O velho fantasma da primeira fase

Aquilo que se dizia lá na primeira fase, quando o Grêmio desperdiçava gols a rodo diante de adversários de menor expressão, confirmou-se parcialmente hoje à noite. Porque o tricolor teve as melhores chances de marcar no primeiro tempo, mas as perdeu, e o Cruzeiro se impôs com melhor eficiência nas conclusões. Esteve a ponto de definir a classificação hoje mesmo, não fosse Souza renovar a esperança gremista, como fizera naquela falta em Tunja.

O Cruzeiro veio desfalcado, e o Grêmio soube aproveitar-se disso. Impediu o time mineiro de jogar, e ainda criou chances de abrir o placar. Alex Mineiro perdeu uma logo no começo, Maxi López criou outra num erro de saída da bola da zaga cruzeirense, que demonstrou evidentes deficiências neste quesito. Adílson Batista inventou Marquinhos Paraná na lateral-esquerda, e Thiego soube controlar bem a saída por ali. Com Wagner bem marcado, apenas Kléber criava transtornos, buscando a bola junto aos volantes, muitas vezes.

As primeiras vaias surgiam aos 35 minutos, quando houve o erro defensivo que proporcionou o gol do Cruzeiro. Kléber teve pela primeira vez liberdade próximo à área, Léo não fez a antecipação e Wellington Paulista marcou de cabeça. Resultado que não refletia o jogo, mas não era de forma alguma injusto, pois eficiência é sim um mérito muito importante em futebol, ainda mais em decisões como esta.

Os primeiros 25 minutos do segundo tempo foram os que o Cruzeiro dominou o Grêmio de fato. O gol a 1 minuto, de Wagner, foi quase acidental. Quase porque acidentes como a bola desviar em Tcheco e entrar só ocorrem quando um jogador do quilate do camisa 10 mineiro tem liberdade para chutar em gol da entrada da área. O Grêmio se perdeu, o Cruzeiro cresceu, o Mineirão enlouqueceu. Túlio e Adílson perdiam bolas fáceis, Tcheco esteve sumido, Alex Mineiro apagado. O time da casa se acertou. Marquinhos Paraná agora achou o posicionamento, Kléber e Wagner eram perigosos a cada toque. O terceiro gol não tardou a vir, novo erro de posicionamento da zaga, com Fabinho subindo livre. A Libertadores ia embora em 20 minutos, e a goleada crescia como pão fermentado.

A melhor troca, a que mudou definitivamente o jogo, não foi de Autuori, tampouco de Adílson. Foi a lesão de Enrique Osses, árbitro do jogo, em favor de seu reserva, Jorge Osorio. A parada foi benéfica ao Grêmio, que pôs os nervos no lugar, e esfriou o Cruzeiro. Já com Herrera em campo, e com Souza participando das ações ofensivas, o time cresceu. Aos 34, Souza fez um golaço de falta, no quadrante 15 do Pepsi Gol. Gol que reanimou o Grêmio, que recoloca o tricolor definitivamente na disputa. O Cruzeiro não hesitou: tentou segurar o 3 a 1 em vez de partir para a ampliação do escore. O Mineirão ficou murcho. Quase veio o segundo gol, mas para quem estava quase morto é um alento. O 2 a 0 agora serve. Não será fácil, claro, mas a pouca comemoração da torcida cruzeirense ao final foi sintomática.

Para o jogo da volta, perder gols siginificará a eliminação. A pressão será forte sobre o time de Adílson. Ficou de bom a atuação segura de Thiego, o bom segundo tempo de Adílson e Souza e o gol qualificado, claro. O Cruzeiro mostrou o dinamismo de Jonathan, um Kléber enjoado e uma zaga afoita. Por ela, aliás, pode passar uma possível reversão da situação. Porto Alegre viverá uma semana de loucura neste início de julho.

Em tempo:
- Episódio envolvendo Maxi López e Elicarlos segue indefinido até agora. Impossível saber o que foi dito, e por isso tomar partido de quem quer que seja. O clima de belicosidade será forte na volta. O início de tudo foi a má atuação do frouxo árbitro, que permitiu encontrões que enervassem os ânimos.

