O Grêmio reagiu bem às mudanças e dominou completamente o São Paulo na Arena
Negueba substituiu Giuliano e teve boa atuação neste domingo |
Com a venda de Giuliano para o Zenit, a estreia como titular de Negueba era a maior curiosidade da tarde gremista na Arena. E, dentro de suas características, ele foi muito bem. Negueba não é o meia quase onipresente que era Giuliano, mas fez importantes recomposições, demonstrou visão de jogo em mais de um lance, trouxe ritmo ao time e mostrou até mais objetividade que o antigo titular. A questão, claro, é se manterá este nível de hoje. E mais: como o time reagirá sem Giuliano no longo prazo. No curto, reagiu bem.
Outra enorme curiosidade era Miller Bolaños. Como ele substituiria Luan, o dono do time? Pois a resposta foi mais que positiva: assim como na relação Negueba-Giuliano, as características do equatoriano são diferentes da do centroavante titular, mas a qualidade da sua atuação foi inquestionável. Bolaños disparou vários ótimos chutes, parados apenas pela bela jornada do goleiro Dênis. Além disso, comandou praticamente todos os lances perigosos do ataque do Grêmio, inclusive o do gol de Douglas, dando passe consciente para Maicon, outro dos melhores em campo, desta vez como primeiro homem, mas presente em todos os quadrantes do gramado de forma exuberante. O equatoriano não foi o melhor jogador em campo, mas foi o coordenador ofensivo de uma das jornadas mais criativas do Grêmio em toda temporada. Um ótimo cartão de visitas.
A relativização que deve ser feita a todos esses elogios, além da amostragem pequena, é a atuação do São Paulo. Quem viu o bom empate com o Corinthians na semana passada esperava do Tricolor um futebol melhor em Porto Alegre. Com Edgardo Bauza sem saber se vai ou se fica, sem Ganso, Calleri e Rodrigo Caio, a equipe paulista foi envolvida o tempo inteiro, desde os primeiros minutos, e nunca de fato ameaçou esboçar uma reação. E não foi só mérito gremista: o São Paulo jogou pouco porque o Grêmio não deixou, mas também porque esteve numa jornada tecnicamente fraquíssima.
Os poucos destaques foram todos defensivos: Dênis e suas defesas milagrosas, Bruno (pouco exigido, já que o "estreante" Iago foi bastante discreto) e Maicon, cobrindo os erros de Lugano. Isso não significa que o time tenha se defendido bem: quem permite ao adversário chutar 27 vezes a gol é porque foi vulnerável a tarde toda. Mena foi bisonhamente expulso, ninguém no setor ofensivo jogou sequer medianamente. Não houve compactação em momento algum: o São Paulo sempre deu espaço ao Grêmio, que deveria ter vencido por diferença maior.
A fase é complicada: sem padrão de jogo e sem objetivos concretos no campeonato, o Tricolor tem boas chances de ser um discreto coadjuvante até o fim do ano. É bem diferente da expectativa de ser campeão da Libertadores que sua torcida tinha até 20 dias, mas é mais condizente com o pobre futebol apresentado na ampla maioria dos jogos desta equipe nestes sete meses iniciais de temporada.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio.
Comentários
Douglas, o goleador!
Quem vai para Douglas?
13 gols marcados, só 5 sofridos, 87,5% de aproveitamento.
Não tem o que criticar desse time em casa. Fora, gostaria de ver um pouco mais de qualidade, principalmente na defesa.
Foram 13 gols feitos fora. É o segundo melhor ataque como visitante: perde só pro Santos, que fez 14 (pra quem fala que o ataque não rende, rebatam essa).
Só que o time tomou 14 gols fora (3/4 do total), e tem um aproveitamento que não chega a 40% (8J, 2V, 3E, 3D, 37,5% AP).
Tivesse o time se aplicado mais na defesa nos jogos fora, a campanha seria bem mais tranquila. E isso que estamos falando de um plantel que sofre constantemente com desfalques.
Em resumo: campanha é boa? Muito. Pode ser melhor? Pode. Melhora o aproveitamento fora e as chances de título, que são reais, ficam bem mais maduras.
Aguardemos os próximos três jogos.
Outra vantagem grande do Grêmio, além da tabela amena nas próximas rodadas, é que enfrentará quatro dos cinco principais rivais atuais de tabela dentro da Arena. Só contra o Santos o confronto é fora de casa.
E como tu disse, a briga está possível porque nenhum time despontou ainda como o Corinthians do ano passado, ou o Cruzeiro 2013/2014. Está tudo muito equilibrado. O que dá até uma certa graça pro campeonato.
http://www.resultados.com/futebol/brasil/serie-a/classificacao/
Esse cara aqui eu não gosto muito, mas essa parte é bem interessante pra ver quem está comparativamente melhor na tabela: http://www.ricaperrone.com.br/classificacao-planejada-2016/