A juventude do Fluminense sobrou diante do desorganizado e envelhecido Vasco

Douglas ganha de Martín Silva no lance do primeiro gol do Flu
Nem chegamos a fevereiro, mas já temos o primeiro time grande do Brasil que começa a chamar a atenção: o Fluminense de Abel Braga. Depois de vencer o Criciúma no meio de semana pela Primeira Liga na base da juventude de suas peças, o Tricolor repetiu a dose neste domingo com um nível técnico bem acima do esperado para um começo de temporada. Sobrou diante do Vasco no Engenhão, num clássico que ficou só no 3 a 0 porque a equipe das Laranjeiras abusou dos gols perdidos.

O contraste entre juventude e experiência já era esperado no clássico de abertura do Campeonato Carioca. Os dois meios de campo deram a tônica: enquanto o setor vascaíno tinha média de idade de 34 anos, o tricolor era 12 anos mais novo. Os veteranos tentaram se impor no começo do jogo, mas logo a dinâmica movediça de Sornoza, Gustavo Scarpa e Wellington passou a dominar as ações.

Mal organizado, o Vasco mostrou a mesma vulnerabilidade defensiva apresentada na goleada sofrida para o Corinthians, no Torneio da Flórida. Com os setores espaçados e apresentando extrema dificuldade de recomposição, o time de Cristóvão Borges foi presa fácil, com seus zagueiros constantemente no mano a mano ou até em inferioridade numérica aos adversários nos contragolpes. Os dois primeiros gols do Flu vieram em sequência, aos 21 e 26 minutos, ambos em jogadas de Sornoza e Henrique Dourado.

No segundo tempo, Cristóvão tentou mexer rejuvenescendo as pontas. As saídas de Escudero e Éder Luís para entradas de Guilherme Costa e Éderson reequilibraram o jogo por darem mais ímpeto ao Vasco. A inconsistência tática, porém, seguia a mesma. Assim, coube ao Flu suportar a pressão dos 15 minutos iniciais para tentar matar o jogo no contra-ataque. Mesmo desperdiçando pelo menos três chances claras, o time de Abelão conseguiu o que queria aos 38, com Marcos Júnior, após jogada de Gustavo Scarpa - ambos tinham somente um zagueiro vascaíno pela frente. No fim, com mais duas oportunidades perdidas, o 3 a 0 ficou barato para os cruz-maltinos.

É cedo demais para elogiarmos este novo Fluminense (embora Sornoza e Orejuela pareçam de cara ótimos acréscimos), mas não para criticarmos o velho Vasco. Em decadência desde a metade da Série B do ano passado, o Gigante da Colina terá ainda muito trabalho pela frente se não quiser entrar mais uma vez como candidato ao rebaixamento. É preciso urgentemente uma renovação e uma oxigenação no time titular - a experiência ajudou em 2016, mas custará caro se houver insistência nela este ano.

Foto: Nelson Perez/Fluminense.

Comentários

Lique disse…
a julgar pelos melhores momentos desse jogo, esse henrique dourado é bom, hein? bom centroavante, vai fazer gol esse ano, se tiver seqüência. e o drible do sornoza no segundo gol, furando a zaga, foi sensacional.

já o vasco, coitado, dependendo de éder luiz e escudero, tá num mato sem cachorro.
Vicente Fonseca disse…
O Henrique Dourado já não é guri, tem 27 anos. Mas acho um jogador bem útil. No Palmeiras foi um dos poucos que se salvou naquele horroroso 2014 de quase-rebaixamento (pelo que vi aqui fez 18 gols em 38 jogos, uma boa média). Tendo parceria funcionando, pode meter gol esse ano, sim.