Taça Libertadores da América 2009 - Semifinal - Jogo de ida
24/junho/2009
CRUZEIRO 3 x GRÊMIO 1
Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Árbitros: Enrique Osses (CHI) e Jorge Osorio (CHI)
Público: 51.296
Renda: R$ 1.387.644,94
Gols: Wellington Paulista 37 do 1º; Wagner 1, Fabinho 22 e Souza 34 do 2º
Cartão amarelo: Elicarlos e Marcelo Grohe
CRUZEIRO: Fábio (5,5), Jonathan (6,5), Thiago Heleno (4,5), Leonardo Silva (5) e Marquinhos Paraná (6); Henrique (5,5), Elicarlos (5,5) (Jancarlos, 40 do 2º - sem nota), Fabinho (6) e Wagner (6,5) (Bernardo, 42 do 2º - sem nota); Kléber (7) e Wellington Paulista (6,5). Técnico: Adílson Batista (6,5)
GRÊMIO: Marcelo Grohe (5), Thiego (6), Léo (5), Réver (5) e Fábio Santos (5); Túlio (4,5), Adílson (5,5), Tcheco (4,5) e Souza (6); Alex Mineiro (4,5) (Herrera, 13 do 2º - 5) e Maxi López (5,5). Técnico: Paulo Autuori (5)

Foto: Kléber, com cotovelo ou não, foi o melhor jogador em campo (Vipcomm/Divulgação)

Comentários

Anônimo disse…
o teatrinho que o kléber fez fingindo que o túlio (pior em campo) tinha pisado na sua mão, foi digno de suspensão.

no mais, ainda dá, mas tem que fazer o 1 x 0 rápido, como contra a portuguesa em 96.
Marcelo disse…
Fora Alex Mineiro e Autuori!!!!
Valeu Cruzeiro, acabou de criar o clima de guerra pra volta! O 2x0 é nosso! Vamos virar!
natusch disse…
O Souza marcou o gol mais importante da Libertadores. Nem tenho dúvida.

De modo geral, achei o Grêmio bem equilibrado no primeiro tempo. Alex Mineiro, ao perder aquele gol feito que passou por entre suas pernas, me deu vontade de me jogar na frente do bonde. Kléber tinha que voltar muito para pegar a bola, e esse era um sinal claro que a marcação estava bem encaixada de modo geral. Na segunda etapa, o gol na saída perturbou muito o time, que sentiu e tomou o terceiro quase ao natural. Sorte que saiu o golaço de falta do Souza - e diga-se, o Grêmio podia até ter diminuído mais o prejuízo, pois o Cruzeiro terminou o jogo surpreendentemente acuado...

Ao contrário do que o clicrbs, a ZH e a Gaúcha vão tentar fazer com que acreditemos, o Grêmio está vivíssimo. Dizer que fazer 2x0 no Cruzeiro é "façanha" é um exagero - mesmo porque se o jogo do Mineirão tivesse sido 1x0 íamos precisar dos mesmos dois gols para classificar... Diria até que a vantagem técnica é cruzeirense, mas em termos anímicos o Grêmio vai melhor para o segundo jogo - e sim, a pataquada em cima do "racismo" do Máxi conta, e muito, para isso.

Aposto Grêmio. Sem pensar muito.
Vicente Fonseca disse…
Verdade, Henrique. Claramente fingido o Kléber naquela.

Natusch, o que me deixa triste é saber que, pela escalação de ontem, o Grêmio tinha até mais time, e mesmo assim não saiu com resultado melhor que o obtido.
Unknown disse…
merda, quase q eu faço 3 pontos no palpitazo.
Gustavo disse…
Muito burro o Autuori em colocar o Alex Mineiro no jogo de ontem.

Não achei que o Leo falhou no primeiro gol, mas todo o sistema defensivo COMEU MOSCA no terceiro.

E dá.
Lourenço disse…
Grêmio escapa de um fiasco, na verdade. O primeiro foi muito bom, mas os erros incríveis de gols (dois foram imperdoáveis) e uma falha do Léo deram uma desvantagem até injustificada. No segundo tempo, gol muito cedo, com bobeada da zaga na marcação e azar do desvio. O 3 a 0, rídiculo, seria o gol da eliminação.
Não gostaria de um 3 a 1 antes do jogo mas, da maneira que foi, não dá para não sentir um pontinho de alívio com o resultado. Como eu disse certa vez no Carta na Mesa, "o que era impossível ficou apenas improvável".
Unknown disse…
a esquerda vem sendo um problema a tempos.


ass: BERLUSCONI.

sadihfgsajlfglaisrufaeiofhaef...
luís felipe disse…
Ao contrário do que o clicrbs, a ZH e a Gaúcha vão tentar fazer com que acreditemos, o Grêmio está vivíssimo.

a manchete da ZH hoje, Natusch, é "gol dá esperança".

