O gol do Inter foi legal, mas o Luverdense só perdeu por causa da arbitragem. Por isso, a polêmica
O lance que deu a vitória de 1 a 0 ao Internacional sobre o Luverdense é daqueles cuja discussão é interminável. É difícil não ser parcial neste caso, pois trata-se de um raro caso de polêmica de arbitragem no qual os dois lados têm boa dose de razão em seus apontamentos.
Não há contestação legal ao lance: o gol de William Pottker foi absolutamente legal. E o árbitro Igor Júnio Benevenuto, que viveu momentos de pesadelo por conta do lance, foi perfeito. Viu que o auxiliar Márcio Eustáquio Santiago se precipitou ao dar o impedimento passivo de Pottker no começo da jogada, chamou a autoridade para si com correção e deu seguimento à jogada. Tudo conforme a regra. Não caiu no erro do bandeira e viu que ele tinha se equivocado mesmo sem estar no mesmo paralelo da jogada.
Ponto.
Apesar disso, é impossível dizer que o Luverdense não tem razão em reclamar. Seus jogadores erraram ao parar com a sinalização do bandeira? Sim, claro. Jamais se deve parar até que o árbitro apite, é uma lei básica de sobrevivência no futebol competitivo. No entanto, o erro não foi um equívoco técnico comum, mas sim completamente induzido por um equívoco do auxiliar, que, além de ter erguido a bandeira com convicção num primeiro momento, chega, a seguir, a se posicionar dentro do campo em meio ao lance - atitude que normalmente indica que o jogo está parado. O próprio Pottker chega a ficar estático em algumas frações de segundo com a marcação confusa do assistente.
Joanderson se beneficiou do fato de estar com a bola e, apesar de sua inexperiência, ter tido uma presença de espírito maior de seguir o lance, como também manda a lei de sobrevivência do futebol nesses casos. Estava errado? Não, o Inter não tem nada com isso. Mas é impossível não se identificar com o discurso indignado dos jogadores do Luverdense após o jogo. Tanto Pottker quanto Danilo Fernandes, em entrevistas após a partida, mostraram certo constrangimento pelo fato de o gol da vitória ter surgido desta forma, um sinal claro de que não estávamos diante de algo normal.
Dito isso, vem a constatação mais preocupante da noite: somente com a zaga e o goleiro do Luverdense parados é que o Internacional conseguiu fazer um gol. O time mato-grossense reclama porque, apesar de o lance ter sido correto em termos legais, ele sabe que só perdeu o jogo por culpa, sim, de um erro da arbitragem - no caso, uma precipitação do bandeira, que induziu a defesa inteira a parar no lance. Por isso, a revolta. A lembrança de que a equipe já havia sido prejudicada em outros jogos, o fato de a jogada ter ocorrido nos acréscimos e ter sido num confronto contra o maior time do campeonato, em seu estádio, só aumentam a sensação de injustiça ou perseguição, a ponto de atletas como o atacante Douglas Baggio deixarem o campo chorando de raiva. Seja qual fosse a decisão, ela seria injusta de qualquer modo. Afinal, o Inter não tem nada a ver com isso, e também merecia a continuidade legal do lance.
A preocupação colorada, no caso, é mais uma vez sobre o desempenho. Não fosse o imponderável desta jogada tão rara, o Luverdense seria o sexto time em sete jogos a sair do Beira-Rio tirando pontos do Colorado na Série B. O desempenho, mais uma vez, foi fraquíssimo: um jogo de doer de tão fraco, no qual o time gaúcho até teve suas chances (o goleiro Diogo Silva foi destaque da noite), mas nunca trabalhando a bola, e quase sempre na base de cruzamentos e chutões. O futebol do Inter é paupérrimo, o pior de sua história. Mesmo com toda a ajuda dos inconstantes adversários, o time não entra no G-4 a preocupantes cinco rodadas.
A vitória de ontem, portanto, traz um certo alívio, e olhe lá. A atuação foi sofrível e não indica melhora alguma, nem traz qualquer perspectiva a curto de prazo de crescimento. Serviu para a tabela, mas não para amenizar a pressão. Porque todos sabem que, mesmo legal, o gol só surgiu de uma excentricidade. Na normalidade, o time de Guto Ferreira teria fracassado mais uma vez.
