Derrota para o Boa Esporte em pleno Beira-Rio é o menor momento da história do Internacional
Quantificar fiasco é muito subjetivo. A derrota em casa para o Boa Esporte, sofrida ontem pelo Internacional, certamente é um vexame, mas é difícil falar que foi o maior da história do clube. Há quem lembrará os 4 a 0 para o Juventude na semifinal da Copa do Brasil de 1999, a derrota para o Mazembe em 2010, os 5 a 0 no Gre-Nal de 2015 e para a Chapecoense em 2014, ou o próprio rebaixamento à Série B, ocorrido no ano passado. Mas uma coisa é inquestionável: em nenhum desses momentos, nem mesmo no da queda à segunda divisão, o Inter foi tão pequeno quanto ontem.
A partida deste sábado era a da vitória para consolidar G-4, confirmar o bom resultado contra o Brasil de Pelotas e iniciar uma campanha de protagonista - nada mais do que obrigações do Inter, por seu tamanho enquanto clube, diga-se de passagem. Mas não aconteceu nada disso: mais uma vez, o time de Guto Ferreira sofreu para criar perigo contra um adversário que entrou em campo na risível 16ª colocação. Já estamos em julho, e o Colorado ainda não se deu conta de que todos os jogos da Série B, ao menos os em casa, serão assim: será preciso ter paciência e imaginação para furar adversários fechados.
Mesmo fraquíssimo, o Boa não teve grandes problemas para neutralizar o Inter. E, vendo que o bicho estava longe de ser feio, passou a gostar do jogo. Antes mesmo do intervalo o time mineiro já vinha crescendo, comandado pelo meia Felipe Mateus. No começo da etapa final, passou a criar uma chance atrás da outra, até abrir o placar num lance que escancarou a fragilidade defensiva do time gaúcho. E mais: sem problemas para administrar o resultado, a equipe visitante conseguiu segurar o 1 a 0 mesmo tendo um jogador expulso aos 37 do segundo tempo. Jogou 12 minutos com um a menos, portanto.
Na comparação com o rival Grêmio e sua acidentada trajetória em 2005, o jogo deste sábado tem a proporção do vexame de Anápolis, quando o Tricolor levou 4 a 0 da modesta (e futuramente rebaixada à Série C) Anapolina e viveu o menor momento de sua história. Ontem, não foi por goleada, é verdade. Mas foi em casa, contra um time tão fraco quanto os goianos de 12 anos atrás, e com um homem a mais na reta final. E, apesar de todas essas facilidades, o Inter, mais uma vez, não acertou sequer um chute no gol de seu adversário - como diante de Santa Cruz e Paraná. Os oito arremates (número baixíssimo) foram para fora. O Colorado não acerta um chute na goleira do Beira-Rio desde que bateu o Náutico por 4 a 2, 22 dias atrás.
Fora do G-4, o Internacional é uma panela de pressão sem que ninguém esteja conseguindo baixar o fogo. Guto Ferreira resistiu ao fracasso, mas esta semana tem ares de última chance. Nem o confinamento de três dias em Viamão resultou em qualquer melhora de desempenho de sua equipe, ao contrário. Um novo mau resultado sábado que vem, contra o Criciúma, deve derrubá-lo. A ira da torcida, que depredou parte do lado externo do Beira-Rio, deixa claro qual é o ambiente que vive o clube. O pior de todos os ambientes em 108 anos de história.
Foto: Luiz Munhoz/Agência Estado/Boa Esporte.
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BOA SEGUNDA!