Reação consolidada

Em 2010, a reação do Grêmio foi consolidada de vez numa vitória de 4 a 2 sobre o São Paulo, no Olímpico. Neste ano, foi contra o mesmo tricolor paulista que o time da Azenha confirma a reação no Campeonato Brasileiro. O 1 a 0 foi mais magro que o placar de um ano atrás, mas igualmente convincente. Até porque o time do Morumbi de agora luta pelo título, ao contrário daquele.

O Olímpico viu uma bela partida, de um time ascendente contra outro que briga pela ponta do campeonato. Foi uma partida de alternância de domínios e de situações, apesar do placar mínimo. O Grêmio começou em cima. As boas chegadas do primeiro tempo vinham principalmente pela direita, onde Mário Fernandes passava como um trator por cima de Juan. O São Paulo equilibraria o jogo a seguir, com Casemiro comandando as saídas qualificadas desde a defesa. Mesmo assim, foi a equipe de Roth que terminou melhor a primeira etapa, com Douglas entrando mais no jogo e fazendo uso de seus qualificados lançamentos e cruzamentos.

O segundo tempo marcou uma mudança de postura do Grêmio. Mais bem organizado, o São Paulo controlou e propôs mais o jogo, obrigando o time da casa a fazer uso dos contra-ataques. O gol gremista surgiu no pior momento gaúcho em toda a partida: o tricolor paulista parecia mais perto do gol, e chegou a marcá-lo com Casemiro, mas foi bem anulado pela arbitragem. Foi importantíssimo também por isso: reverteu uma expectativa que parecia desfavorável para quase todo o estádio. Tanto que Roth preparava a entrada de Miralles quando Júlio César fez a grande jogada concluída por Douglas.

O gol afobou o São Paulo e legitimou a postura mais resguardada do Grêmio, que achou uma razão convicente para jogar especulando. Roth a seguir colocou de fato Miralles em campo, apostando em sua maior combatividade se comparando a Leandro. Mesmo assim, eu teria o posto o guri: é mais veloz para puxar contra-ataques e sabe compor melhor a linha de três meias que o argentino, que entrou um tanto atrapalhado. Mesmo assim, isto esteve longe de pôr em risco a vitória. A partir do 1 a 0, o São Paulo chegou poucas vezes com real perigo. Foi mais uma ronda ao redor da área e cruzamentos infrutíferos que grandes oportunidades. Tanto que Victor só fez uma defesa razoavelmente difícil, em arremate de Dagoberto, ainda quando o jogo estava empatado.

A vitória embola a briga pela liderança e afasta o Grêmio da zona de rebaixamento. A distância segue os mesmos 6 pontos do Bahia, mas há uma tendência de crescimento inegável. Falar em Libertadores é tão precipitado quanto citar perigo de cair: afinal, a distância para o G-4 é de 7 pontos, que podem ser 4 se o time derrotar o Santos no jogo atrasado. Ou seja: o tricolor pode estar, na prática, mais perto de disputar a principal competição sul-americana em 2012 que de ser relegado. Mesmo assim, citar a troca de objetivos é ser, puramente, sensacionalista. Afinal, o Grêmio atingiu a parte média da tabela apenas. Jogando uma partida por vez, sem mirar tão longe, como convém neste momento.

Em tempo:
- Celso Roth já chega a 59% de aproveitamento em 9 jogos. Campanha no Olímpico é de 100%: vitórias contra Fluminense, Inter, Atlético/PR e São Paulo.

Campeonato Brasileiro 2011 - 23ª rodada
11/setembro/2011
GRÊMIO 1 x SÃO PAULO 0
Local: Olímpico, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (PR)
Público: 30.078
Renda: R$ 561.727,50
Gol: Douglas 20 do 2º
Cartão amarelo: Marquinhos, Saimon, Júlio César, Douglas, Edcarlos, Casemiro, Juan e Dagoberto
GRÊMIO: Victor (6), Mário Fernandes (7,5), Saimon (7), Edcarlos (5,5) e Júlio César (7); Fernando (6,5), Adilson (5,5), Douglas (7,5), Marquinhos (5,5) (Miralles, 24 do 2º - 4,5) e Escudero (6); André Lima (5,5) (Brandão, 40 do 2º - sem nota). Técnico: Celso Roth (6,5)
SÃO PAULO: Rogério Ceni (5,5), Piris (4,5), João Filipe (6,5), Rhodolfo (6) e Juan (4,5); Wellington (5), Casemiro (6) (Jean, 28 do 2º - 5,5), Carlinhos Paraíba (5,5) e Cícero (5) (Willian, 29 do 2º - 5); Lucas (5,5) e Dagoberto (6) (Rivaldo, 35 do 2º - sem nota). Técnico: Adílson Batista (5,5)