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sobre racismo, todo mundo sabe a minha opinião e não vou reiterar.
Lourenço disse…
Não precisa dizer, se não quiser, Luís, mas que fique registrado que eu não sei tua opinião... hehe
André Kruse disse…
sensacional o comentário do Zeh, quase tão bom quanto o post.

Time na semifinal da Libertadores não pode errar aqueles gols no primeiro tempo, e nem se descuidar como se descuiddou no 2º e 3º gols.

Não era jogo para 3x0, tampouco para 3x1, mas é muito complicado falar em justo e injusto no futebol.

Acho que o Cruzeiro, ou Elicarlos, não dimensionou bem a consquencia da denúncia. O caso tem algumas semelhanças e algumas diferenças com o do Desábato.
André Kruse disse…
http://reporteresportivo.wordpress.com/reportagem/um-cancer-no-futebol-mundial/
André Kruse disse…
Outra coisa, não achei que O Kléber tenha sido o melhor em campo. M.Paraná, Wagner e Jonathan (quem viu ele há uns 2 anos não acredita no que ele tá fazendo agora) jogaram muito bem.
Lourenço disse…
Bom, eu achei legal a pesquisa do Luís (não tem muito de opinião, pelo menos explicitamente), mas não deve ser isso a que ele se referiu, pois não tem nada a ver com o caso de ontem, até agora.
Lourenço disse…
É triste como um tema relevante como a questão racial venha a ser tratado de forma leviana, demagógica e irresponsável.

Deveríamos estar discutindo o que realmente ocorreu, se realmente ocorreu, ao invés de discutir se racismo é coisa séria ou não é, se “macaco” ofende ou não.

Para quem julga no mesmo dia, antes de ouvir o réu, antes de analisar prova alguma, a justiça realmente deve ser lenta.

Obs.: isso não é uma crítica ao Luís Felipe, não se relaciona ao que está nos comentários acima, comentei inclusive em outros locais.
Vicente Fonseca disse…
Bah, essa do Berlusconi foi sensacional. Até achei que tava com cara de VdP, de tão genial.

Obrigado pelos elogios, André. Achei o Kléber muito bem, tirando os cotovelos - muitas vezes ele os usava e o juiz, caseiro, dava falta sobre ele, e não dele. Mas os outros que tu citou foram todos bem.

Se for verdade que houve o insulto, fico extremamente triste. Racismo é sempre algo lamentável e que denota uma absurda ignorância, e não falo apenas por ser um jogador do meu time, o qual, inclusive, tem sido um de meus ídolos dentro de campo. O brabo é julgar antes de saber se é verdade, e isso talvez nunca saberemos. Se o jogador do Cruzeiro se sentiu ofendido, tem mais é de abrir processo mesmo. Só acho que, inevitavelmente, isso criará um clima belicoso para o jogo da volta, até pela reação desproporcional do Grêmio e, principalmente, pela polícia mineira.
Vicente Fonseca disse…
Ah, e é verdade o que o Luís falou, Natusch: a manchete da ZH de hoje tá bem tricolor.
natusch disse…
Peço desculpas pelo comentário imenso, podem pular desde já se quiserem =P

O que eu vejo das imagens: o Máxi irritado com alguma coisa que disseram para ele, e o Wagner chegando para tocar o terror, talvez tendo ouvido algum comentário preconceituoso do Máxi para o Elicarlos mesmo. Aparentemente rolou uma discussão e os dois se ofenderam em termos pesados - tanto que foi o que a própria delegada que fez a acareação afirmou, que houve uma discussão de jogo que o Elicarlos resolveu levar adiante.

