Saci Pererê em crise de identidade
Chuteiras, caneleiras, calções, camisetas e meias. A equipe do Internacional voltou para o segundo tempo da partida contra o Vitória trajando todo o equipamento necessário para a prática do esporte bretão. Porém, assombrosamente, os onze jogadores voltaram para o campo sem a cabeça, tal e qual a mula do folclore brasileiro. A falta deste órgão mostrou-se fatal, não só pela impossibilidade de dar uma cabeçada em um escanteio, como para o fato de os atletas não poderem usar o cérebro que talvez possuíssem anteriormente.
No primeiro tempo as duas equipes buscavam atacar e ter o domínio da posse de bola, e o Internacional até conseguia ficar mais tempo com a redonda. Boas jogadas eram realizadas de lado a lado, embora as defesas e os dois goleiros estivessem bastante ligados. Com isso, a maioria das chances criadas era em chutes de média distância. Quando os atacantes finalmente conseguiam ficar de frente para o gol, sempre havia um defensor para acossar o chute, além da já relatada boa participação dos arqueiros. O empate era justo, e a sensação era de que com pequenos ajustes o Internacional poderia chegar à vitória.
Foi quando o fato misterioso ocorreu. Eu vi com os dois óio que a terra há de comer. Os jogadores colorados entraram completamente desligados para o segundo tempo. Os dois meias se arrastavam. Os marcadores corriam atrás dos baianos desorganizadamente. Quando a bola era retomada, logo alguém dava um lançamento ao léu. Todos os atletas caíram vertiginosamente de produção em relação ao primeiro tempo.
Do outro lado, o time treinado por Vagner Mancini voltou melhor para a segunda etapa, como é o natural do futebol. Os experientes Ramón e Leandro tomavam conta da Avenida Danilo Silva. Os atacantes Roger e Neto Beirola começaram a aparecer pro jogo, assim como Apodi e Vanderson. O primeiro gol rubro-negro saiu em uma distração fatal de Sandro. Num escanteio cobrado no primeiro pau, simplesmente deixou Uelliton subir sozinho e meter para o gol. Mas também, sem cabeça, de que adiantaria pular?
O segundo gol também sintetizou o que foi o Internacional no segundo tempo. O pênalti sofrido por Roger, embora bastante discutível, só ocorreu porque Índio chegou atrasado na jogada e de forma estabanada, o que lhe é peculiar. O zagueiro colorado também não demonstrou qualquer preocupação com a possibilidade de cometer a falta, pois poderia muito bem ter esperado o atacante do Vitória tentar dominar a bola, uma vez que o lançamento nada foi nada primoroso e dificilmente redundaria em gol.
Sou um defensor da continuidade no futebol e, muitas vezes, apoiei a permanência de Tite quando todos clamavam por sua saída. Porém, acho que só um novo treinador pode dar o ânimo necessário para o sprint final do campeonato brasileiro. O discurso do técnico parece não ter mais impacto no elenco colorado.
Jogadores em má fase técnica que não dão mostras de estarem buscando evolução, quantidade de cartões e pênaltis desnecessários, dificuldades em manter a atenção e bom posicionamento durante todos os noventa minutos são motivos pelos quais considero a troca de treinador essencial para a seqüência do certame. Tite não consegue fazer com que o grupo de jogadores queira ganhar o campeonato brasileiro. Uma prova disso é que os atletas dentro de campo pouco conversam para tentar mudar as coisas e não conseguem reagir psicologicamente a momentos ruins nas partidas.
- Em tempo: um escândalo o gol de mão marcado por um jogador do Paraná Clube, em partida ocorrida hoje à tarde contra o Ceará. O responsável pelo quadro de árbitros já informou que Charles Hebert não apita mais este ano. Entretanto, o caso precisa ser investigado na esfera criminal. O Ceará atualmente ocupa a última vaga à Série A, posto cobiçado por várias equipes mais poderosas economicamente que vêm logo atrás.
