Reação da Católica em Curitiba já deixa o Atlético Paranaense sob tensão logo na estreia

Empate cedido no fim frustrou 24 mil torcedores na Arena
O primeiro dia da fase de grupos da Libertadores já reservou partidas marcantes, como a estreia da Chapecoense (e com vitória) diante do Zulia, da Venezuela. De cara, a impiedosa e surpreendente goleada de 6 a 2 aplicada pelo Jorge Wilstermann sobre o Peñarol também chamou a atenção de todo o continente. Mas o jogo mais esperado da noite ainda estava por vir: Atlético Paranaense e Universidad Católica abririam, na Arena da Baixada, o grupo mais complicado e parelho da Libertadores, ao menos em tese. De fato, a partida foi dura, encruada, com reviravoltas e muita emoção em seu final, especialmente.

Bicampeã chilena, a Católica começou a temporada muito mal. Chegou à capital do Paraná com quatro derrotas consecutivas na conta do seu campeonato nacional. Nada mais natural do que jogar fechada e buscando contragolpes, portanto. No entanto, o golaço de Lucho González logo aos quatro minutos colocou água nos planos do técnico Mario Salas. Uma jogada linda, que iniciou num lançamento de Thiago Heleno para Jonathan, que deu um passe rasteiro certeiro para o chute de primeira do argentino.

Apesar de ainda zonzo pelo gol sofrido, o time visitante se recompôs em campo e tratou de tentar o empate. Tinha qualidade e experiência para isso: apesar da má campanha em 2017, uma equipe com nomes como Kalinski, Fuenzalida, Noir, Buonanotte e Santiago Silva precisa sempre ser respeitada. Porém, bem encaixado, o Atlético foi implacável na marcação: manteve uma postura agressiva, mantendo as rédeas do jogo, inflamado pelo gol e pela torcida entusiasmada. Atuações como a de Nikão, Otávio, Jonathan e Lucho merecem destaque. Mas o placar ficou só no 1 a 0, o que mantinha os chilenos vivos no confronto.

Diante disso, na etapa complementar, a equipe visitante tratou de ir para cima de vez - cenário que lembrou as posturas de Colo-Colo e Olimpia contra o Botafogo, no Engenhão, ainda nas fases preliminares de mata-mata. Muito concentrado, porém, o Atlético manteve-se firme na tarefa de neutralizar o time da casa. Sofreu um pouco no começo, mas logo retomou o controle das ações e manteve os chilenos longe de sua área. O golaço de Nikão, aos 30, parecia o auge da noite: 2 a 0 e um prêmio à bela atuação coletiva do time de Paulo Autuori, que vencia um jogo fundamental em casa, uma bela estreia em um grupo tão equilibrado.

O problema é que junto deste 2 a 0 veio um relaxamento e um recuo, erros que em nenhum momento ocorreram antes. Ou melhor, ocorreram: diante do Deportivo Capiatá, o Furacão obteve uma virada marcante e entregou o empate no fim do jogo. Desta vez, a vantagem era mais confortável, de dois gols, mas o adversário era também mais qualificado. Postado atrás demais, o Atlético permitiu ao time chileno uma série de cruzamentos perigosos em sua área. Llanos descontou aos 40, aparentemente tarde demais, mas a Arena esfriou, parecia que pressentindo que o pior viria. E veio aos 43, com Noir. Pablo ainda quase fez nos acréscimos, mas não deu.

Um inacreditável empate cedido em três minutos. Castigo cruel demais a uma atuação que foi ótima durante 75 dos 90 minutos da noite curitibana. Esse é o problema: na Libertadores, a concentração máxima é a lei, como o próprio Capiatá já ensinara ao Furacão algumas semanas atrás. Em um grupo que conta com Católica, San Lorenzo e Flamengo, não dá para vacilar. Já são dois pontos preciosos deixados pelo caminho, e dentro de casa.

Foto: Marco Oliveira/Atlético Paranaense.

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