O fato é que o Máxi, pelo jeito, já foi julgado pela imprensa. Algumas pessoas (e friso que nenhum dos que comentaram nesse espaço até agora entram nessa minha afirmação) acham que basta ter pessoas de cor de pele diferente discutindo para que o racismo seja patente e inquestionável... Como eu disse, aparentemente rola uma discussão forte antes da camêra registrar claramente, o que dá a entender que o Máxi pode ter cometido a estupidez de cabeça quente como resposta a uma ofensa anterior do Elicarlos - o que não faz com que seja algo bonito, entrando mais no terreno do "explica mas não justifica". De qualquer modo, os advogados aqui presentes podem me corrigir, mas uma discussão do tipo (legalmente falando) não qualifica racismo - tanto que o enquadramento do caso dado pela delegada nem é de racismo, e sim de injúria, muito menos grave e sinceramente muito mais adequado às circunstâncias. Não que declarações como as que se supõe terem sido emitidas pelo Máxi sejam minimamente aceitáveis (não são).

Luis Felipe, eu fico sinceramente surpreso com essa manchete. Esperava algo muito diferente, mesmo. De qualquer modo, Mr. Benfica (sempre ele) falou em "façanha" no Olímpico, o que convenhamos que é um exagero... Em termos simplesmente numéricos, a situação do Inter é até mais complicada que a do Grêmio, pois 2x0 no Beira Rio é pênaltis.

E eu concordo, Vicente. Era para ter sido um placar muito mais favorável. Não digo que vai ser barbada aqui - pelo contrário, vai ser MUITO difícil, até porque o Ramires volta. Mas acho que a tendência é do Grêmio ao menos arranhar essa vaga na final.
Vicente Fonseca disse…
Verdade, André, sobre o Jonathan. Ele era simplesmente odiado pelos cruzeirenses, até porque o Apodi, que era seu reserva, entrava e fazia aquele salseiro. Cresceu muito esse cara, de 2008 para cá, principalmente. Fez gol naqueles 3 a 0 do ano passado, inclusive.
Vicente Fonseca disse…
A reação do Wagner me leva a crer que a ofensa tenha havido, não sei se nos termos que o Elicarlos colocou. Mas isso é suposição, no achômetro mesmo.

Natusch, acho bem possível a virada, até pelo histórico de reversões do Grêmio, que já inverteu coisas mais difíceis no passado. Não sei se o Cruzeiro sustenta, pois o Grêmio virá amassando. O brabo é não levar gols. E o time deles amadureceu bastante. Será difícil. Acho que, quantificando, seriam uns 40% de chances de passar.
Gustavo disse…
Vicente, se analisarmos a qualidade do futebol apresentado pelo Grêmio depois da chegada do Autuori, as chances caem para 25 ou 30%.

Mesmo assim, consideráveis.
Lourenço disse…
40%? Bah, discordo...40% é uma leve vantagem, seria um 1 a 0. Acho que as chances do Grêmio são 25%, no máximo. O que já é bem longe do "façanha".
Vicente Fonseca disse…
Lourenço, 1 a 0 e 3 a 1 são irmãos próximos nesse regulamento. Basta o 2 a 0, ainda que o 1 a 0 não leve a pênaltis e o 3 a 1 não classifique. Mas pensando assim, de repente temos uns 33,333% de chances. Põe os outros 6,6666% na conta do meu confesso otimismo. Hehehe.
luís felipe disse…
O fato é que o Máxi, pelo jeito, já foi julgado pela imprensa

essa é a irresponsabilidade do caso.

quando o jogador pega o microfone e diz "vou denunciar", o denunciado já é considerado culpado.

sobre o racismo, como falei, todo mundo sabe a minha opinião. Sobre o caso específico do Elicarlos, ele foi irresponsável. Fala para o árbitro. Espera a súmula. Não saiu na súmula? Continua se sentindo ofendido? Vai pra cima.

O jogador sabe que existem câmeras. O jogador sabe que se existe alguma acusação, ela será flagrada. Não precisa fazer esse tipo de coisa de cabeça quente. É ruim para todo mundo.
Vicente Fonseca disse…
Ontem, ouvindo a cobertura da questão da denúncia, fiquei pensando se o Grêmio não "planejou" essa história de resistir em deixar a polícia entrar no ônibus. Talvez não tenha nem havido tempo para isso e seja teoria da conspiração de minha parte, mas um episódio como esse, além de desfocar a atenção para o mau resultado do jogo de ontem, infla os ânimos de todos, especialmente da torcida, que sentiu a criação de um clima de guerra para a volta. Haverá muito mais mobilização do que se não tivesse havido essa confusão toda. Fora que se presta pra um DVD estilo Batalha dos Aflitos. Se o Grêmio vier a ganhar a Libertadores, guardadas as devidas e fundamentais proporções, é a Batalha de La Plata de 2009.
luís felipe disse…
bah, Vicente. Acho que tu viajou.

