japonesa (Se bem que eles não podem reclamar muito por causa da Copa de 2002, né?).
Pergunta pra ti, Vicente: e se fossem dois pênaltis a favor de um time brasileiro na Bombonera, pela Libertadores? A imprensa não iria estar chorando até agora? O técnico e dirigentes da equipe brasileira não gritariam aos quatro ventos?
Verdade, Diogo. Mas é como tu disse: eu nunca vi um time ser tão favorecido em um torneio quanto a Coreia em 2002. Isto porque não vi a Copa de 1966, claro.
A de 1966 foi absurda, juiz inglês expulsando uruguaios a rodo contra a Alemanha (num lance em que o zagueiro Schnellinger tirou a bola em cima da linha com o braço...) e juiz alemão expulsando o Rattín contra os donos da casa. Erro de comunicação ou má vontade? Um tapa na cara dos brasileiros que odeiam latino-americanos, mas lambem as botas dos europeus.
Aqui está a prova do crime de 2012:
blogdojuca.uol.com.br/2012/08/juan-decepa/
Era isso.
Honduras, Coreia do Sul e Bielorrúsia, proporcionalmente, se mostraram mais organizadas que a Seleção. O que salve, claro, é a qualidade técnica, sobretudo de Neymar, Oscar e Marcelo, o oportunismo de Damião e a voluntariedade de Rômulo.
Não é uma seleção de jovens craques por inteira, como em 1996 ou 2000, deve ganhar o ouro, mas o legado pra Copa é pouquíssimo. Nisso a seleção de Dunga era mais organizada e tinha mais jogadas, principalmente de bola parada.
Parte disso pode ser debitada na falta de eliminatórias, mas o trabalho é abaixo do médio