Demissão de Marcelo Oliveira sintetiza o ano confuso do Atlético
Marcelo deixa o Galo sob críticas: equipe desorganizada |
A atitude, como toda aquela que se vende com a justificativa do tal "fato novo", fede a mofo. Engolido pela organização do Grêmio no Mineirão, o Galo apostará na mudança do comando técnico como fator motivacional para render mais em Porto Alegre e reverter a enorme desvantagem de 3 a 1 sofrida em casa. Só que a mexida vem na hora errada: estamos em 25 de novembro, a nove dias do fim da temporada de futebol no Brasil. Nenhum técnico começará trabalho agora, tanto que quem comandará o time será o interino Diogo Giacomini. A metodologia será certamente semelhante à do treinador demitido, e não haverá nem a tal motivação extra para o novo comandante, já que ele sequer foi contratado ainda.
Com apenas cinco dias para trabalhar até o jogo na Arena do Grêmio, o que Giacomini pode fazer é remobilizar o grupo e pensar numa estratégia um pouco mais consistente para a partida de volta. A questão é que o Atlético precisa de muito mais do que simplesmente segurar um resultado jogando fechadinho para evitar um novo baile: tem é de buscar uma diferença de dois gols para pelo menos levar a decisão para os pênaltis. Só uma altamente complexa mecânica de jogo seria capaz disso. Para um time que foi envolvido três vezes seguidas pelo Tricolor Gaúcho nos últimos dois anos dentro de sua própria casa por ter um jogo ofensivo demais, seria necessária uma mudança completa no estilo de atuação. A tarefa é complicadíssima.
Se o mais provável ocorrer e o título não vier na quarta que vem, o Galo terá investido num elenco caríssimo, se dando ao luxo de ter Pratto e Fred como opções para a camisa 9, para ser vice-campeão mineiro e da Copa do Brasil, cair nas quartas da Libertadores e na primeira fase da Primeira Liga. Terá obtido sucesso relativo apenas no Brasileirão, por conseguir vaga na fase preliminar da Libertadores de 2017 - o que é pouco para um grupo cujo investimento era para brigar pelo título, e não ficar na 4ª colocação, bem distante do provável campeão Palmeiras. O ano que vem deve ser de readequações, e não apenas de ordem financeira, mas também de política de futebol.
Mudanças na Primeira Liga
Com 15 clubes, a Primeira Liga 2017 se estenderá de janeiro a outubro. Serão três grupos de cinco, com 8 classificados para os mata-matas, disputados em jogo único - sete jogos para cada finalista, portanto. A realização do torneio é importante, mas as dificuldades são notórias: Atlético Paranaense e Coritiba deixaram a competição por não concordarem com a distribuição das cotas de televisão. Mas o pior é o alongamento excessivo: com finais tão longe do início, a liga se perderá em meio ao Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, deixando de ser uma concorrente direta dos estaduais para ser um estorvo aos finalistas de campeonatos mais importantes - fora a perda de holofotes por conta destas competições maiores. Um tiro no pé.
Tapetão
A CBF esfriou hoje no fim da manhã a pretensão do Internacional de buscar o STJD para retirar pontos do Vitória. Disse que a inscrição do zagueiro Victor Ramos é regular e que a tentativa colorada é sinal de desespero porque o clube nunca caiu para a Série B. O Inter promete ir atrás do caso, mas as chances de sucesso são pequenas - tanto fora como dentro de campo.
Foto: Atlético Mineiro/Divulgação.
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