Enfim, a prioridade

O jogo de domingo e seu resultado estão diretamente ligados ao jogo de hoje. Mas a recíproca não é verdadeira. Não acredito em qualquer abalo emocional de jogadores que nem entraram em campo contra o Novo Hamburgo por causa da eliminação precoce no Gauchão. Talvez na torcida isto se reflita em uma impaciência, mas não de início, apenas se a vitória não vier ou o time não atuar bem.

Este é o primeiro grande ponto. O Internacional começa hoje a disputar o título que é sua predileção, como de resto para todos os grandes brasileiros e argentinos que começam uma temporada tendo a Taça Libertadores no calendário. Tão importante que o clube abre mão do estadual e até mesmo das primeiras rodadas do campeonato nacional, se for o caso de concomitância de disputa. Isto deve ser assumido e ficar bem claro. Estabelecer prioridades é importante. Mesmo elencos bons têm seus limites.

O Emelec parece ser um bom time. Chegou aqui após eliminar dois adversários respeitáveis: a LDU, no Campeonato Equatoriano, e o Newell’s Old Boys, argentino, na fase preliminar. Inclusive, não perdeu em Rosário, segurando um empate em 0 a 0 no temível Coloso del Parque. Veremos o que pode fazer hoje, no Beira-Rio.

O Deportivo Quito é o campeão nacional. É obsessão dos equatorianos imitar a LDU. Todos sentem que é possível após os dois Maracanazos recentes contra o Fluminense. Jorge Fossati foi sincero e politicamente incorreto ao afirmar que devem constituir difícil oposição apenas na altitude. A derrota de 2 a 0 para o Cerro, em Montevidéu, comprova isso. Este, aliás, o colorado terá a sorte de pegar em Rivera, com maioria de torcida.

Não se trata de um grupo tão fácil, mas o Internacional terá seus atalhos, como este de jogar na fronteira do estado contra os uruguaios. A de hoje promete ser uma das partidas difíceis, além das outros duas no Equador. Vejamos o que Fossati prepara. Impossível ele não ir melhor que em 2009, quando sua LDU foi lanterna do grupo e nem passou de fase. Mesmo com alguns erros de escalação. Hoje é o primeiro dia de Libertadores para os colorados, e a partir desta noite veremos, pelos onze que entrarão em campo, o que Fossati pensa do time para esta competição.

A lista

Confesso que não me surpreende a não entrada de Marquinhos na lista dos 25 que jogarão a Libertadores. Terminou o ano passado em alta, mas perdeu lugar na hierarquia de atacantes, como Leandro Damião. Mas poderia ter entrado no lugar de Walter: jogou menos que Damião até agora e daria mais uma opção de velocidade ao ataque. Seria importante fora de casa. Thiago Humberto, outro preterido, deixa o time com apenas três meias (Andrezinho, D’Alessandro e Giuliano). Das duas uma: ou Fossati pensa que Kleber pode jogar na função em caso de desfalques, ou o time seguirá mesmo neste 3-5-2 com apenas um articulador.

Semiótica vermelha

Bela foto na página 48 de Zero Hora desta terça, de Adriana Franciosi. Abbondanzieri, de braços abertos em forma de “T”. Atrás dele, o letreiro de muro do Beira-Rio com a palavra “história”, e o “t” da palavra coincide com o formato dos braços abertos do goleiro. De fato, história é o que não lhe falta, ainda mais em competições sul-americanas.