Comentários

Lique disse…
finalmente o douglas acertou esse chute chegando de trás. vimos ele isolar essa bola umas dez vezes antes.

marquinhos e andré lima mereciam ter sido sacados bem cedo no segundo tempo.
Little Potato disse…
- Agora quero ver ganhar dos cara aqui no Olímpico. Com o Celso eles não perdem mais em casa..."
Abel Braga, após Grêmio x Fluminense.

Eu, que concordo, só tô secando fora de casa, que é pra não perder tempo.
Samir disse…
antes achávamos q não tínhamos time nem banco. Agora, com time organizado, temos um bom time e algumas boas peças no banco. A zaga esteve bem guarnecida, Lucas e Dagoberto n tiveram espaço para explorar velocidade. Mario e j.César fantásticos.

A melhor frase para definir o atual momento é tua, professor, qdo tuitaste que esse primeiro momento de Roth a frente do time nunca deveria ter fim, tudo dá certo!

E concordo: falar em liber agora é precipitação. O time está bem, organizado, os líderes estão perdendo, mas ainda é cedo.. Flu e Inter estão crescendo tb.. estão em vantagem...
Lique disse…
o banco do gremio dispoe de qualidade considerável: grohe, gabriel, vilson, rodolfo, colaço, gsilva, adilson, lucio, leandro, miralles e brandao. sao 11 aí. com o time funcionando, dá pra se jogar com essas peças aí e manter um certo nível. fora os novos, todos já foram titulares.
Lique disse…
"jogar" no sentido de trocar um ou outro.
Vicente Fonseca disse…
É como eu disse ano passado: quando o time vai bem, o grupo fica melhor. Esses que vocês citaram (alguns titulares hoje), há um mês, pareciam não servir nem para passar perto do Olímpico.

O grupo do Grêmio nunca foi para ficar lá embaixo. Mesmo assim, considero o do ano passado melhor.
Zezinho disse…
Tem magrão colocando a melhora do time na conta do Paulo Paixão. Se esquecem (novidade...) que Flávio Oliveira foi o preparador físico em 2008, quando o time voou, e que Paixão chegou há um mês.

A mudança é de casamata e comando do futebol. Temos um treinador que treina (eufemismo, pasmém, necessário). Pode não ter estrela, não ser um vencedor, mas é alguém que ensaia jogadas de bola parada, situações adversas de jogo e saber PROPOR.

E aos senhores Cecconi e Sergio Boaz, que dizem que não podem vaiar o Douglas porque não se vaia homem bonito, favor enfiarem os diplomas nos seus respectivos ânus.

Ninguém vai me ensinar e/ou impedir de aplaudir ou vaiar jogador. Tá mal? Corneta nele! Douglas melhorou muito porque foi cornetado (pau no c* do alentazo).

Cecconi dá nos nervos com sua viuvez desde que Renato se foi
Chico disse…
Pau no cú do bambi chorão rogéria ceni. Se esqueceu da última rodada de 2008?

rogéria, tua mãe tem tico!
vine disse…
Impressão minha ou é o Silas vestido de gremista indo comemorar com o Douglas na foto?
Vicente Fonseca disse…
sdhsdahdsahsdsdhsdah

Pior que o Escudero tá parecido com o Silas mesmo nesta foto. Não sei como, pois são completamente diferentes, mas lembra!
Igor Natusch disse…
ONTEM, vaiar o Douglas era meio demente, me desculpem. Deve ter errado dois passes o jogo todo. Jogou muito bem e, mesmo assim, bastava não ter um INFARTO DO MIOCÁRDIO a cada dividida de bola que parte da galera vaiava.

A vaia é um DIREITO INALIENÁVEL do torcedor, mas a gurizada precisa relaxar um pouquinho. Minha opinião.