Uma derrota cheia de motivos

O resultado de 3 a 2 para o Corinthians foi injusto porque conseguido com um gol em pênalti inexistente, e incorreto pelo que foi o jogo. Foi a melhor atuação do Grêmio fora de casa: encarou o adversário sem medo, jogou em seu campo e, vejam só, fez dois gols por merecimento (no campeonato todo havia sido dois contra e um sem querer). Mas também há erros do próprio Grêmio que explicam a oitava derrota tricolor no Campeonato Brasileiro.

A péssima arbitragem de André Luiz Freitas Castro de fato pesou, mas a derrota com boa atuação do Grêmio passou pela desatenção: é inadmissível levar dois gols em dois minutos, ainda mais quando o Tricolor dominava a partida, no segundo tempo. Foi logo após a saída de Vilson e a entrada de Edcarlos. Talvez esta troca tenha desestabilizado o sistema defensivo. O Corinthians, muito qualificado, aproveitou.

Desta vez, Celso Roth carrega sua inegável e visível parcela de culpa. Afinal, substituiu os meias Escudero e Marquinhos no momento em que o time mais precisava trocar passes e conseguir infiltrações: quando o Corinthians estava com um, e depois dois, homem(ns) a menos. Roth "abelou": encheu o time de atacantes e tirou quem poderia lhes passar a bola. Por outro lado, o time terminou a partida com Adilson, Edcarlos, Saimon e Fernando. Não foi por acaso que, no 11 contra 9, as chances de gol foram raríssimas (para não dizer inexistentes), e somente na base do chuveirinho.

O resultado preocupa pela tabela, não pelo jogo. O Grêmio jogou bem de novo e vai, aos pouquinhos, mostrando evoluções. Celso Roth disse que está perto de encontrar o time ideal. O que estaria faltando, então? Defesa e ataque, é a resposta. Desta vez, o mestre em arrumar sistemas defensivos começa a ajeitar o time pelo meio-campo. Fernando, Fábio Rochemback, Marquinhos, Douglas e Escudero, pela segunda vez, fizeram partida consistente. Falta ajeitar a mecânica atrás dos volantes e dar um jeito de André Lima receber mais bolas em possibilidade de conclusão. Suas péssimas atuações não se devem a uma suposta baixa qualidade técnica, mas sim a seu isolamento. Só um excepcional, como Leandro Damião, consegue jogar sozinho.