Victor e Borges: o poder das pontas

Capão da Canoa

O Grêmio conseguiu algo que nenhum outro clube grande alcançou: venceu seu adversário por dois gols de diferença e eliminou uma data do calendário. Ao lado do tricolor, somente o Atlético-GO, entre os de Série A, passaram adiante de primeira (o outro foi o Bahia, que está na Segunda).

Mais uma vez, entretanto, o time de Silas teve uma atuação cheia de problemas na parte defensiva. A linda de impedimento, recurso que havia sido sepultado no Olímpico desde a saída de Celso Roth, parece voltar a pleno vapor em 2010. Contra o Veranópolis, por exemplo, o time já levou um gol assim. Ontem, não foi diferente. Trata-se de um artifício extremamente duvidoso, que serve para mascarar deficiências de uma defesa fraca. Não fosse por Victor, a classificação não teria vindo.

E por Borges, claro. Oito jogos, nove gols. Um começo de ano que um centroavante gremista não alcançava há 30 anos, quando Baltazar, nos nove primeiros jogos de 1980, marcou 10 vezes. Quando Borges dominou aquela bola na entrada da área, aos 40 do segundo tempo, todos já sabiam como a jogada terminaria.

Douglas voltou a mostrar categoria, fazendo inversões, limpando marcadores com facilidade e dando uma rolada açucarada para Fábio Rochemback marcar o gol da virada. Aliás, este volante, quando simplificou, fez bem seu papel. Inventando, se perde. No meio, o destaque foi novamente para a ótima movimentação de Maylson pela direita, o que segurou Mário Fernandes mais no campo de defesa. Pela esquerda, as subidas ficavam a cargo de Lúcio – e foi por ali que o Grêmio mais jogou.

Mas Silas ainda não acertou a defesa. Em oito partidas na temporada, o Grêmio não deixou de levar gols em nenhuma. É o que falta para este time de muito boa qualidade no setor ofensivo virar uma boa equipe inteiramente. Mais que um volante, o tricolor precisa é de um lateral-direito de alto nível ou um zagueiro de alto nível, ou dos dois. Quem vier primeiro, desloca Mário Fernandes para o centro ou o lado da defesa.

Copa do Brasil

Não pude escrever ontem, mas se o fizesse ressaltaria que, ao contrário dos últimos anos, desta vez a Copa do Brasil deverá ter um nível melhor. Já tivemos um melhora na edição de 2009, e agora a evolução parece que seguirá adiante. Há mais times bons entre os grandes do País que não se classificaram à Libertadores. Nenhum deles ainda pronto, mas todos bons projetos: além do Grêmio, Santos, Fluminense, Atlético-MG, Vitória e Palmeiras despontam como os principais nomes. O Botafogo ainda precisa crescer muito.

Libertadores

Segunda expulsão de Gilberto em dois jogos. A primeira derrota brasileira foi do seu Cruzeiro, ontem, diante do Vélez Sarsfield. Quando Kleber, o Gladiador, “passa tranquilidade” a um companheiro é porque a coisa séria. Numa chave bem equilibrada, que ainda tem o Colo Colo, ao menos um ponto na Argentina seria ótimo. Não veio, devido às circunstâncias, mas não é motivo de desespero. Basta confirmar o fator local no Mineirão.


Carnaval
Este blog não funcionará de hoje até a quarta de cinzas. Não porque sejamos foliões incorrigíveis (eu, ao menos, não sou), mas porque tudo fica com mais difícil acesso neste período quando não se tem internet em casa, e porque, sejamos francos, são pouquíssimos os que entram na internet nestes quatro dias carnavalescos. Entretanto, na quarta-feira, voltaremos a pleno vapor. E sem este ritmo mais pausado do verão.