O resultado, acima de tudo
Não chegou a ser o primeiro jogo onde o Grêmio enfrentou adversidades, pois aquele de Santiago teve clima igualmente inóspito ao tricolor, pela pressão da torcida. Mas Caracas é a primeira parada desta Libertadores onde o tricolor teve de demonstrar resistência além de futebol. Aliás, futebol é o que menos se viu esta noite no Estádio Olímpico da capital venezuelana.
É bom ressaltar este aspecto, que influiu diretamente no andamento da partida. O resultado foi o que o Grêmio melhor conseguiu hoje à noite. O gramado, de fato, era até pior do que se pensava. O Caracas, mais acostumado ao campo, nem fez cerimônia: desde o primeiro minuto, buscava apenas os levantamentos para a área como única forma de agredir o time gaúcho. Logo no começo, Cichero subiu enquanto a defesa tricolor ficou parada e fez 1 a 0, para explosão de alegria da torcida rubro-negra.
A pressão era forte. Atônito pelo começo alucinante do time da casa, o Grêmio demorou a se encontrar na partida. Visivelmente nervoso e perdido, o time de Autuori insistia em tentar tabelamentos e trocas de passe quando isso era quase impossível. Como a bola quicava loucamente na cancha, a diferença técnica entre os times passou a importar pouco. Embalado pela torcida e pelo gol cedo, sobrou disposição ao Caracas. Mesmo que jogasse pouco, marcava os gaúchos com força e eficiência.
Difícil era que o time da casa mantivesse o ritmo no segundo tempo. Os primeiros 15 minutos do Grêmio na etapa complementar foram horrendos. Sem conseguir encaixar ataques e sem retenção na frente, o Caracas era mais perigoso e perdia chances, algumas por desatenções e/ou displicência da defesa. Mas cansou, como era previsto. A entrada de Alex Mineiro no lugar de Jonas deu uma jogada na frente, um tabelamento, uma possibilidade de pensar. O time foi ocupando o campo adversário e empatou, com Fábio Santos aproveitando de cabeça uma falta bem batida por Tcheco.
Aí, o momento varzeano. Subitamente, liga-se o sistema drenagem do Estádio Olímpico de Caracas, tipo aquelas que ajudam a regar o jardim de casa. Detalhe: apenas no campo de defesa do Grêmio, tornando-o escorregadio e propenso a chutes de longa distância. Fora isso, o tricolor ainda enfrentou a impossibilidade de aquecer seus reservas em local onde não fossem arremessados objetos neles e, ainda por cima, a arbitragem nitidamente caseira do uruguaio Roberto Silvera.
O Grêmio jogou pouco, quase nada. Em momento algum esteve perto de jogar bem. Talvez não pudesse fazer muito mais mesmo, pelos problemas que indiquei. O Caracas, aliás, foi o menor dos problemas. Mas há que ressaltar o espírito de luta do time, que diante das várias dificuldades enfrentadas conseguiu arrancar um ótimo resultado, que o deixa à beira das semifinais. Em Porto Alegre, no Olímpico de grama sem pedregulhos, ficará mais evidente a diferença de qualidade entre os times. O próprio empate de 1 a 1, diante de tantos descontos que possam ser feitos, já é um indicativo disso. O lado ruim da noite foram os erros de posicionamento nas bolas paradas, algo até então inédito na exitosa campanha da equipe nesta Libertadores.
Taça Libertadores da América 2009 – Quartas de final – Jogo de ida
27/maio/2009
CARACAS 1 x GRÊMIO 1
Local: Olímpico, Caracas (VEN)
Árbitro: Roberto Silvera (URU)
Público: não divulgado
Gols: Cichero 1 do 1º; Fábio Santos 29 do 2º
Cartão amarelo: Figueroa, Castellín, Tcheco, Léo e Ruy
CARACAS: Vega (5), Romero (5,5), Barone (6), Rey (6) e Cichero (6); Vera (5,5), Piñango (5,5), Figueroa (5,5) (Guerra – 5) e Gómez (4,5) (Escobar – 5); Rentería (5,5) (Prieto – 5) e Castellín (5). Técnico: Noel Sanvicente (5,5)
GRÊMIO: Victor (7), Léo (5), Rafael Marques (5) e Réver (5,5); Ruy (6), Adílson (5), Tcheco (5), Souza (5,5) (Túlio – sem nota) e Fábio Santos (5,5); Jonas (4) (Alex Mineiro – 5,5) e Maxi López (5). Técnico: Paulo Autuori (5)
Foto: Juan Carlos Hernández/AP
É bom ressaltar este aspecto, que influiu diretamente no andamento da partida. O resultado foi o que o Grêmio melhor conseguiu hoje à noite. O gramado, de fato, era até pior do que se pensava. O Caracas, mais acostumado ao campo, nem fez cerimônia: desde o primeiro minuto, buscava apenas os levantamentos para a área como única forma de agredir o time gaúcho. Logo no começo, Cichero subiu enquanto a defesa tricolor ficou parada e fez 1 a 0, para explosão de alegria da torcida rubro-negra.
