Melancólico jogaço
O futebol é maravilhoso por jogos como o de hoje. É absolutamente fantástica a coincidência de que uma das melhores partidas do Campeonato Brasileiro tenha terminado com ambos os times saindo do gramado decepcionados. Nesta altura da competição, o resultado importa acima de tudo. Por isso, por mais que Palmeiras e Sport tenham seus motivos para se orgulhar do que fizeram hoje à noite, os dois saem tristes. Afinal, a vitória não veio.
O começo foi uma repetição de tudo o que tem acontecido. O Sport iniciou avassalador, como havia sido contra o Cruzeiro. Depois de segurar a pressão inicial, abriu 2 a 0 com naturalidade em pleno Palestra, gols de Arce e Wilson em jogadas de Dutra e Adriano Pimenta. O time pernambucano mandava no jogo. O Palmeiras, perdido, só tentava chegar através da ligação direta. Ainda sem Cleiton Xavier, desta vez nem contou com a inspiração de um discreto Diego Souza. Com isso, as únicas opções eram a transpiração atrapalhada de Armero e Obina, o espírito guerreiro de Ortigoza e os bons cruzamentos de Figueroa. Faltou qualidade. O Sport, por outro lado, contra-golpeava sempre com perigo. Jogava como o time do primeiro semestre, não como o do segundo.
Muricy mexeu muito bem no time. Sacou os apáticos Souza e Sandro Silva promovendo o ingresso do inquieto Deyvid Sacconi e da volta do volante Pierre, que contagiou o estádio. A pressão palmeirense, porém, seguia infértil. O time pouco melhorou. Só acossou mesmo o rubro-negro a partir do discutível cartão vermelho para o zagueiro Durval, patrão da grande área, aos 22. Dali em diante, foi jogo de meia linha. Seria difícil resistir. Com muita raça de ambos os lados, foram 28 minutos eletrizantes. Sacconi descontou aos 26. Depois de muita pressão, Danilo empatou aos 39. Mas a vitória verde não veio.
Péssimo resultado para o Palmeiras. Nem as circunstâncias amenizam, como bem disse Marcos após o jogo. Quem disputa o título não pode perder pontos. Muito menos em casa. Muito menos para o lanterna. O mais preocupante de tudo, porém, é saber que o time de Muricy segue sem jogar nada. Hoje, precisou estar com um a mais para conseguir empatar. Se viesse vitória, seria com cara de campeão. Como não veio, teve cara de time que tem de abrir o olho, pois nem a vaga à Libertadores está plenamente garantida se o futebol das últimas três partidas seguir sendo este.
Para o Sport, é o triste capítulo final de uma época de glória para o clube. De 2008 para hoje, foram momentos de euforia com a eliminação de adversários difíceis na Copa do Brasil, o que garantiu o título e a vaga na Libertadores. Nela, mais momentos de euforia. E aí, após a eliminação, um Brasileirão trágico, que termina com o rebaixamento. E para quem não acredita no destino, uma prova de sua existência: justamente contra o rival símbolo destes dois anos, o Palmeiras, vem o jogo definitivo da queda. O adversário que iniciou a saga de 2008 e eliminou o Leão da Libertadores de 2009 é o mesmo do jogo da oficialização do rebaixamento à Série B de 2010. Após 10 confrontos memoráveis nos últimos 18 meses, o jogo mais repetido e brigado do futebol nacional neste período não acontecerá no ano que vem, infelizmente. Valeu, ao menos, por esta bela despedida de hoje.
