Eliminado em nome da prioridade

Guerrero sobe por trás da zaga e marca o primeiro gol do Fla

Para quem entrou em campo apenas com reservas por pensar no Olimpia, o Botafogo fez um papel bastante digno no clássico deste domingo. Mesmo tendo perdido para o Flamengo e sido eliminado da Taça Guanabara, o Alvinegro encarou o rival, que veio completinho, de igual para igual, a noite toda. Teve chances de empatar, inclusive, mas não conseguiu porque faltou qualidade, algo previsível para um time suplente de um elenco não tão numeroso.

Assim como diante do Grêmio na quarta-feira, o Fla entrou em campo com a responsabilidade de vencer a equipe reserva de um adversário de grande porte. E começou em cima, como em Brasília: com trocas de posição constantes entre Diego, Mancuello e Everton, Guerrero era posto no jogo o tempo todo, numa mecânica envolvente. Com a habitual excelente cobertura de Willian Arão, o time podia se soltar e tomou conta do jogo nos primeiros 20 minutos.

Muito fechado, com três volantes, o Botafogo passou a se soltar só na metade do primeiro tempo, especialmente nas saídas em velocidade de Guilherme. O jogo era equilibrado quando Guerrero fez 1 a 0, em cruzamento de Diego. Tão equilibrado que o Fogão logo empatou, em jogada de Guilherme, cruzamento perfeito para o testaço de Roger. O 1 a 1 do primeiro tempo era correto pelo que havia sido o jogo.

O equilíbrio era botafoguense, pois a responsabilidade era flamenguista. Sem o mesmo volume de jogos recentes, o time de Zé Ricardo era contido pela vontade e organização impressionantes de seu adversário, que podia ser reserva, mas mantinha as melhores características do time titular de Jair Ventura. Foi na base da qualidade individual que veio o gol da vitória: cruzamento de Diego, bicicleta de Rafael Vaz, toque genial de Berrío e carrinho matador de Everton na pequena área.

Jair mexeu bem mais uma vez. Mesmo com time B, tratou de buscar a vitória e melhorou o time com Leandro no lugar do instável Rodrigo Lindoso. O meia colocou duas bolas no travessão de Alex Muralha - uma delas incrível, na pequena área. O Botafogo tentou, martelou, encurralou os rivais, mas não teve a competência de chegar ao empate.

Na verdade, sequer o empate serviria. Só vencendo hoje o Botafogo teria chances matemáticas de brigar por vaga nas semifinais da Taça Guanabara. Sendo a prioridade o Olimpia e o ingresso na fase de grupos da Libertadores, o tropeço, mais que perdoado, era esperado. Ainda mais sendo contra o Flamengo, o time que melhor começou 2017 no Brasil, com 100% de aproveitamento. O Madureira, também classificado, sorri junto com a maior torcida do país.

Em tempo:
- Em mais um capítulo triste da segurança pública nacional nos últimos anos, três pessoas foram baleadas antes do jogo no Engenhão.

- Sexta-feira foram anunciados 24 mil ingressos vendidos por antecipação. No entanto, pouco mais de 21 mil pagantes foram confirmados pelo borderô.
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Campeonato Carioca 2017 - Taça Guanabara - Grupo B - 4ª rodada
12/fevereiro/2017
BOTAFOGO 1 x FLAMENGO 2
Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ)
Público: 23.496
Renda: R$ 867.160,00
Gols: Guerrero 35 e Roger 39 do 1º; Everton 20 do 2º
Cartão amarelo: Roger, Marcinho, João Paulo, Everton e Pará
BOTAFOGO: Hélton Leite (5,5), Marcinho (5,5), Renan Fonseca (6), Igor Rabello (5) e Gílson (5,5); Dudu Cearense (5,5) (Bruno Silva, intervalo - 5,5), Rodrigo Lindoso (4,5) (Leandro, 21 do 2º - 6), Matheus Fernandes (5) e João Paulo (5,5); Guilherme (6) e Roger (6,5) (Vinícius Tanque, 30 do 2º). Técnico: Jair Ventura
FLAMENGO: Alex Muralha (5,5), Pará (5), Réver (6), Rafael Vaz (7) e Trauco (5,5) (Rodinei, 28 do 2º - 5,5); Rômulo (5,5), Willian Arão (6,5) e Diego (6,5); Mancuello (5,5) (Berrío, 14 do 2º - 6,5), Guerrero (7) (Gabriel, 40 do 2º - sem nota) e Everton (6,5). Técnico: Zé Ricardo

Foto: Gilvan de Souza/Flamengo.