Sinal amarelo
A vitória contra o Novo Hamburgo e o título da Taça Fernando Carvalho representam uma possibilidade de avanço no ano do Grêmio. Uma taça que vale meio Gauchão, que precisa ser comemorada, mas que, principalmente, deve servir como um alerta para os inúmeros problemas que o time teve, não apenas hoje, mas em todo o seu percurso.
O tricolor vinha evoluindo nos últimos jogos, com repetição de escalação e um padrão de jogo que começava a querer aparecer. Entretanto, hoje, involuiu. Muito embora tenha sido o único jogo em que o time não sofreu gols no ano, a atuação defensiva não foi menos problemática que em outras vezes. Mais do que problemas técnicos, houve problema de postura: o Grêmio nunca conseguiu se impor, e o jogo foi equilibrado no primeiro tempo. No segundo, com a necessidade de virar e as mexidas de Silas, o Noia dominou inteiramente a partida – embora sem ter criado um número grande de chances, diga-se.
O Grêmio ganha, com o título, tranqüilidade para conseguir ajustar o time nas próximas semanas. E ainda há muito o que fazer: Fábio Rochemback teve mais uma atuação comprometedora na marcação, brincando em lugar indevido e pedindo faltas inexistentes que resultavam em perigosos contra-ataques do Noia. Hugo, está provado, precisa jogar mais perto do gol. Não faz a função de Leandro. Embora tenha até se empenhado em marcar, seu futebol desaparece se jogar recuado. A nova boa entrada de Maylson no jogo o credencia a começar um jogo mais uma vez.
E é preciso que se destaque o Novo Hamburgo, para o jogo não ficar caolho. Gilmar Iser entrou sem temer o Grêmio e quase conseguiu o resultado. Preto é muito bom jogador, Gustavo Papa deu trabalho à defesa e a marcação a Douglas, tal qual a exercida sobre Andrezinho, deu certo. Tivesse numa jornada mais feliz o camisa 10, provavelmente o Grêmio teria vencido com menos dificuldades. Se o Noia não entrar em depressão por ter perdido a taça hoje, entra como um dos credenciados a chegar de novo na Taça Fábio Koff.
Borges
Sua lesão preocupa, e há expectativa em saber qual o resultado do exame que detectará sua gravidade. William jogou completamente isolado e sucumbiu diante dos zagueiros adversários.
Volta por cima
O gol de Ferdinando é também de Silas, que sempre apostou nele. Inclusive, fez boa partida hoje, além do gol marcado. Mas segue não sendo o volante ideal – muito embora o esquema o sacrifique, já que Fábio Rochemback marca menos até que Jonas.
Foto: capitão Victor ergue a taça: mesmo ídolo, é sua primeira em dois anos de Grêmio (Diego Vara).
Comentários
Victor levantando taça é demais.
valeu apenas para ver o constrangimento do f.carvalho, e só! muito triste ver a torcida que estava acostumada a levantar taças pela américa, ou ao menos persegui-las com mais afinco, gritando feliz com este título inexistente.
hugo pediu pra jogar e ficou devendo demais a atuação. muito mal. é um jogador que, como ele mesmo disse, precisa sempre estar sob pressão pra jogar.
ferdinando muito bem, um volante móvel, com bom chute e bastante objetivo. acho que tem o seu valor, mas o considero mais um camisa 8 do que um 5.
mario fernandes, mesmo jogando médio, deu show. é um colírio vê-lo jogar. mas ainda precisa saber dosar a energia. ou ele corre que nem um loco ou ele ficar bufando com a mão no joelho.
e considerar esse troféu um TÍTULO é a coisa mais ridícula da história do futebol. volta olímpica totalmente desnecessária.
O que mais me impressiona no Grêmio é o buraco entre os meias e os volantes.
Sobre o Noia, muito bom ver um time do Interior trabalhando forte. Digo isso pq a evolução deste time do último domingo para hoje saltou aos olhos.
Mais confiante, mais consistente na defesa, toque de bola melhor. Pena que não marcou gol, faltou definição. Gustavo Papa não é sombra do bom jogador que foi no Glória e em 2005 no Inter, como reserva eficientíssimo.
Dito isso, Grêmio jogou pouquíssimo. Douglas discretíssimo, Hugo disperso, Jonas improdutivo, Rochemback em péssima jornada. Um meio de campo gremista tal como foi escalado hoje deveria ser proibido por cláusula pétrea no estatuto tricolor - Rochemback de segundo homem e Hugo na armação simplesmente NÃO DÁ. E o Silas parece um tremendo cabeça dura, insistindo no que nunca deu certo e querendo arrumar o que funciona - na boa, o melhor meio de campo gremista foi com Maylson, COMO que ele AINDA está no banco? E COMO, em nome de Deus, Mithyuê nem sentou no banco? A única opção de frente acaba sendo o William...
Legal levantar taça, claro. Mas que o pessoal não se iluda, que ainda tem MUITO o que arrumar. Se bem que fecho com o Marcelo: foda-se, ganhamos e era isso =P
detalhe da transmissão boba da gaúcha: "hoje os gremistas vão noite adentro comemorando esse título". ns
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esse segundo turno do gauchão será muito interessante, pois o Inter terá várias datas em que usará os reservas (inclusive uma provável semifinal). Que não caia no erro da incoerência tricolor do ano passado: se é pra priorizar, manda o Gauchão à merda, e não manda à merda só um pouquinho. Manda o banco jogar no grenal, inclusive.
Lique, temos que considerar também que o William jogou completamente isolado e foi vítima dessa retranca constrangedora do segundo tempo. Claro, se tivesse a qualidade do Borges, sairiam mais jogadas. Ele não sabe proteger como o titular, que sempre domina na frente do zagueiro e começa um ataque novo a partir disso.
Luís, se tu tá falando daquele lance do Mário Fernandes (só amputação do braço resolveria) e aquele outro que o Victor deu rebote no segundo tempo, acho, muito sinceramente, que não foram pênaltis. Claro, se ele desse, haveria a volta das paranoias - acho que é esse o ponto onde tu quer chegar.
Acho que o pessoal tá exagerando em dois pontos aqui. Primeiro, sobre o William. O cara, um centroavante de área, que joga fincado, tendo que voltar pra buscar a bola (quando o Alex Mineiro fazia isso ano passado, todo mundo reclamava) e se virar com ela, entre 3 marcadores, sendo que ela sempre vinha torta pra ele. Convenhamos, é pedir DEMAIS que ele tenha uma boa atuação assim.
E sobre o título: sim, é só uma taça. Mas que tem seus méritos.Foi a primeira que Victor levantou. A primeira depois de dois anos. A primeira de praticamente TODOS os jogadores do elenco vestindo a camisa do time (acho que só o Marcelo Grohe e o William Magrão são da velha guarda). Foi uma conquista desse grupo de jogadores. Logo, é direito deles decidirem dar volta olímpica no estádio pra comemorá-la. E o torcedor decide se quer participar da comemoração ou não. Fim. Ponto final.
Nos vemos na final.
O lance do Victor eu até concedo que possa ser pênalti, e eu que não tenha visto. Mas o do Mário não foi infração nem aqui nem nos Aflitos - só se o atleta entrasse ALGEMADO em campo para evitar o toque naquela bomba...
Pessoal gravando o CNM nesse momento. Saudoso...