Campeonato Brasileiro 2009 – 25ª rodada
19/setembro/2009
VITÓRIA 2 x INTERNACIONAL 0
Local: Barradão, Salvador (BA)
Árbitro: Alicio Pena Júnior (MG)
Público: 19.033 pagantes
Renda: R$ 388.620
Gol: Uelliton 14 e Roger 31 do 2º
Cartão Amarelo: Taison, Índio, Alecsandro e Uelliton
VITÓRIA: Viáfara (7), Apodi (6), Wallace (6,5), Fábio Ferreira (6) e Leandro (6,5); Vanderson (6,5), Uelliton (6) (Bida, 38 do 2º - sem nota), Leandro Domingues (5,5) (Magal, 18 do 2º - 6) e Ramón (7); Neto Berola (6) e Roger (5,5). Técnico: Vagner Mancini (6,5)
INTERNACIONAL: Lauro (6,5); Danilo Silva (5), Índio (5), Fabiano Eller (6) e Kleber (5); Sandro (4,5), Guiñazu (5,5), Andrézinho (5) (Marquinhos, 34 do 2º - 5) e Dalessandro (5) (Vagner Libano, 20 do 2º - 4); Taison (5) (Edu, 29 do 2º - 5) e Alecsandro (4,5). Técnico: Tite (4)
No primeiro tempo as duas equipes buscavam atacar e ter o domínio da posse de bola, e o Internacional até conseguia ficar mais tempo com a redonda. Boas jogadas eram realizadas de lado a lado, embora as defesas e os dois goleiros estivessem bastante ligados. Com isso, a maioria das chances criadas era em chutes de média distância. Quando os atacantes finalmente conseguiam ficar de frente para o gol, sempre havia um defensor para acossar o chute, além da já relatada boa participação dos arqueiros. O empate era justo, e a sensação era de que com pequenos ajustes o Internacional poderia chegar à vitória.
Foi quando o fato misterioso ocorreu. Eu vi com os dois óio que a terra há de comer. Os jogadores colorados entraram completamente desligados para o segundo tempo. Os dois meias se arrastavam. Os marcadores corriam atrás dos baianos desorganizadamente. Quando a bola era retomada, logo alguém dava um lançamento ao léu. Todos os atletas caíram vertiginosamente de produção em relação ao primeiro tempo.
Do outro lado, o time treinado por Vagner Mancini voltou melhor para a segunda etapa, como é o natural do futebol. Os experientes Ramón e Leandro tomavam conta da Avenida Danilo Silva. Os atacantes Roger e Neto Beirola começaram a aparecer pro jogo, assim como Apodi e Vanderson. O primeiro gol rubro-negro saiu em uma distração fatal de Sandro. Num escanteio cobrado no primeiro pau, simplesmente deixou Uelliton subir sozinho e meter para o gol. Mas também, sem cabeça, de que adiantaria pular?
O segundo gol também sintetizou o que foi o Internacional no segundo tempo. O pênalti sofrido por Roger, embora bastante discutível, só ocorreu porque Índio chegou atrasado na jogada e de forma estabanada, o que lhe é peculiar. O zagueiro colorado também não demonstrou qualquer preocupação com a possibilidade de cometer a falta, pois poderia muito bem ter esperado o atacante do Vitória tentar dominar a bola, uma vez que o lançamento nada foi nada primoroso e dificilmente redundaria em gol.
Sou um defensor da continuidade no futebol e, muitas vezes, apoiei a permanência de Tite quando todos clamavam por sua saída. Porém, acho que só um novo treinador pode dar o ânimo necessário para o sprint final do campeonato brasileiro. O discurso do técnico parece não ter mais impacto no elenco colorado.
Jogadores em má fase técnica que não dão mostras de estarem buscando evolução, quantidade de cartões e pênaltis desnecessários, dificuldades em manter a atenção e bom posicionamento durante todos os noventa minutos são motivos pelos quais considero a troca de treinador essencial para a seqüência do certame. Tite não consegue fazer com que o grupo de jogadores queira ganhar o campeonato brasileiro. Uma prova disso é que os atletas dentro de campo pouco conversam para tentar mudar as coisas e não conseguem reagir psicologicamente a momentos ruins nas partidas.
- Em tempo: um escândalo o gol de mão marcado por um jogador do Paraná Clube, em partida ocorrida hoje à tarde contra o Ceará. O responsável pelo quadro de árbitros já informou que Charles Hebert não apita mais este ano. Entretanto, o caso precisa ser investigado na esfera criminal. O Ceará atualmente ocupa a última vaga à Série A, posto cobiçado por várias equipes mais poderosas economicamente que vêm logo atrás.
