Botafogo segue adiante, com as armas de 2016

Botafogo de Bruno Silva brigou e superou o Colo-Colo no Chile
A dedicação incomum e a ótima leitura de jogo de Jair Ventura foram duas das principais armas do Botafogo em sua surpreendente campanha de recuperação no Campeonato Brasileiro de 2016. Pois o ano novo começou e os trunfos seguem os mesmos em General Severiano: com muita humildade e esforço, e com o dedo do seu treinador, o time carioca soube superar as adversidades em Santiago e arrancou um empate no fim da partida com o Colo-Colo, carimbando sua classificação à terceira fase da Libertadores.

O cenário era favorável, mas não muito: ao tomar um gol no Engenhão, o Botafogo não poderia perder por 1 a 0 no Chile. E o pior: se Aírton conseguiu se recuperar da lesão sofrida no fim do primeiro tempo na semana passada, Camilo foi ausência. São não apenas os dois principais ídolos da torcida no momento como foram os destaques da partida de ida. Ainda assim, poder jogar de forma reativa era um argumento importante, já que o Fogão se notabiliza por isso.

Mas nem isso o Botafogo teve: a esperada pressão inicial do Colo-Colo logo resultou num gol contra de Emerson Silva. Fora o abalo psicológico de sair perdendo logo aos dois minutos, o time de Jair Ventura se viu obrigado a rever toda a estratégia e voltar ao incômodo da semana passada: ter de atacar sem ser exatamente esse o seu forte. A sorte da vez é que finalmente o argentino Montillo mostrava-se pronto para assumir a referência técnica da equipe. Mas não ter Camilo numa empreitada dessa dificuldade era uma complicação e tanto.

O Fogão apresentou problemas de compactação sérios no primeiro tempo. Defendia-se razoavelmente bem, mas demorava a ocupar o campo de ataque. Com Jonas muito preso à marcação de Vejar, sobrava apenas Victor Luís para apoiar pelas alas. Rodrigo Pimpão jogou isolado no ataque, mas foi um leão a noite toda, brigando sempre bravamente contra o trio de zagueiros chilenos. Porém, a formação original claramente não servia para o propósito que o jogo apresentava: em vez de três volantes, era preciso alguém para ajudar Montillo, já que João Paulo pouco jogou.

No segundo tempo, o Colo-Colo voltou disposto a matar o jogo, depois de, no primeiro, ir pouco além da pressão dos primeiros minutos. Foi somente um chute na trave de Ramón Fernández que fez Jair acordar e mexer no time. O ex-gremista Guilherme trouxe fôlego ao ataque no lugar do já inútil (e cada vez mais perto de ser expulso) Aírton, mas faltava a referência na frente para segurar a bola. Roger só foi dar essa opção ao time aos 32 minutos - três antes de Pimpão empatar, numa jogada de Guilherme, desviada por Roger que o melhor do time hoje aproveitou. Como era importante mesmo ter gente na área para chutar.

Desesperado, o time chileno quase nada ameaçou nos minutos finais. Ao contrário: abalado por mais uma eliminação precoce iminente, apelou para os chutões, viu a torcida atirar objetos no campo e quase sofreu a virada em mais de uma oportunidade. O Botafogo segue firme, com méritos, passando por um rival complicado. O tradicionalíssimo Olimpia ou o atual vice-campeão Independiente del Valle que se cuidem: o time carioca acredita sempre, é humilde, aguerrido e tem um treinador que sabe ler o jogo e mexer na equipe mesmo nas maiores adversidades.
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Copa Libertadores 2017 - 2ª fase - Jogo de volta
8/fevereiro/2017
COLO-COLO 1 x BOTAFOGO 1
Local: Monumental, Santiago (CHI)
Árbitro: Patricio Loustau (ARG)
Público: não divulgado
Renda: não divulgada
Gols: Emerson Silva (contra) 2 do 1º; Rodrigo Pimpão 35 do 2º
Cartão amarelo: Meza, Pavez, Aírton e Jonas
Resultado de imagem para colo-coloCOLO-COLO: Villar (5), Meza (5,5), Barroso (5,5) e Baeza (5); Figueroa (5,5) (Fierro, intervalo - 5), Pavez (6), Valdés (5,5) (Morales, 34 do 2º - 5), Ramón Fernández (6) e Vejar (6) (Gonzáles, 25 do 2º - 5); Rivero (5) e Paredes (5,5). Técnico: Pablo Guede
Resultado de imagem para botafogoBOTAFOGO: Fernández (5,5), Jonas (5), Marcelo (6), Emerson Silva (4,5) e Victor Luís (5,5); Aírton (5) (Guilherme, 18 do 2º - 6,5), Rodrigo Lindoso (5,5) (Roger, 31 do 2º - 5,5), Bruno Silva (6) e João Paulo (5) (Dudu Cearense, 46 do 2º - sem nota); Montillo (6) e Rodrigo Pimpão (7). Técnico: Jair Ventura

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