A grande chance de São Paulo e Inter

Mário Sérgio já disse preferir escalar o time com três zagueiros sempre. O 4-4-2 do Gre-Nal foi uma surpresa, e o treinador indica que manterá o sistema - o que não é garantia de nada, pois pode ser despiste. O fato é que Fabiano Eller retorna, e é o melhor zagueiro do plantel. Difícil saber se muda o sistema, se apenas sai um dos zagueiros para o retorno de Eller, se Taison continua depois de mais uma pífia participação.

O grande mérito do Internacional é ter chegado a este jogo contra o São Paulo próximo da liderança. Há algumas semanas, estava a muitos pontos do Palmeiras, e alguns outros atrás do adversário de hoje. Neste período de tropeços dos rivais, o Inter manteve-se invicto. Empatou com alguns times que não poderia, mas tirou a diferença de nove para dois pontos do líder. Hoje encara uma decisão. Quem vencer dorme líder, e aumenta a responsabilidade de Palmeiras e Atlético-MG amanhã. Quem não vencer deve ser engolido pela avalanche do Flamengo, que enfrenta o Barueri na Grande São Paulo com maioria de torcida, provavelmente.

Eis o grande desafio colorado: assumir a liderança, finalmente, depois de tantas chances desperdiçadas. Conquistando os 3 pontos, o título começa a virar realidade. Até agora, pelo que vem fazendo, o Inter tem demonstrado ser um seriíssimo candidato à vaga na Libertadores: nunca fica em primeiro lugar, mas raramente deixa o G-4. Trajetória semelhante à do Cruzeiro em 2008. Para quem tem Flamengo e Cruzeiro babando atrás, querendo entrar no grupo de elite, o melhor remédio é seguir pontuando. O mesmo vale para o São Paulo, com um agravante: o jogo é em casa, e duelos contra adversários diretos nesta situação têm de ser vencidos.

Olímpico
Léo estará fora até o fim de novembro pela lesão sofrida do Gre-Nal. Praticamente só volta em 2010, então. Com a expulsão de Rafael Marques, Mário Fernandes será zagueiro. Bom para o Grêmio. Projetar o ano que vem é mais importante, agora, que pleitear uma quase impossível vaga na Libertadores. E 2010 começa com Mário Fernandes, a revelação do ano na Azenha, jogando na sua, de zagueiro. Se como lateral ele já vai bem, imaginem em sua posição de origem.

Herrera nem relacionado foi. Brigou com Souza, brigou com a bola. Foi a decepção da temporada. Chegou festejado pela torcida por sua boa passagem em 2006, por seu ótimo ano no Corinthians em 2008. Termina o ano como última opção do ataque, errando praticamente tudo o que tenta, e ganhando muito. É outro sinal para 2010: deverá sair, e já dizem ser certa a volta de Hugo. Poucos jogadores cairiam tão bem no Grêmio como ele: meia-atacante de drible e chute forte, sabe finalizar e até criar. O time dependeria menos de Souza e Tcheco, o ataque ganharia qualidade.

Enquanto ele não vem, o tricolor deve iniciar, contra o traiçoeiro Avaí de Silas, a temporada do ano que vem. Não significa desistir do campeonato, mas apenas reconhecer que tirar oito pontos de distância para o G-4 é impossível. Ver quem fica, testar guris, encontrar alternativas dentro do plantel. Assim, com os pés no chão e antecipadamente, é mais fácil planejar. E mais fácil começar o ano que vem na frente dos outros - até porque time-base o Grêmio tem, o que falta é qualificar pontualmente setores do elenco.