O árbitro "catimbeiro" que expulsou Luís Fabiano também salvou sua pele no Clássico dos Milhões

Quando um árbitro se torna o personagem principal de uma partida é porque as coisas não andaram bem para o seu lado. No caso do jogo entre Flamengo e Vasco, ontem à noite, o caso ganhou contornos até pitorescos. Ou alguém aí está acostumado a ver juiz catimbando como se fosse zagueiro argentino?

Luiz Antônio Silva dos Santos, afastado hoje por conta de sua má arbitragem no jogo em Brasília, acabou salvando a equipe cruz-maltina ao dar um pênalti inexistente do lateral Renê aos 47 minutos do segundo tempo. Salvou também a pele de Luís Fabiano: aos 8 minutos do segundo tempo, o centroavante foi expulso e deixou o Vasco com um jogador a menos. Foi um acerto de sua atuação a expulsão, já que o Fabuloso o peitou após levar cartão amarelo. O folclórico desta história toda é que Luiz Antônio "simulou" falta: é verdade que Luís Fabiano meteu-lhe um peitaço, mas sua queda para deixar explícita a leve agressão foi tão pirotécnica que chegou a causar risos nas arquibancadas do Mané Garrincha.

O centroavante ficou furioso, claro. O que ele não contava é que o próprio Luiz Antônio salvaria sua pele nos acréscimos, ao dar o pênalti inexistente convertido por Nenê. Afinal, a derrota vascaína se devia, basicamente, à desvantagem numérica que a equipe ficou por conta do destempero de seu camisa 9. Personagem importante do primeiro gol do jogo ao roubar de Réver uma bola próxima à área, Luís Fabiano deixou o Vasco na mão com o cartão vermelho: sua equipe controlava o Flamengo e vencia por 1 a 0 até aquele instante. Em dez minutos, se desorganizou e tomou a virada. Só não perdeu porque a arbitragem viu erradamente uma mão de Renê na área, quando a bola, na verdade, explodiu em sua barriga.

O empate em 2 a 2 acabou sendo uma crueldade com o Flamengo, que merecia ter vencido pelo que jogou no segundo tempo. Na etapa inicial, o gol relativamente cedo do rival foi sentido pelo time de Zé Ricardo, que tinha desfalques importantes, notadamente Diego e Guerrero, chamados para a disputa das eliminatórias. No segundo tempo, porém, a história foi outra: Everton e Mancuello cresceram, Willian Arão e Márcio Araújo ganhavam todas no meio e Berrío, além de marcar um golaço, infernizou a defesa do Vasco na base da velocidade e força física. É verdade que esta boa partida rubro-negra só veio quando foram 11 contra 10, mas o domínio nos 30 minutos finais foi absoluto. Fica o castigo pelo desperdício das chances criadas.

A frustração é grande para o Flamengo, mas sua situação no Campeonato Carioca é muito tranquila. O mesmo não se pode dizer do Vasco: o resultado acabou sendo bom pelas circunstâncias, mas foi ruim em termos de tabela - a equipe de Milton Mendes é apenas a quarta colocada de seu grupo, que tem seis participantes, faltando duas rodadas para o final da fase de grupos da Taça Rio. E fica o alerta: além de já ter sido eliminado da Copa do Brasil e de fazer um estadual ruim, em 2017 o time cruz-maltino também vai mal em clássicos, ao contrário do ano passado. Levou goleada do Fluminense, empatou com o Botafogo e perderia as duas para o Flamengo, não fosse a irregularidade do pênalti nos descontos. Para quem começa mais uma vez com perspectivas difíceis na Série A, vide a escalação modesta que começou o jogo ontem, é algo mais do que preocupante.

Foto: Nelson Costa/Vasco e Gilvan de Souza/Flamengo.

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