Tu não planeja uma coisa dessas, na minha opinião. Tá todo mundo louco para sair dali, com fome, cansaço, a fim de um banho quente e de uma boa cama. Ninguém quer arrumar confusão com a polícia numa hora daquelas. A resistência, na minha opinião, foi burra, irracional, pelo tempo e pelo desgaste emocional, físico, etc.

O que foi muito bem planejado - aliás, foi genial - foi a saída de TODA A DELEGAÇÃO junto com o Maxi López para a delegacia do estádio. E as declarações do Autuori depois, também, muito bem planejadas.
Vicente Fonseca disse…
É, Luís, foi meio teoria da conspiração. Até porque foi tudo de repente. Hoje de manhã mesmo eu já descartei essa minha teoria do "planejamento", e concordo com o erro que foi resistir - ainda que, naquela altura, era difícil pensar com a razão. O próprio Souza disse que estava com fome naquela hora. Mas o ponto a que eu quis chegar no comentário não era bem esse, e sim o de que essa história toda pode acabar sendo benéfica em termos motivacionais para o próprio Grêmio, pensada ou não.

E sim, foi mesmo genial a delegação toda ir com o Maxi López. Imagino a cara do Elicarlos lá dentro vendo todo aquele batalhão.
natusch disse…
Acho que a resistência foi motivada por um misto de receio e corporativismo. Parte era medo de largar o Máxi sozinho naquela confusão - o ônibus estava cercado de cruzeirenses, a abordagem não foi nada sutil e a polícia agiu, no mínimo, com espalhafato. E a outra parte era aquele clássico raciocínio "com a gente ninguém mexe", potencializado pela tensão da partida em si.

De qualquer modo, como eu disse lá em cima, isso com certeza incendiou o clima para quinta que vem. A torcida vai estar ensandecida, o clima vai ser de guerra (bom ou ruim, o fato é que será) e os jogadores gremistas, envolvidos nessa situação inusitada, vão se fechar ainda mais no objetivo - exemplos disso tivemos lá mesmo, com declarações que deram antes de acompanhar o Máxi na acareação. Nada disso ganha jogo propriamente, mas tudo isso ajuda a potencializar o caráter heróico da partida - que, convenhamos, é basicamente a chance gremista de uma classificação para a final.

E uma breve nota: é a terceira vez que vejo a Sportv creditar o nosso goleiro como "Marcelo GHROE". Será que NINGUÉM por lá se deu conta que está errado, ainda?...
natusch disse…
E o grupo sair junto do ônibus para acompanhar o Máxi foi um gesto simbólico e genial, em mais de um sentido. O Autuori também falou muito bem - muito mais equilibrado e até mesmo esperto do que o Krieger, por ex.
luís felipe disse…
o Autuori é um dos caras mais espertos que já sentou na casamata de um time gaúcho. Ele parece medir TODAS as palavras que diz, frase por frase, não dá ponto sem nó.

Uma curiosidade que eu tenho, porém: ele era o treinador do São Paulo em 2005, quando aconteceu o caso Grafite. Qual será que foi a opinião dele na época?
André Kruse disse…
Tirando um ou outro exagero do Krieger, acho que a delegação do Grêmio mandou muito bem neste episódio.

Não tenho dúvida que o Grêmio se beneficia mais do que o Cruzeiro com esse clima criado
Lourenço disse…
Concordo. Até os chiliques do Pacheco foram bem sucedidos. A idéia era chamar a atenção, chamar a imprensa, registrar o ocorrido, para deixar a polícia mais cuidadosa no que fazia. Se o jogo fosse fora do Brasil, então, teria sido essencial todo esse alarde.
André Kruse disse…
Natusch, não sou penalista, mas o teu raciocinio está correto.

LF, ontem ele falou rapidamente que foi besteira e que não deu em nada.
Vicente Fonseca disse…
Pois foi por isso que o Lourenço e o André falaram que cheguei a pensar, ontem à noite, que era planejado. Mas acho difícil que tenha sido, pelas razões que o Luís apontou.

