No sufoco, o Atlético Paranaense derrota o Vasco, para alívio do técnico Fabiano Soares


Poucos clubes de elite têm tido um 2017 tão errático quanto o Atlético Paranaense. O que era pretensamente um projeto sólido de modelo de futebol sob o comando de Paulo Autuori (ainda há quem acredite nisso) virou de pernas para o ar com os maus resultados de campo. O técnico virou dirigente, pediu as contas, voltou uma semana depois, Eduardo Baptista assumiu, durou algumas semanas, deu seu posto ao desconhecido Fabiano Soares... que já está pressionadíssimo no cargo, por incrível que pareça.

Fabiano estreou no empate em casa com o Botafogo, 0 a 0, no último dia 20. A seguir, levou 2 a 0 da Ponte Preta em casa e, com time quase reserva, perdeu para um mistão do Grêmio por 3 a 2, pela Copa do Brasil, também na Arena da Baixada. Eram duas semanas de trabalho e três jogos, mas a torcida já clamava por sua saída. E ele sabia da pressão: durante o jogo com o Tricolor Gaúcho, repetiu, quase como um mantra, que era preciso apenas vencer para estancar a crise, já que devolver o 4 a 0 de Porto Alegre era missão impossível. Não deu.

Diante do Vasco, a estratégia foi a de todo time em crise e pressionado: resguardar-se atrás e especular contragolpes. Deu certo: a equipe carioca vem em momento melhor, mas é jovem e irregular. Tem suas limitações, portanto. Mais experiente, o Furacão soube aguardar o momento certo de dar o bote, e aproveitando um erro do lateral Henrique, Ribamar definiu a vitória por 1 a 0 em Volta Redonda.

A pressão nos minutos finais foi forte, mas o Atlético conseguiu resistir. Faltou qualidade ao Vasco para ir além do abafa e dos cruzamentos, mas, ainda assim, o empate quase veio. No último lance do jogo, a bola bateu duas vezes na trave. Um lance de sorte de quem quer ver a maré mudando. Ou de quem precisa ver a maré mudando.

O fim da Era Felipe Melo no Palmeiras
Cuca tentou preservar Felipe Melo ao falar que não existe laranja podre no Allianz Parque, quando perguntado a respeito do afastamento do volante. Mas era óbvio que as coisas não andavam bem: o áudio no qual o centromédio reclama do treinador é dele mesmo, o próprio confessou. Beber umas a mais não lhe dá o direito de falar o que quer. Reclamar e colocar a culpa no ombro dos companheiros pelo empate que eliminou a equipe da Copa do Brasil também não.

A verdade é que, em sete meses no Palmeiras, Felipe Melo jogou pouco e falou muito. Virou refém de um personagem que ele próprio criou para tentar ganhar a simpatia da torcida. Notabilizou-se mais por cumprir a promessa de arranjar confusão com jogadores do Peñarol em Montevidéu do que por desarmes, passes certos e um espírito de liderança realmente útil para o projeto do clube. Já vai tarde.

Cruzeiro decide em casa contra o Grêmio
Decidido o sorteio da Copa do Brasil, mas uma vez o Grêmio decidirá o mata-mata longe da Arena. A semifinal terá mando contrário à do ano passado, quando a equipe fez 2 a 0 no Cruzeiro em pleno Mineirão e depois só administrou a vantagem em Porto Alegre. Mas Pedro Rocha tem razão quando fala que não há diferença entre decidir em casa ou fora: o Grêmio vem jogando até melhor longe de casa e, nesta Copa do Brasil, sobrou nas duas fases mesmo disputando a partida de volta fora. Como raramente deixa de fazer gols como visitante, o fator local tem pesado menos do que normalmente desde que Renato Portaluppi chegou.

Aliás, alguém lembra o último jogo fora da Arena no qual os titulares deixaram de marcar ao menos um golzinho? Foi diante do próprio Cruzeiro, dez meses atrás, pelo Brasileirão.

Foto: Fábio Wosniak/Atlético Paranaense.

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