Campeonato Brasileiro 2009 - 35ª rodada
11/novembro/2009
PALMEIRAS 2 x SPORT 2
Local: Palestra Itália, São Paulo (SP)
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
Público: 17.138
Renda: R$ 714.986,24
Gols: Arce 11 e Wilson 16 do 1º; Deyvid Sacconi 26 e Danilo 39 do 2º
Cartão amarelo: Pierre, Souza, Magrão, Zé Antônio, Moacir e Wilson
Expulsão: Durval 22 do 2º
PALMEIRAS: Marcos (6), Figueroa (6), Maurício (5), Danilo (6) e Armero (4,5); Edmílson (4) (Marquinhos, 24 do 2º - 5), Souza (4) (Deyvid Sacconi, intervalo - 6,5), Sandro Silva (4,5) (Pierre, intervalo - 5) e Diego Souza (5); Ortigoza (5,5) e Obina (5,5). Técnico: Muricy Ramalho (6)
SPORT: Magrão (7), Igor (5,5), César (6,5) e Durval (5,5); Élder Granja (6), Zé Antônio (5,5) (Freire, 21 do 2º - 5,5), Moacir (6), Adriano Pimenta (6,5) e Dutra (6,5); Arce (6) (Isael, 31 do 2º - 5) e Wilson (6,5) (Madson, 43 do 2º - sem nota). Técnico: Levy Gomes (6,5)
O começo foi uma repetição de tudo o que tem acontecido. O Sport iniciou avassalador, como havia sido contra o Cruzeiro. Depois de segurar a pressão inicial, abriu 2 a 0 com naturalidade em pleno Palestra, gols de Arce e Wilson em jogadas de Dutra e Adriano Pimenta. O time pernambucano mandava no jogo. O Palmeiras, perdido, só tentava chegar através da ligação direta. Ainda sem Cleiton Xavier, desta vez nem contou com a inspiração de um discreto Diego Souza. Com isso, as únicas opções eram a transpiração atrapalhada de Armero e Obina, o espírito guerreiro de Ortigoza e os bons cruzamentos de Figueroa. Faltou qualidade. O Sport, por outro lado, contra-golpeava sempre com perigo. Jogava como o time do primeiro semestre, não como o do segundo.
Muricy mexeu muito bem no time. Sacou os apáticos Souza e Sandro Silva promovendo o ingresso do inquieto Deyvid Sacconi e da volta do volante Pierre, que contagiou o estádio. A pressão palmeirense, porém, seguia infértil. O time pouco melhorou. Só acossou mesmo o rubro-negro a partir do discutível cartão vermelho para o zagueiro Durval, patrão da grande área, aos 22. Dali em diante, foi jogo de meia linha. Seria difícil resistir. Com muita raça de ambos os lados, foram 28 minutos eletrizantes. Sacconi descontou aos 26. Depois de muita pressão, Danilo empatou aos 39. Mas a vitória verde não veio.
Péssimo resultado para o Palmeiras. Nem as circunstâncias amenizam, como bem disse Marcos após o jogo. Quem disputa o título não pode perder pontos. Muito menos em casa. Muito menos para o lanterna. O mais preocupante de tudo, porém, é saber que o time de Muricy segue sem jogar nada. Hoje, precisou estar com um a mais para conseguir empatar. Se viesse vitória, seria com cara de campeão. Como não veio, teve cara de time que tem de abrir o olho, pois nem a vaga à Libertadores está plenamente garantida se o futebol das últimas três partidas seguir sendo este.
Para o Sport, é o triste capítulo final de uma época de glória para o clube. De 2008 para hoje, foram momentos de euforia com a eliminação de adversários difíceis na Copa do Brasil, o que garantiu o título e a vaga na Libertadores. Nela, mais momentos de euforia. E aí, após a eliminação, um Brasileirão trágico, que termina com o rebaixamento. E para quem não acredita no destino, uma prova de sua existência: justamente contra o rival símbolo destes dois anos, o Palmeiras, vem o jogo definitivo da queda. O adversário que iniciou a saga de 2008 e eliminou o Leão da Libertadores de 2009 é o mesmo do jogo da oficialização do rebaixamento à Série B de 2010. Após 10 confrontos memoráveis nos últimos 18 meses, o jogo mais repetido e brigado do futebol nacional neste período não acontecerá no ano que vem, infelizmente. Valeu, ao menos, por esta bela despedida de hoje.
