No último minuto, Lomas de Zamora

Desta vez um placar condizente com a grandeza do Internacional e a força de seu grupo de jogadores. Pegou o líder do grupo, Deportivo Quito, time modesto, mas combativo e tinhoso, e amassou. A goleada classificou o colorado na liderança da chave, evitou um prematuro duelo com o Cruzeiro e enche de moral o time para o Gre-Nal do próximo domingo – que terá um Grêmio desconfiado após a má atuação de Florianópolis (o que não é necessariamente algo ruim).

Esta deve ser a escalação que irá à Argentina. Bolívar é o melhor zagueiro disponível no Beira-Rio, ao menos dentro de campo. Andrezinho ganhou vaga na criação – embora Giuliano pareça ter finalmente acordado – ao lado de D’Alessandro, de boa atuação novamente. O ataque, mesmo longe de ser brilhante, é o possível. Edu entrou e foi expulso, nada mais. Aposto que começa o clássico de domingo, na pretensão justificável de Fossati de poupar alguns titulares para o duelo contra o Banfield.

Evitar o time mineiro é saudável, mas muitos olham para o Banfield com alívio. Não deveriam. Embora sem grande tradição na Copa, trata-se do atual campeão argentino e time muito bem conceituado por lá atualmente. Ganhou o Apertura e neste Clausura é quinto colocado. Mesmo disputando a Libertadores, alcançou resultados importantes fora de casa (venceu River, empatou com Estudiantes e Vélez). Ademais, apesar de escapar do Cruzeiro, os cruzamentos posteriores serão complicados. Após o Banfield, deve vir o Estudiantes. A seguir, São Paulo, Nacional ou Cruzeiro. Só pedreiras. Manter a diferença de um gol e pegar o já tinhoso Alianza Lima talvez fosse melhor. Porém, não há caminho fácil para ninguém, apesar de o lado da chave de Corinthians, Flamengo e Vélez seja mais ameno.

Abaixo, os cruzamentos e as impressões a respeito deles. Os pares de jogos já estão colocados de forma a projetar as quartas (exemplo: o vencedor de Corinthians x Flamengo pega U. de Chile x Alianza, e assim por diante).

Corinthians x Flamengo: jogo mais chamativo das oitavas, por mobilizar as maiores torcidas da América do Sul – cerca de 50 milhões de torcedores no todo. O Corinthians, apesar de líder geral na fase de grupos, ainda está devendo melhor futebol. Entretanto, vem melhor que o Flamengo, que deve trocar de técnico nas próximas horas, mesmo classificado.

Universidad de Chile x Alianza Lima: bom confronto entre dois times pouco cotados no início, mas de tradição no torneio e boas campanhas até aqui (ambos já derrotaram Flamengo e Estudiantes, respectivamente). Muito equilíbrio, mas os chilenos parecem mais consistentes que os peruanos, os quais deverão apostar suas fichas numa boa diferença aberta no primeiro jogo, em casa.

Vélez Sarsfield x Chivas: reprise do duelo pelas quartas de 2006, onde os mexicanos surpreenderam e tiraram os argentinos. Classificado no Mexicano por antecipação, com a segunda melhor campanha da competição, tudo dependerá se a equipe de Guadalajara for a campo com titulares ou reservas, como muitos no México fazem em Libertadores. Mas, mesmo sem empolgar muito, o Vélez é favorito.

Libertad x Once Caldas: confronto entre dois emergentes do futebol sul-americano nos últimos anos. E muito equilíbrio. Os paraguaios ainda não foram devidamente testados nesta Libertadores. Os colombianos, classificados desde a penúltima rodada, têm a altitude de Manizales como aliada – ao menos discursam assim seus adversários. Difícil apostar em alguém.

São Paulo x Universitario: é o brasileiro que pegou o confronto mais ameno nas oitavas. Ainda invicto na Libertadores, o Universitario irá de franco atirador diante do irregular time do Morumbi. São Paulo favorito, apesar do surpreendente bom momento dos clubes peruanos no cenário continental.

Nacional x Cruzeiro: grande jogo. O Nacional cresce a cada ano, e parece sempre mais próximo de voltar a disputar uma final de Libertadores. Priorizou a Copa em detrimento do título uruguaio e mantém-se invicto, líder de um grupo que tinha o campeão argentino e batendo-o fora de casa por 2 a 0. Já o Cruzeiro, vice-campeão da América, é um dos principais favoritos à conquista da taça e passou num grupo complicado, com Vélez e Colo Colo, ainda que em segundo lugar. Leve favoritismo brasileiro. Mas leve mesmo.

Estudiantes x San Luis: confronto mais desparelho de todos. Campeão continental, o Estudiantes parece ainda melhor que em 2009: líder do grupo e do Clausura argentino, tem de longe o melhor plantel do país. Enfrentará o lanterna disparado do Campeonato Mexicano. Seria a maior zebra da Libertadores a eliminação da esquadra de Verón e Boselli.

Internacional x Banfield: muito equilíbrio. O Inter, apesar de pouco empolgar, é time de chegada e tem o respeito da imprensa argentina. Já o Banfield é o campeão nacional e jogará a primeira em casa – no temível Florencio Sola, em Lomas de Zamora, acanhado e que mete pressão. Impossível apontar favorito, mas o primeiro jogo indicará pistas fundamentais. Vencendo bem, os argentinos encaminham a vaga para um duelo doméstico com os Pinchas; alcançando resultado reversível, as chances coloradas aumentam para a volta, no Beira-Rio.

Copa do Brasil

Vai dar Grêmio x Fluminense, Santos x Atlético-MG, quatro jogaços. Quem sobreviver a isto, chegará mais que testado à final. Só sobraram times de Série A. Mais que quente, a Copa do Brasil.

Foto: autor de golaço no comecinho, Andrezinho pode, enfim, estar encaminhando sua titularidade (AFP).