Luís, o treinador daquela época ainda era o Leão, pelo que sei. Autuori não estreou apenas nas oitavas?
Vicente Fonseca disse…
Minuto a minuto de Brasil x África do Sul seria útil para alguém? Estive pensando na hipótese...
Prestes disse…
Cara, com certeza a confusão beneficia o Grêmio. O Cruzeiro foi muito precipitado. Quem precisa de um fato novo, se é que alguém precisa, é o Grêmio.

Sobre o acontecido, acho que ninguém tem como condenar o Lopez. Não há imagem que mostre ele falando, o resto são opiniões de cruzeirenses, não contam. Mas que ele falou, falou.
Prestes disse…
Sobre o jogo, desde os primeiros jogos do Grêmio me lembro que eu e o Vicente conversávamos aqui: "Na hora em que pegar um Cruzeiro, não dá pra perder gols".

Foi o que aconteceu.

Uma coisa que o Grêmio não poderia ter feito era tomar gols de cabeça, pelo seguinte: no Mineirão ou tu dá as laterais pro Cruzeiro ou tu dá o meio.

É evidente que tu tem que dar a lateral pra eles e se compactar muito no miolo de zaga, treinar muito a bola aérea e fechar muito o meio. O Grêmio falhou nisso, foi negligente.
Prestes disse…
Completando a história do racismo, eu até acho que o jogador pode denunciar.

O que não dá pra concordar é que seja tratado pela polícia da forma como foi. Porra, faz o troço como é normalmente. Apura as imagens, depois envia um ofício pro Maxi, marca uma data pro cara ir a BH, no jogo contra o Cruzeiro pelo brasileiro.

Isso que a polícia fez é muita hipocrisia. Utilizar o jogador pra se promover, ou pior, para tentar beneficiar um clube de futebol, local, interesses privados, como costuma fazer a polícia lá nos Aflitos.
Vicente Fonseca disse…
Prestes, na dúvida, qualquer confusão sempre beneficia o Grêmio.

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Prestes disse…
É vero (BERDINAZZI; 1997)
Amengual disse…
FAlei durante a semana passaada com Natusch que não confiava na defesa do Grêmio. O amigo naõ concordou com a minha opiniaõ. Disse que tínhamos tomado gols do Aurora, do Chicó, do San Martin e do Caracas. Natusch disse que eram gols circunstanciais. Ontem mais três. É só apertar um pouquinho que essa zga vaza. Tomamos dois do Goiás em cas. Léo é muito lento. E o Réver parece meio perdido. Dois gols de cabeça é dose de aguentar. Acho possível, mas bem difícil. Ramires, Kléber e Wagner jogam mais do que todo o Gr~emio h]junto. Herrera tem de jogar no Olímpico. No mais, comprarei uma dúzia de cevas para quinta à noite. Fico confiante quando bêbado.
Lourenço disse…
Usaste um argumento falacioso nessa ocasião, Amengual, já que não tomamos gol do Chicó hehe
natusch disse…
Os gols seguem sendo circunstanciais. Ponto.

=P
Vicente Fonseca disse…
Levar 6 gols em 11 jogos ainda é pouco.

Mas fico pensando se o Amengual torcesse pro Cruzeiro e tivesse Léo Fortunatto e Thiago Heleno na zaga. Se Léo e Réver são inconfiáveis, imaginem eles...
Terei eu que falar do árbitro? Um incompetente que apitava qualquer empurrão, a la Alício Pena Júnior? Olha, que amadora é essa comissão de arbitragem da Conmebol! A única vez que tinha visto um árbitro se lesionar no meio de um jogo foi numa partida da segunda divisão brasileira de 2008, num jogo da Ponte Preta, se não me engano.

"OSSES do ofício", dirão os incautos.

Termino assim meu THEXT.
Vicente Fonseca disse…
Pior foi ouvir ontem, acho que na Band AM, que o árbitro DEIXAVA O JOGO CORRER. Para mim, foi justamente o contrário: estava claramente com medo, pois o jogo não era para a sua dimensão, e apitava tudo com aquela velha mania dos árbitros brasileiros, de "é bom, pois não perco o controle do jogo apitando tudo".

E o árbitro de Estudiantes x Nacional foi um boliviano, que até não foi tão mal, mas também creio que haveria nomes mais experientes para apitar.
Unknown disse…
desculpem, meu português não é muito bom.

a esquerda é problema HÁ tempos.

ass.: BERLUSCONI