Campeonato Brasileiro 2009 - 35ª rodada
11/novembro/2009
PALMEIRAS 2 x SPORT 2
Local: Palestra Itália, São Paulo (SP)
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
Público: 17.138
Renda: R$ 714.986,24
Gols: Arce 11 e Wilson 16 do 1º; Deyvid Sacconi 26 e Danilo 39 do 2º
Cartão amarelo: Pierre, Souza, Magrão, Zé Antônio, Moacir e Wilson
Expulsão: Durval 22 do 2º
PALMEIRAS: Marcos (6), Figueroa (6), Maurício (5), Danilo (6) e Armero (4,5); Edmílson (4) (Marquinhos, 24 do 2º - 5), Souza (4) (Deyvid Sacconi, intervalo - 6,5), Sandro Silva (4,5) (Pierre, intervalo - 5) e Diego Souza (5); Ortigoza (5,5) e Obina (5,5). Técnico: Muricy Ramalho (6)
SPORT: Magrão (7), Igor (5,5), César (6,5) e Durval (5,5); Élder Granja (6), Zé Antônio (5,5) (Freire, 21 do 2º - 5,5), Moacir (6), Adriano Pimenta (6,5) e Dutra (6,5); Arce (6) (Isael, 31 do 2º - 5) e Wilson (6,5) (Madson, 43 do 2º - sem nota). Técnico: Levy Gomes (6,5)
Foto: Dutra observa Diego Souza no empate que complica o Palmeiras e rebaixa o Sport (Marcelo Pereira/Terra).
Comentários
No mais, jogão. Mas preferia ter visto o do Flu, que eu sabia que seria um jogaço - pena que aqui todo mundo queria ver o Palmeiras para secar o São Paulo...
Achei que era paranoia da minha cabeça, mas pelo jeito não é. Brabo.
Essa omissão interesseira me irrita imensamente. Convenhamos que tem que ter muito óleo de peroba em casa para poder negar algo que se ouve claramente DURANTE A TRANSMISSÃO - e nem se deram o trabalho de tirar do vídeo dos gols, aliás! E tudo isso para quê? Para não colocar em dúvida a legitimidade do empate? Para não desagradar o torcedor do Palmeiras? Puro corporativismo, talvez? Porque convenhamos, não vai mudar em NADA admitir que teve irregularidade no gol, o 2 a 2 tende a ser mantido e tudo o mais. É uma atitude, além de desonesta e anti-jornalística, incompreensível.
No premiere só se falou de apito depois do jogo, na hora eles aparentemente não perceberam, o Milton Leite inclusive achou estranho o Magrão nao ter ido na bola.
Felipe, sei que foi o Lourenço o consultado, mas não me parece ser o caso de erro de fato ou erro de direito (que só existe hipoteticamente)
COM 3 RODADAS DE ANTECEDENCIA, SPORT GARANTE CLASSIFICAÇÃO Á SÉRIE B.
Felipe, erro de fato ocorre quando o juiz interpreta equivocadamente o que aconteceu no jogo, como quando, por exemplo, dá impedimento porque não viu que alguém dava condição; um erro de direito é quando o juiz se equivoca em relação à norma, como o juiz que dá impedimento porque acha que não importa que a bola veio do zagueiro da outra equipe. É muito raro se configurar o erro de direito, porque normalmente o juiz não se manifesta e é difícil ver qual o fundamento do erro. No entanto, erro de direito permite a anulação da partida, erro de fato não.
Em primeira análise, acho possível anular o gol e impugnar o jogo, pois o juiz que apita o lance e depois deixa seguir está errando na regra do jogo (apitou, parou). Não é uma decisão que coube a arbitragem e por isso seria inquestionável, é uma irregularidade que pode ser sanada.
É um belo debate.
sdhssdsd
Acho que o Palmeiras e o Sport vão pedir juntos a anulação desse jogo. Mais um campeonato cheio de confusão graças à pessima qualidade dos árbitros brasileiros.
E a situação da Globo fica mais chata ainda quando vemos TODO MUNDO comentando o lance - que eles, na hora do fato, preferiram fingir que não tinham visto. Feio, muito feio.
Durval ferrou com o Sport.
O golo do palmerda foi um escândalo.
Simon deve estar sorrindo hoje.