Foco no apito, lamentavelmente
A semana Gre-Nal estava muito tranquila para ser verdade. O máximo que ouvíamos de chiadeira é com os treinos fechados de Celso Roth por parte de alguns setores de nossa imprensa, mas tudo dentro da normalidade. Até que caiu a bomba, nem tão bomba assim, afinal, era mais ou menos o esperado: Carlos Simon será o árbitro do clássico 383, o último de sua carreira. Pronto: foi o que bastou para todas as discussões que se situavam na saudável esfera do “quem é favorito?”, “quem joga?” passasse para o apito.
A colocação de Carlos Simon no sorteio como uma forma de homenageá-lo por seu fim de carreira é um erro grave. Em primeiro lugar, porque nunca deu certo homenagear juiz que está para entrar na inatividade. A desastrosa partida de Márcio Rezende de Freitas em Corinthians x Inter, no final do Brasileiro de 2005, é só o exemplo mais gritante. Depois, porque Simon há anos vem em má fase técnica. É contestado pelos dois lados. Nem Grêmio, nem Inter, gostaram de sua escalação.
Preferem juiz de fora, e com toda a razão. Embora não seja garantia de boa arbitragem (Oscar Roberto de Godói estragou o clássico dos 5 a 2 de 1997 com cinco expulsões), pelo menos tira o árbitro do foco das atenções. Aqui no Rio Grande do Sul, e talvez em outras partes do Brasil também seja, os principais árbitros viraram quase celebridades, tal a forma com que a imprensa esportiva comemora seus prêmios ou idas para Copas do Mundo. Parte por bairrismo, parte por sua qualidade mesmo. Mas é muito foco numa pessoa que deveria ser coadjuvante do clássico e, pelo menos antes de a bola rolar, virou protagonista.
A postura de Grêmio e Inter só difere no modo como agem os dirigentes, mas, no fundo, é a mesma. Alberto Guerra pressiona abertamente, disse que solicitou a Novelletto a não escalação de Simon e não foi atendido. Criticou o quase ex-árbitro. A ideia de que este comportamento incita a violência das torcidas, porém, é um grande exagero: no máximo, tornará as coisas mais nervosas dentro de campo, se mal administradas. Já Fernando Carvalho, matreiro, diz que condicionar a arbitragem é prática antiga, mas também condiciona ao lembrar de supostos erros do juiz de domingo na partida que decidiu a taça que leva seu nome, entre Grêmio e Novo Hamburgo, pelo Gauchão deste ano.
Por fim, mais uma vez a Federação Gaúcha de Futebol, na pessoa de seu presidente, age de forma tão incompreensível como lamentável. Disse primeiro, logo após a escolha de Simon, que queria a todo custo fazer esta homenagem a ele lá no Gauchão, mas não deu, e agora ficou feliz que poderia realizá-la. Depois, nos jornais de hoje, afirma que se sentiu traído, pois pediu que retirassem o nome dele do sorteio, a pedido do Grêmio, mas não foi atendido. E o pior: não será ele quem entregará a placa a Simon no domingo, pois estará em viagem. Ficará a cargo do Grêmio, que não o queria em campo, fazê-lo. Tudo errado. Mas nada que surpreenda, dado o histórico.
Brasil adiante
Palmeiras, Goiás e Atlético/MG passaram adiante na Sul-Americana, como era previsto. O Verdão fez 3 a 1 no Sucre e pega o Galo, que passou, com os reservas, pelo Santa Fé. O Goiás eliminou o Peñarol perdendo por 3 a 2, e espera Avaí ou Emelec, que decidem hoje a outra vaga. No primeiro jogo, em Guayaquil, 2 a 1 para os equatorianos.
A Copa Sul-Americana vai desenhando os seguintes confrontos para as quartas de final:
Newell’s Old Boys x LDU
Palmeiras x Atlético/MG
Independiente x Tolima
Goiás x Emelec ou Avaí
Comentários
- Lamentável a escolha do Simon, é o típico caso que ninguém tem nada a ganhar. O próprio juiz é o maior prejudicado, já apitou quase 20 clássicos e corre o risco de sair com uma enorme mancha nos últimos momentos da carreira. Caso ele faça uma grande atuação (algo que não vem acontecendo nos seus últimos jogos), não adicionará nada para ele;
- Como está bom de ganhar essa Sulamericana, o time boliviano não chega nem na segundona do Gauchão, muito fraco. O Grêmio deu esse presente pro Felipão.
Abraço
Marcus Staffen
E é verdade, essa Sul-Americana o Grêmio deixou passar. Acho que agora, nas quartas de final, a coisa começa a melhorar, já que saem as babas.
Abraço.
Pressão? O cara tira de letra. Até pelas bananosas injustas que já tentaram empurrar e ele se saiu tranquilamente.
Simon é o fim da picada. Mas já fui mais partidario dessa ideia dos juizes de fora do estado. Hoje me parece que Vuaden e Márcio Chagas seriam boas indicações
Quanto à Sul-Americana, não acredito muito em baba. É so ver que de 2007 a 2010, apenas em uma das decisões o time brasileiro venceu a final da Libertadores. O próprio Inter, em 2008 na sula, só ganhou porque teve mais pernas do Estudiantes. Em final, o favoritismo é sempre dos mais obstinados castelhanos...
André e Vine, considero o Newell's forte pelo fator local apesar de ter um time bem razoável. O Independiente ainda está mal no Apertura, mas ganhou clássico, tá com técnico novo, passou de forma dramática e prioriza a Sula, já que não ganha nada há algum tempo. Acho que não pode ser descartado. E de fato, talvez Vuaden ou Chagas pudessem ser boas opções, embora eu siga preferindo árbitro não gaúcho.
De qualquer modo, um Gre-Nal que tinha tudo para ser histórico está agora totalmente desvirtuado. Parabéns a todos os envolvidos.
COMO ESTRAGOU???
DISCORDO VEEMENTEMENTE.
Prestes, ESTRAGOU SIM! dsdshdshsd
sdsdhsd