Ponderação, por favor
A última vez que o Brasil deixou de ganhar um jogo em primeira fase de Copa foi em 1998, contra a Noruega. Portanto, é normal que haja reclamações quanto ao empate contra os portugueses. Mesmo assim, enxergar mil problemas no time de Dunga devido ao 0 a 0 de Durban é, no mínimo, precipitação. Não cabe, porém, enaltecer a atuação brasileira por ser um time que soube jogar com a vantagem, que é muito competitivo, que é pragmático, etc. O Brasil teve sérios problemas, especialmente em seu meio-campo, e poderia ter perdido o jogo, tanto no primeiro como no segundo tempo. Defeitos que precisam ser corrigidos – também para isso serve um jogo como o de hoje.
É necessário entender as circunstâncias antes de atirar as pedras. Sem Robinho, a seleção entrou com Nilmar postado de forma muito mais aguda que o titular, que tem sido quase um quinto homem de meio-campo. Mas, ao contrário de aumentar o poderio ofensivo, esta troca acabou colaborando para uma perda no setor de criação. Não se culpe Nilmar, nem se glorifique Robinho: foi uma opção válida. Porém, somando isso à suspensão de Kaká e a entrada de um Júlio Baptista completamente perdido, o Brasil não criou praticamente nada o jogo inteiro. Não houve articulação, tampouco um meia que chegasse batendo em gol.
Carlos Queiroz, sabendo que os brasileiros teriam dificuldades na armação, postou um zagueiro como lateral-esquerdo e o lateral Fábio Coentrão à frente dele, bloqueando completamente as tabelas de Maicon e Daniel Alves pelo lado direito. À frente da defesa, mais um homem de área, Pepe, improvisado de volante. Cinco zagueiros, portanto. Como Michel Bastos voltou a ser uma nulidade pela esquerda e nenhum jogador de meio caía por aquele lado do campo, Portugal atou o Brasil, que só teve três chances claras de gol o jogo todo: um arremate de Nilmar que Eduardo salvou, uma cabeçada de Luís Fabiano para fora e um chute horroroso de Ramires que desviou na zaga e quase enganou o goleiro.
Portugal apostou nos contra-golpes no primeiro tempo. Como o empate lhe servia, arriscou pouco. Cristiano Ronaldo e Simão Sabrosa fizeram um excelente início de etapa complementar, e o time veio junto com eles. Quase marcou o gol que daria a liderança. Mas logo parou de jogar. Os últimos 15 minutos foram de doer. Jogo de compadres mesmo.
Antes que muitos tenham palpitações com o segundo tempo brasileiro, é preciso entender que o time atuou desfalcado de três titulares importantes do meio para a frente (Kaká, Elano e Robinho), e que a necessidade de vitória era pequena. Para que dar o sangue e arriscar perder alguém lesionado para a próxima fase? É uma pergunta que deve ser feita. Entretanto, há outros questionamentos necessários. No primeiro jogo sem Kaká, a seleção deu razão a muitos que pediam um meia-atacante com características parecidas com as suas entre os convocados. Foi um time sem imaginação, sem incapaz de furar o bloqueio lusitano. Tudo bem que o time não tinha grandes ambições, mas bastou o técnico português trancafiar o lado direito para o Brasil parar ofensivamente.
Também é preciso considerar que tanto Daniel Alves como Júlio Baptista e Nilmar não tiveram boa atuação. É difícil que precisem entrar três reservas de uma vez, e mais difícil ainda que os três joguem mal, pois são grandes jogadores, todos eles. Mas, seguramente, se houve algo a tirar deste jogo é que todos os titulares que ficaram de fora não correm nenhum risco de perder o lugar no time, dado o baixo rendimento dos substitutos. E que Dunga precisa pensar em alternativas caso não possa contar com seu camisa 10.
Foto: Pepe e Felipe Melo proporcionaram um dos duelos mais ríspidos da Copa, o único tempero do chocho empate sem gols de Durban (Reinaldo Marques/Terra).
Comentários
Chegaram a sugerir ele de meia hoje no segundo tempo, para botar o Michel Bastos no jogo e equilibrar com o Daniel Alves pelo lado direito. Sou contra, especialmente caso o Daniel Alves jogue. Ia ser um em cada lado do campo no meio e abrir um buracão pelo centro.
Brincadeiras à parte, nenhum dos reservas agarrou a oportunidade. O time continua o mesmo.
esse jogo mostrou que faltam opções nesse elenco do brasil, mesmo com todos os polivalentes. falta um cara pra mudar o jogo. o que o kléberson faz ali, na boa?
critérios ok, mas parece que ele convocou jogadores como prêmio pela fidelidade, não com a vontade de ganhar um campeonato. mas enfim, acho que ainda dá pra ganhar tranquilamente, só que com o time titular. esse time reserva tá muito fraco. falta craque, falta um cara tipo ALEX, ronaldinho, pato.
até no gol, falta reserva. o júlio césar tá jogando com uma proteção de esquiador na coluna? mucho loco.
sobrou pau nesse jogo, felipe melo conseguiu ser substituído aos 44 do primeiro tempo. ele, o g.silva, o pepe, o duda, tavam muito pela carniça.
É muito bizarro ter um jogador que não tem condições TÉCNICAS de estar ali.
Falando nisso, o Brasil piorou muito a saída de bola sem o Felipe Mello, que estava acertando todas as inversões de jogo (mas também estava acertando todas as canelas, uhasdhasuduhasd)
Tu já tentou assistir alguma partida do camp. francês?? Não consigo ficar mais q dois minutos vendo, é pior que Faustão, uhasasuhdasuhd
E, tipo, problemas para dominar a bola, passar, etc. independem de posição.