Na noite das viradas, Libertadores vê a morte de um favorito e o renascimento de outro

O drama do Flamengo nas suas disputas recentes de Libertadores parece não ter fim. De 1993 para cá, somente em 2010 chegou nas quartas de final - isso depois de uma queda traumática nas oitavas de 2008 para o América-MEX. De 2012 em diante, nem da fase de grupos passou. Em 2017, esta sina tinha tudo para ter fim, com o melhor time formado pelo clube carioca em muitos anos. Mas a decepção veio de novo, e muito forte.

Nem vamos falar da estreia arrasadora, os 4 a 0 sobre o San Lorenzo. Vamos nos debruçar apenas no jogo de ontem: para cair fora da Libertadores, o Flamengo teria de perder seu jogo e ver o Atlético-PR, tão combalido por três goleadas recentes sofridas nas últimas semanas, ganhar fora de casa da Universidad Católica. Já por isso, uma eliminação era improvável. E o começo dos jogos indicava isso: Fla e Católica saíram na frente.

Os ventos mudaram no segundo tempo: o Furacão virou, sofreu o empate e voltou a ficar à frente, vencendo por 3 a 2. O resultado era ruim para o Flamengo, mas só tomar uma virada em Buenos Aires o tiraria da Libertadores. O problema é que isso realmente aconteceu: Angeleri, aos 29, e Belluschi, aos 46, fizeram os gols da classificação dramática do San Lorenzo às oitavas.

Para quem tanto investiu, contentar-se em jogar a Copa Sul-Americana é muito pouco. Mas o Flamengo paga um preço alto por ser um time caseiro: ganhou todas no Maracanã, mas não obteve um ponto sequer fora de casa. Num grupo forte e equilibrado, isso acabou custando muito caro. Com um elenco forte e atenção total ao Brasileiro a partir de agora, o Rubro-Negro desponta, em tese, como maior candidato ao título nacional. Isso se a crise não bater forte após esta queda.

Vale lembrar que o San Lorenzo repete um doce roteiro vivido em 2014: diante de uma equipe carioca, marca gol nos acréscimos e se classifica às oitavas quando ninguém mais acreditava. O time de Diego Aguirre é muito bom. Tão bom que começou mal por estar sem ritmo de jogo devido à paralisação do Campeonato Argentino nos primeiros meses do ano, mas ainda assim se recuperar neste grupo difícil e se classificar como líder. A Libertadores viu um favorito morrer ontem, mas também presenciou o renascimento de outro.

Em tempo:
- Renasce também a Chapecoense. A surpreendente vitória de 1 a 0 sobre o Lanús deixa o time catarinense na dependência apenas de si próprio para chegar às oitavas. Basta vencer o lanterna Zulia e deixar a bronca toda para Nacional e Lanús, que se enfrentam em Montevidéu - vantagem do empate para os uruguaios neste caso.

Copa do Brasil
O Internacional tem evidentes dificuldades, mas vem fazendo um papel condizente com sua grandeza na Copa do Brasil - no trágico 2016 também foi assim, por sinal. Perder só por 1 a 0 para o campeão brasileiro Palmeiras mantém o Colorado com chances razoáveis de seguir adiante, embora, claro, não seja exatamente o mais provável.

Foto: San Lorenzo/Divulgação.

Comentários

Vine disse…
Esta não é a primeira vez que o San Lorenzo passa para as oitavas depois de ser campeão?
Vicente Fonseca disse…
Sim! Em 2015 e 2016 caiu na primeira fase. Incrível o azar dos argentinos nos sorteios: em 2015, pegou Corinthians e São Paulo; no ano passado, Grêmio, LDU e Toluca. Neste ano, só pedreira de novo.