Campeonato Brasileiro 2009 – 25ª rodada
19/setembro/2009
VITÓRIA 2 x INTERNACIONAL 0
Local: Barradão, Salvador (BA)
Árbitro: Alicio Pena Júnior (MG)
Público: 19.033 pagantes
Renda: R$ 388.620
Gol: Uelliton 14 e Roger 31 do 2º
Cartão Amarelo: Taison, Índio, Alecsandro e Uelliton
VITÓRIA: Viáfara (7), Apodi (6), Wallace (6,5), Fábio Ferreira (6) e Leandro (6,5); Vanderson (6,5), Uelliton (6) (Bida, 38 do 2º - sem nota), Leandro Domingues (5,5) (Magal, 18 do 2º - 6) e Ramón (7); Neto Berola (6) e Roger (5,5). Técnico: Vagner Mancini (6,5)
INTERNACIONAL: Lauro (6,5); Danilo Silva (5), Índio (5), Fabiano Eller (6) e Kleber (5); Sandro (4,5), Guiñazu (5,5), Andrézinho (5) (Marquinhos, 34 do 2º - 5) e Dalessandro (5) (Vagner Libano, 20 do 2º - 4); Taison (5) (Edu, 29 do 2º - 5) e Alecsandro (4,5). Técnico: Tite (4)
Comentários
Sobre o Tite, não morrerei abraçado com ele, e também já me posicionei, rodadas atrás, no sentido de que, mesmo não sendo o grande culpado, achava que não conseguiria reverter.
O problema é que eu acho que respinga na direção. Fernando Carvalho é que deu a dura em todo mundo, e aparentemente deu certo. Só que isso só se faz uma vez. Se em dois meses, voltamos a dizer que um time com 43 pontos com chances claras de ser campeão não consegue ter ânimo, é porque o discurso dele não está dando certo. Isso pode ser um sinal de alerta para o Fernando Carvalho também.
Sobre o jogo: Mancini ajeitou o Vitória. Time muito bem treinado, toque de bola envolvente. O primeiro tempo foi parelho com o Inter tendo chances um pouco mais claras, mas o segundo foi um passeio. Mesmo assim, quando estava 0 a 0, Kleber perdeu chance de ouro. Em jogo difícil assim, não pode. Aliás, é um desperdício vê-lo retraído para cobrir, do lado oposto, as fragilidades ofensivas do Danilo Silva.
e nunca tinha visto um gol de mão onde a mão tivesse tão longe da cabeça do goleador. incrível. mas não acho que tenha a ver com esfera criminal, acho que foi ruindade do juiz, mesmo.
Aqui tá meio úmido o tempo, e deve chover logo. Coitada da minha RENETE (VdeP eterna!)...
O que torna totalmente suspeito o gol de mão, foi o fato de o assistente assinalar e o juiz dar de ombros.
E o pior é que uma derrota como essa que sofreu o Ceará pode gerar um desânimo, uma instabilidade emocional. Ser roubado na cara dura é um golpe forte. Acho que mataram o Vovô nesse Série B.
Porém, a esperança é de que, com treinador novo, os jogadores voltem a ter concentração. Se tu fores ver, o Tite também não definiu um padrão de jogo até agora, e mesmo assim a qualidade técnica do elenco tem conseguido bons resultados.
O que falta pro Inter é concentração.
Percebam, vocês são gremistas, hsahuadshuasdhuasdhuasdhuashuasuasdhahsu
Mas olha Prestes, como gremista a coisa que mais quero é ver o Inter trocando de técnico na reta final do Brasileirão. Mas ok, os argumentos que tu expôs são bem razoáveis, porém entendo que seria errado. Já passou a hora de trocar de técnico, era lá atrás.
Mas não é Tite, é time! Assim como no jogo do Cruzeiro, o Sandro não marcou ninguém, deixando o Guiñazu sozinho a marcar no meio e expondo a zaga, que foi o que o Inter teve de melhor ontem. Dessa vez o ataque não funcionou e D'Ale e Andrezinho se arrastaram em campo. Espero que contra o Flamengo o time tenha uma atitude completamente diferente.
O Tite não é nenhum Ênio Andrade, mas também está longe de ser um Gallo. Trocar agora só vai piorar as coisas.
Ah, não foi penalti do Índio, o cara se jogou.
Haha, boa definição!
Só discordo que a zaga tenha ido bem, achei que o Índio foi comprometedor.
Se o teu defensor não pula num escanteio, falta quem mantenha o time concentrado.
Se o teu zagueiro toda hora chega atrasado, comete indisciplinas em todas as partidas, falta comando.
Se o teu atacante não faz gol há meses e não dá sinal de aprimoramente, falta comando.
Se precisa que o técnico lembre o jogador de pular a cada escanteio o Inter deveria contratar a Mary Poppins, pois os jogadores devem estar precisando de uma BABÁ! Não estou eximindo o Tite de culpa, não sou defensor dele, mas colocar toda a culpa nele é ridículo!
Os caras ganham uma nota, tudo em dia, trabalham em uma das melhores estruturas do futebol brasileiro e quando não jogam nada a culpa é do técnico??? Não me adimira que não estejam se esforçando, toda a pressão está sobre o Tite! Os jogadores tem que sentir a pressão também!