Os antigos ídolos fizeram a diferença
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| Aírton fez um golaço e foi destaque enquanto esteve em campo |
A noite não prometia ser simples. Mesmo empurrado por uma torcida entusiasmada, o Botafogo não havia convencido em nenhum dos jogos deste início de ano, e enfrentaria um adversário organizado e com tradição no torneio. O começo foi complicado: com o liso Vejar solto pela esquerda em cima do estreante Jonas, o Colo-Colo de Pablo Guede parecia ter uma proposta defensiva com três zagueiros, mas sua postura era diferente. O jogo começou franco, de encaixe de marcação de lado a lado, e no mínimo bastante equilibrado.
Principal diferencial técnico do Fogão em potencial, Montillo sentiu o peso da falta de entrosamento. Camilo e Rodrigo Pimpão o auxiliaram bastante, voltando até o meio para bloquear os avanços dos alas chilenos e recompor as duas linhas de quatro propostas por Jair Ventura e deixando o companheiro solto para pensar o jogo. Mas a falta de ritmo e de entrosamento pesaram, além da eficiente marcação do Colo-Colo, que conhece o nível do argentino desde os tempos de Universidad de Chile. Isso tudo complicava muito a criação dos cariocas.
Era quando Camilo e Pimpão se soltavam que o time da casa conseguia levar perigo. Chegou ao 1 a 0 num golaço de Aírton, seu primeiro pelo Botafogo, com direito a matada no peito e chute de bate-pronto com enorme categoria, impensável para quem o via maltratar a bola no Flamengo. O Colo-Colo sentiu o gol e o jogo ficou bom para a equipe da casa, agora podendo se dar ao luxo de jogar como mais bem fez em 2016: de forma reativa. Tendo mais espaço para agir, Camilo foi o nome do jogo até o fim do primeiro tempo. Mas foi Pimpão quem criou e batalhou para que o segundo gol, contra, acontecesse.
A vantagem de 2 a 0 levada para o intervalo era ótima, superior ao desempenho do time no primeiro tempo. Mas a saída de Aírton pesou muito na etapa final, forçando Bruno Silva a se deslocar da direita para o meio, o que abriu um corredor que foi fatal para que o Colo-Colo, agora reforçado pelo insinuante Gonzáles, descontasse logo cedo. Com novo ânimo a partir do gol marcado fora de casa, o time chileno foi mais perigoso durante quase toda a etapa final, esfriando o Engenhão. A saída de Camilo relativamente cedo, aos 30 minutos, piorou a situação, terminando de vez com a criação do time. Montillo, em princípio, era a substituição correta.
A vantagem de 2 a 1 não agradou o técnico Jair Ventura, que deixou o campo visivelmente irritado com o gol sofrido. Ainda assim, ela existe, e não pode ser desconsiderada: conhecido pela eficiência quando joga pressionado, o Botafogo entrará em vantagem em Santiago, o que era fundamental que ocorresse. Se apresentar o mesmo bom nível de 2016, tem chances bem grandes de voltar classificado. A irregularidade apresentada neste início de temporada é que deixa o torcedor com a pulga atrás da orelha.
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Copa Libertadores 2017 - 2ª fase - Jogo de ida
1º/fevereiro/2017
BOTAFOGO 2 x COLO-COLO 1
Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Juan Soto (VEN)
Público: 38.357
Renda: R$ 1.898.390,00
Gols: Aírton 29 e Pavez (contra) 40 do 1º; Paredes 5 do 2º
Cartão amarelo: Jonas, Matheus Fernandes, Fernández (COL), Valdés e Barroso
BOTAFOGO: Fernández (5), Jonas (4,5), Marcelo (6,5), Émerson Silva (6) e Victor Luís (5,5); Aírton (7) (João Paulo, intervalo - 5), Bruno Silva (6), Camilo (7) (Matheus Fernandes, 30 do 2º - sem nota) e Montillo (5); Rodrigo Pimpão (6,5) e Roger (5) (Joel, 36 do 2º - sem nota). Técnico: Jair Ventura
COLO-COLO: Villar (5), Zaldivia (sem nota) (Fierro, 18 do 1º - 4,5), Barroso (5,5) e Baeza (4,5); Figueroa (5,5), Pavez (5,5), Fernández (5) (Morales, intervalo - 5,5), Valdés (5,5) e Vejar (6) (Gonzáles, intervalo - 6); Rivero (5) e Paredes (6). Técnico: Pablo GuedeFoto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo.
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