Damião e os novos Cosmes

É cedo para dizer, mas Leandro Damião tem tudo para ser o melhor centroavante da seleção brasileira desde o pentacampeonato de 2002. Na partida de ontem, contra Gana, fez aquilo que mais sabe: marcar gol. Posicionou-se de forma a não ficar em impedimento, entrou livre e chutou cruzado, sem chances para o goleiro ganês. E Mano Menezes, com sua equipe para lá de faceira, respira no cargo.

Os amistosos contra a Argentina serão dois dos mais úteis nestes quatro anos até a Copa de 2014. Somente jogadores que atuam no futebol nacional são convocados, o que permite a observação de vários nomes diferentes, e contra um adversário forte. Neste aspecto, chama a atenção a não convocação de Victor. Ou Mano Menezes quer observar nomes como Rafael, do Santos, ou o gremista perdeu espaço com a má fase técnica que vive nos últimos meses.

Nas laterais, Mário Fernandes ganha sua primeira chance. A convocação pode ter colaborado para fixá-lo de vez como lateral direito, posição onde ele realmente se destacou, mais que como zagueiro. Discordo dos que acham que Mário pode ser um zagueiro diferenciado, mas um lateral comum: pela ala, alia alta técnica de arrancada, bom cruzamento, vigor para atacar e bom poder de marcação, sem comprometer com seu cabeceio ainda deficiente. Cortês, do Botafogo, é outro emergente que merecia chance. Já Kleber entra no carteiraço. Há vários laterais esquerdos jogando mais que ele. Juninho, do Figueirense, por exemplo: é mais jovem e vem jogando melhor. 

Há convocações ainda mais inexplicáveis. Renato Abreu, do Flamengo, 33 anos. Não tem jogado tanto a ponto de merecer um chamado, tampouco chegará a 2014 (36 anos) em condições de contribuir. Ainda pior é Fred, que nem no Fluminense tem sido o melhor atacante. Nada justifica sua convocação em detrimento de Borges e Elkeson, por exemplo. Osvaldo, do Ceará, também tem feito um Brasileirão superior.