Um ótimo primeiro tempo e um excelente resultado

O Grêmio segue evoluindo, mas ainda não é um time plenamente ajustado. A evolução de hoje foi a vitória fora de casa, que não acontecia desde 29 de maio, e foi a primeira em que o time fez por merecer o resultado positivo longe do Olímpico em todo o Campeonato Brasileiro. Mas, se o primeiro tempo beirou a perfeição, a irregularidade do segundo segue trazendo uma ponta de preocupação, embora o perigo de rebaixamento seja realidade cada vez mais distante.

Os 45 minutos iniciais lembraram a atuação do Grêmio contra o Figueirense nos 7 a 1 de 2008. Absolutamente tudo funcionava bem. Postado dentro do campo do Bahia, o time de Celso Roth mantinha a bola consigo quase que o tempo todo. A marcação por pressão na saída de bola impedia os baianos de articularem qualquer jogada. Houve momentos em que a equipe de Joel Santana não conseguia passar do meio-campo, tal a força da marcação gremista.

Quando fez 1 a 0, em grande jogada de Júlio César para Brandão, o Grêmio já fazia por merecer o resultado. Criara diversas chances. O centroavante finalmente mostrou uma qualidade: o cabeceio. Brandão posicionou-se sempre bem, teve presença de área, segurou os zagueiros e participou dos dois gols no jogo aéreo (errou o gol no 2 a 0, mas ganhou da zaga por cima de novo). Júlio César chegava fácil e com extrema qualidade pela esquerda, Escudero fazia nova grande partida, Fernando e Fábio Rochemback eram dois rochedos.

O segundo gol foi uma pintura, a começar pelo elástico de Douglas, terminando no chutaço de Escudero. E foi outra jogada esplêndida do camisa 10, que fez excepcional primeiro tempo, que o jogo curiosamente mudou. Douglas sofreu o pênalti menos pênalti desde Luizão contra a Turquia na Copa de 2002. A falta foi tão fora da área que o zagueiro do Bahia sequer ingressou nela. Mas a cobrança foi tão bisonha que parecia um pedido de desculpas, tão mal marcada fora a penalidade.

A partir deste erro e do intervalo, o Bahia cresceu no jogo. O segundo tempo foi outro: não houve uma boa partida do tricolor baiano, mas sim uma postura de mera administração de resultado do tricolor gaúcho. Um erro, pois foi adotada cedo demais. O fraquíssimo árbitro carioca Felipe Gomes da Silva marcou outro pênalti inexistente, desta vez a favor dos baianos, convertido por Souza. Gol que refletia o melhor momento do time da casa.

Daí em diante, o Grêmio retomou o controle da partida. Mesmo assim, o 2 a 1 era tão perigoso que dava a impressão de que não havia este controle. O Bahia chegou poucas vezes com perigo depois do gol. Elas ocorreram mais no final do jogo, últimos 10 minutos, simbolizadas na fantástica defesa de Victor em cabeçada do liberado Jones Carioca na pequena área. O segundo tempo gremista assustou, mas o primeiro foi tão excepcional que o resultado acabou sendo merecido.

Foi uma das vitórias mais importantes do time no Campeonato Brasileiro. O Bahia é adversário direto neste momento, e foi batido em Salvador. O Grêmio chega a 27 pontos, abre 6 da zona de rebaixamento, com um jogo a mais por fazer. Respira bem mais tranquilo e sem tanta pressão por resultados num momento que promete ser difícil: a tão temida sequência contra São Paulo, Vasco e Botafogo. O primeiro desafio é domingo, contra o tricolor paulista, num Olímpico por certo lotado.

Em tempo:
- A única lei em que os árbitros brasileiros adotam critérios uniformes é a da compensação.

- Grêmio não vencia o Bahia em Salvador desde 1996, na campanha do bi brasileiro. Naquela oportunidade também foi 2 a 1, gols de Carlos Miguel e Arce.

Campeonato Brasileiro 2011 - 22ª rodada
8/setembro/2011
BAHIA 1 x GRÊMIO 2
Local: Pituaçu, Salvador (BA)
Árbitro: Felipe Gomes da Silva (RJ)
Público: 17.977
Renda: R$ 363.680,00
Gols: Brandão 28 e Escudero 35 do 1º; Souza (pênalti) 12 do 2º
Cartão amarelo: Titi, Ricardinho, Souza, Fabinho, Brandão, Mário Fernandes, Fábio Rochemback, Saimon e Victor
BAHIA: Tiago (6), Jancarlos (3,5) (Maranhão, intervalo - 6), Paulo Miranda (4,5), Titi (4) e Marcos (4,5) ; Fahel (5), Fabinho (4,5), Ricardinho (5) (Jones Carioca, 27 do 2º - 6) e Carlos Alberto (5); Reinaldo (5,5) e Souza (5,5) (Júnior, 34 do 2º - 5,5). Técnico: Joel Santana (5)
GRÊMIO: Victor (7), Mário Fernandes (5,5), Saimon (5,5), Edcarlos (5,5) e Júlio César (7,5); Fernando (6,5), Fábio Rochemback (7), Douglas (7), Marquinhos (6) e Escudero (7); Brandão (7). Técnico: Celso Roth (7)


Comentários

Lique disse…
nos 3 jogos do gremio pelo returno, 3 resultados iguais ao do primeiro turno.
Chico disse…
Vitória importantíssima.