A pressão era forte. Atônito pelo começo alucinante do time da casa, o Grêmio demorou a se encontrar na partida. Visivelmente nervoso e perdido, o time de Autuori insistia em tentar tabelamentos e trocas de passe quando isso era quase impossível. Como a bola quicava loucamente na cancha, a diferença técnica entre os times passou a importar pouco. Embalado pela torcida e pelo gol cedo, sobrou disposição ao Caracas. Mesmo que jogasse pouco, marcava os gaúchos com força e eficiência.
Difícil era que o time da casa mantivesse o ritmo no segundo tempo. Os primeiros 15 minutos do Grêmio na etapa complementar foram horrendos. Sem conseguir encaixar ataques e sem retenção na frente, o Caracas era mais perigoso e perdia chances, algumas por desatenções e/ou displicência da defesa. Mas cansou, como era previsto. A entrada de Alex Mineiro no lugar de Jonas deu uma jogada na frente, um tabelamento, uma possibilidade de pensar. O time foi ocupando o campo adversário e empatou, com Fábio Santos aproveitando de cabeça uma falta bem batida por Tcheco.
Aí, o momento varzeano. Subitamente, liga-se o sistema drenagem do Estádio Olímpico de Caracas, tipo aquelas que ajudam a regar o jardim de casa. Detalhe: apenas no campo de defesa do Grêmio, tornando-o escorregadio e propenso a chutes de longa distância. Fora isso, o tricolor ainda enfrentou a impossibilidade de aquecer seus reservas em local onde não fossem arremessados objetos neles e, ainda por cima, a arbitragem nitidamente caseira do uruguaio Roberto Silvera.
O Grêmio jogou pouco, quase nada. Em momento algum esteve perto de jogar bem. Talvez não pudesse fazer muito mais mesmo, pelos problemas que indiquei. O Caracas, aliás, foi o menor dos problemas. Mas há que ressaltar o espírito de luta do time, que diante das várias dificuldades enfrentadas conseguiu arrancar um ótimo resultado, que o deixa à beira das semifinais. Em Porto Alegre, no Olímpico de grama sem pedregulhos, ficará mais evidente a diferença de qualidade entre os times. O próprio empate de 1 a 1, diante de tantos descontos que possam ser feitos, já é um indicativo disso. O lado ruim da noite foram os erros de posicionamento nas bolas paradas, algo até então inédito na exitosa campanha da equipe nesta Libertadores.
Taça Libertadores da América 2009 – Quartas de final – Jogo de ida
27/maio/2009
CARACAS 1 x GRÊMIO 1
Local: Olímpico, Caracas (VEN)
Árbitro: Roberto Silvera (URU)
Público: não divulgado
Gols: Cichero 1 do 1º; Fábio Santos 29 do 2º
Cartão amarelo: Figueroa, Castellín, Tcheco, Léo e Ruy
CARACAS: Vega (5), Romero (5,5), Barone (6), Rey (6) e Cichero (6); Vera (5,5), Piñango (5,5), Figueroa (5,5) (Guerra – 5) e Gómez (4,5) (Escobar – 5); Rentería (5,5) (Prieto – 5) e Castellín (5). Técnico: Noel Sanvicente (5,5)
GRÊMIO: Victor (7), Léo (5), Rafael Marques (5) e Réver (5,5); Ruy (6), Adílson (5), Tcheco (5), Souza (5,5) (Túlio – sem nota) e Fábio Santos (5,5); Jonas (4) (Alex Mineiro – 5,5) e Maxi López (5). Técnico: Paulo Autuori (5)
Foto: Juan Carlos Hernández/AP
Comentários
futebol é o que menos se viu esta noite no Estádio Olímpico da capital venezuelana.Justamente por isto foi que eu não fiquei tão revoltado com a atuação do Grêmio.