Foto: Ricardo Duarte/Internacional.
Não há contestação legal ao lance: o gol de William Pottker foi absolutamente legal. E o árbitro Igor Júnio Benevenuto, que viveu momentos de pesadelo por conta do lance, foi perfeito. Viu que o auxiliar Márcio Eustáquio Santiago se precipitou ao dar o impedimento passivo de Pottker no começo da jogada, chamou a autoridade para si com correção e deu seguimento à jogada. Tudo conforme a regra. Não caiu no erro do bandeira e viu que ele tinha se equivocado mesmo sem estar no mesmo paralelo da jogada.
Ponto.
Apesar disso, é impossível dizer que o Luverdense não tem razão em reclamar. Seus jogadores erraram ao parar com a sinalização do bandeira? Sim, claro. Jamais se deve parar até que o árbitro apite, é uma lei básica de sobrevivência no futebol competitivo. No entanto, o erro não foi um equívoco técnico comum, mas sim completamente induzido por um equívoco do auxiliar, que, além de ter erguido a bandeira com convicção num primeiro momento, chega, a seguir, a se posicionar dentro do campo em meio ao lance - atitude que normalmente indica que o jogo está parado. O próprio Pottker chega a ficar estático em algumas frações de segundo com a marcação confusa do assistente.
Joanderson se beneficiou do fato de estar com a bola e, apesar de sua inexperiência, ter tido uma presença de espírito maior de seguir o lance, como também manda a lei de sobrevivência do futebol nesses casos. Estava errado? Não, o Inter não tem nada com isso. Mas é impossível não se identificar com o discurso indignado dos jogadores do Luverdense após o jogo. Tanto Pottker quanto Danilo Fernandes, em entrevistas após a partida, mostraram certo constrangimento pelo fato de o gol da vitória ter surgido desta forma, um sinal claro de que não estávamos diante de algo normal.
Dito isso, vem a constatação mais preocupante da noite: somente com a zaga e o goleiro do Luverdense parados é que o Internacional conseguiu fazer um gol. O time mato-grossense reclama porque, apesar de o lance ter sido correto em termos legais, ele sabe que só perdeu o jogo por culpa, sim, de um erro da arbitragem - no caso, uma precipitação do bandeira, que induziu a defesa inteira a parar no lance. Por isso, a revolta. A lembrança de que a equipe já havia sido prejudicada em outros jogos, o fato de a jogada ter ocorrido nos acréscimos e ter sido num confronto contra o maior time do campeonato, em seu estádio, só aumentam a sensação de injustiça ou perseguição, a ponto de atletas como o atacante Douglas Baggio deixarem o campo chorando de raiva. Seja qual fosse a decisão, ela seria injusta de qualquer modo. Afinal, o Inter não tem nada a ver com isso, e também merecia a continuidade legal do lance.
A preocupação colorada, no caso, é mais uma vez sobre o desempenho. Não fosse o imponderável desta jogada tão rara, o Luverdense seria o sexto time em sete jogos a sair do Beira-Rio tirando pontos do Colorado na Série B. O desempenho, mais uma vez, foi fraquíssimo: um jogo de doer de tão fraco, no qual o time gaúcho até teve suas chances (o goleiro Diogo Silva foi destaque da noite), mas nunca trabalhando a bola, e quase sempre na base de cruzamentos e chutões. O futebol do Inter é paupérrimo, o pior de sua história. Mesmo com toda a ajuda dos inconstantes adversários, o time não entra no G-4 a preocupantes cinco rodadas.
A vitória de ontem, portanto, traz um certo alívio, e olhe lá. A atuação foi sofrível e não indica melhora alguma, nem traz qualquer perspectiva a curto de prazo de crescimento. Serviu para a tabela, mas não para amenizar a pressão. Porque todos sabem que, mesmo legal, o gol só surgiu de uma excentricidade. Na normalidade, o time de Guto Ferreira teria fracassado mais uma vez.
Foto: Ricardo Duarte/Internacional.
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