O Grêmio teve uma estreia digna de quem defende o título na Copa do Brasil

Na campanha que levou o Grêmio ao seu quinto título da Copa do Brasil, a equipe de Renato Portaluppi demonstrou muito mais facilidade de vencer seus jogos fora de casa que dentro da Arena. No único confronto que jogou a primeira em casa, o Tricolor venceu o Palmeiras por um magro 2 a 1. Estrear na defesa do título em casa diante do Fluminense trazia um certo temor por conta disso. Mas a equipe gaúcha passou com louvor pelo teste.

Foi uma estreia digna de um atual campeão que pensa em renovar sua hegemonia no torneio. O Fluminense é um típico time de Abel Braga, que se atira, mas oferece espaços. Troca gols com o adversário e costuma começar bem os jogos. Ontem foi assim: como no Fla-Flu que decidiu o Campeonato Carioca, fez um gol num escanteio logo cedo, mas não resistiu à maior qualidade de seu adversário.

Sofrer um gol de bola parada tem sido uma preocupante constante gremista nos últimos jogos. No entanto, isso é um detalhe diante do resto do que o time de Renato fez: sem se apavorar com o gol sofrido, o Grêmio esperou o susto de sair atrás logo de cara baixar para aos poucos tomar conta do jogo e construir um resultado sólido para a partida de volta. Nesta reação, há de se ressaltar o papel do menino Arthur: com a incumbência de substituir ninguém menos que o capitão e dono do meio-campo Maicon, mostrou grande personalidade de chamar o jogo nos difíceis minutos iniciais e criar a jogada do gol que ele próprio marcou, em tabelamento duplo com Luan e Barrios, ainda cedo no jogo. Transborda qualidade esse jogador.

Ainda assim, o primeiro tempo foi relativamente equilibrado. Mesmo que não tenha quase ameaçado o gol de Marcelo Grohe após abrir vantagem, o Fluminense tinha marcação encaixada e conseguia impedir o Grêmio de exercer uma pressão maior. Quando o time da casa ensaiou um domínio maior, perdendo duas chances claras com Pedro Rocha, o primeiro tempo acabou. E o segundo começou preocupante, com o time carioca mais propositivo e os gaúchos, de início, um tanto confusos. Mas durou pouco tempo.

Sem se afobar, o Grêmio novamente foi assumindo o comando da partida até virar. Um gol idêntico ao marcado contra o Iquique no Chile, com Kannemann desviando escanteio no primeiro pau e Barrios completando para as redes - mérito de Renato, portanto. Melhor ainda foi a boa mexida feita por ele minutos antes, retirando o apagado Pedro Rocha para colocar Everton. Diante de uma defesa insegura, o ponta gremista tinha tudo para fazer estrago. E fez, iniciando muito bem a jogada que culminou no golaço de Barrios. Uma conclusão a la Romário do paraguaio, sem sair do lugar, apenas gingando e enquadrando o corpo para tirar o zagueiro e chutar no cantinho, deixando Diego Cavalieri sem reação.

Cabia até mais, tamanho o domínio gremista a partir dos 20 minutos. Mas o resultado de 3 a 1 é ótimo: ainda não classifica o Grêmio para as quartas, mas o encaminha. Tendo na segurança defensiva uma de suas principais armas, o time gaúcho dificilmente levará 2 a 0 no Rio - até porque o Flu raramente sai de um jogo sem ser vazado. E vale lembrar: sem Edílson, Maicon e Miller Bolaños em campo. Alguém ainda acha que falta grupo?

Em tempo:
- Com nove gols, Barrios já ultrapassou Miller Bolaños como artilheiro gremista em 2017. Ajeitar o paraguaio, o equatoriano e Luan é o maior desafio que Renato terá a partir das próximas semanas.
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Copa do Brasil 2017 - Oitavas de final - Jogo de ida
17/maio/2017
GRÊMIO 3 x FLUMINENSE 1
Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Dewson Freitas Silva (PA)
Público: 22.788
Renda: R$ 496.703,00
Gols: Renato Chaves 4 e Arthur 17 do 1º; Barrios 19 e 25 do 2º
Cartão amarelo: Henrique Dourado, Gustavo Scarpa, Sornoza, Wendel e Renato
GRÊMIO: Marcelo Grohe (5), Léo Moura (5,5), Geromel (6,5), Kannemann (7,5) e Cortez (6); Michel (5,5), Arthur (7,5) (Fernandinho, 42 do 2º - sem nota), Ramiro (6), Luan (6) e Pedro Rocha (5) (Everton, 17 do 2º - 6); Barrios (8) (Jaílson, 36 do 2º - sem nota). Técnico: Renato Portaluppi
FLUMINENSE: Diego Cavalieri (5), Renato (5,5), Renato Chaves (5,5), Henrique (5,5) e Léo (5,5); Pierre (5) (Gustavo Scarpa, 32 do 2º - sem nota), Sornoza (5,5) e Wendel (6); Richarlison (5,5) (Maranhão, 32 do 2º - sem nota), Henrique Dourado (4,5) e Marcos Júnior (5) (Marquinhos Calazans, 37 do 2º - sem nota). Técnico: Abel Braga

Foto: Lucas Uebel/Grêmio.

Comentários

Chico disse…
Foi o melhor jogo da Arena nesta temporada

El matador Barrios. Totalmente adaptado ao time

O golo dos cariocas foi uma vergonha. O atacante fluminense totalmente livre.

Salve Rei Arthur!

Quem falar que Luan não joga nada ou que deve ser vendido deve receber 100 chibatadas em praça pública