Inaceitavel mesmo foi tomar um gol de bola para com um minuto de jogo.
Não gostei da atuação do Grêmio, sobretudo no primeiro tempo. Levar gol no primeiro minuto me lembrou aquele Cruzeiro x Grêmio do ano passado. Simplesmente inaceitável. Temi que a falta de atitude que critiquei no Grêmio em alguns jogos da primeira fase fosse nos comprometer. O estádio (mais amplo que o campo) estava impróprio para futebol, mas o Grêmio demorou demais para entrar no jogo.
Gol do Grêmio semelhante ao que fizemos contra o Atlético. Impressionante a bola do Tcheco, ele também bateu uma igual no último grenal (bola cabeceada na trave).
o gol do tcheco foi uma maravilha. sim, pq o gol foi dele. retardou a cobrança e achou um cone livre por trás da zaga.
Souza cobra a falta, que sobe, faz uma curva por fora, procurando o gol. A bola bate na quina entre a trave e o travessão. E o comentário:
- É, estávamos dizendo que esse goleiro não passa segurança
Brincadeira, não gostei do time ontem também, mas o gramado foi uma bela (e verdadeira) desculpa
Até agora não vi direito a falta que originou o gol gremista. Mas não botei no FX porque deu AZAR. Quando o Caracas, a única providência que eu podia tomar era trocar de canal. hdshdss
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&uf=2&local=18&template=3948.dwt§ion=Blogs&post=185958&blog=30&coldir=1&topo=3994.dwt
André, como sempre, um cometa nos links. Hehe.
Tricolor esmagará na volta. Estarei presente.
Resultado EXCELENTE. Gramado de várzea (com direito a irrigação durante o jogo, só do lado gremista, diga-se), juiz localista, gandulas foram passear, catimba pegando, gol contra nós logo no início... E mesmo assim saiu um empate, e o Caracas não jogou nada também, convenhamos. Terminei a partida CONTENTE com o resultado, e ainda mais convicto de que estamos muito vivos na luta pela taça. Temos problemas para acertar, mas agora o Autuori vai ter tempo para isso.
E uma coisa: não sei se é reflexo do momento do co-irmão, mas parte da torcida gremista anda numa amargura de dar tristeza, vergonha até. Li comentários por aí que pelamor... Parece até que o Caracas perdeu de nos dar uma goleada histórica (como o gênio Wianey Carlet parece ter dado a entender no Sala de hoje), que nada presta e que temos que colocar os JUVENIS em campo, porque com esse time não vai dar. Menos, pessoal, MUITO MENOS.
Acho que Souza e Ruy foram mais lúcidos. Aliás, até gostei do Ruy ontem, melhor que nos últimos jogos. Mas acho que todos estiveram mais ou menos no mesmo nível, que não foi lá muito alto, diga-se.
Concordo que o Ruy foi muito superior ao que anda sendo, o que é um sinal animador de que, talvez, volte a ser o bom jogador do começo da temporada. Torceremos.
Contudo no final do jogo fui obrigado a mudar. Os caras estavam torcendo bastante, falando coisa do tipo "sem falta", "sai Victor"
Denúncia: print do Inter é uma farsa
Nos comentários do post anterior, recebemos inúmeras denúncias de que o print do tópico da comunidade do Inter no Orkut é falso. Segundo os colorados, é uma montagem feita pelos gremistas para tentar incrimar a torcida do Inter.
Obrigada aos internautas que alertaram, em especial ao Fábio que deu indícios reais da farsa. O post em questão foi retirado do ar a pedido de internautas.http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&uf=1&local=1&template=3948.dwt§ion=Blogs&post=186148&blog=30&coldir=1&topo=4238.dwt
O bom agora é que teremos três semanas de folga da Liber pra acertar alguns problemas que o time enfrenta, como a marcação do meio-campo.
Gremista amargo que vá assistir o futebol doce da beira do lago degustando morangos e amendoins.