A Copa inchada já é uma realidade

Muitos dos que torciam contra a eleição de Gianni Infantino à presidência da FIFA no ano passado justificavam sua contrariedade ao dirigente suíço por conta de sua mais polêmica promessa de campanha. Ela se confirmou ontem à tarde: mantendo a política expansionista de Joseph Blatter e de olho em um lucro que pode ser de até US$ 2 bilhões a mais, Infantino anunciou o inchaço da Copa do Mundo a partir de 2026. O torneio, em princípio, passará a ter um aumento de 50% no número de participantes - de 32 para 48.

A ideia gera muita contrariedade, e as razões são várias - todas justas. O primeiro motivo, claro, é a queda da qualidade técnica do torneio, que incluirá 16 seleções a mais. Se há quem até hoje prefira o Mundial com 24 seleções e não tenha aceitado a mudança para 32 implantada desde 1998, ver o dobro de equipes disputando o principal torneio do futebol mundial é sem dúvida um exagero. Mas as reclamações não param por aí.

Os gigantes europeus são a esperança de quem não quer a Copa tão grande. Argumentam que mais jogadores deverão ser liberados para a disputa do Mundial, já que 16 países extras entrarão em campo. E mais: a proposta inicial de Infantino propõe uma fase preliminar, com 16 triangulares, que apontarão dois classificados para a fase de grupos normal, de 32 seleções. Esta fase extra exigirá, no mínimo, mais 12 dias de calendário para a Copa. A temporada europeia, que já encerra mais cedo em ano de Copa, terá de ser encurtada ainda mais - com os torneios nacionais se encerrando ainda em abril.

Ainda há uma série de situações que tornam o inchaço algo bem questionável. Primeiro: ao menos 16 seleções irão até a sede do Mundial para jogarem apenas duas partidas e sequer jogarem a etapa de grupos - se é que o formato será mesmo este. E mais: é possível uma seleção líder de sua eliminatória, como o Brasil, ficar de fora da fase de grupos, e a 7ª colocada da zona sul-americana (hoje o Paraguai) ir adiante. Seria uma dupla desvalorização das eliminatórias, pois a exigência para ir à Copa também seria muito menor. Outro problema: com 48 seleções disputando o Mundial, países menores ou de infraestrutura inferior terão mais dificuldades ainda para receber a competição, seja por falta de estádios ou campos de treinamentos adequados. Estaria a FIFA aberta a diminuir as absurdas exigências de quem quiser sediar o torneio?

O formato da competição deve ser definido em março. Mas ainda é cedo para se dar por definitiva a mudança. O certo é que depois de uma Copa em dezembro, como a que teremos em 2022, talvez tenhamos de aturar uma inchada e descaracterizada logo na sequência em 2026. É bom aproveitarmos bem a Rússia 2018, antes de termos de nos acostumar a estas mudanças de gosto tão duvidoso.

Messi evita prejuízo maior
Um chute na forquilha de Messi, aos 44 minutos do segundo tempo, impediu que o Barcelona perdesse para o Villarreal. O empate em 1 a 1, porém, foi péssimo: os catalães vão a 35 pontos e podem ver o Real Madrid abrir até oito de vantagem, caso vença seu jogo atrasado no Campeonato Espanhol. O Sevilla, que fez 4 a 0 na Real Sociedad, é o novo vice-líder, com 36. Boa atuação da equipe da casa, com destaque para o veloz italiano Sansone e para Pato, autor da assistência para seu companheiro.

O Benfica abre vantagem
Se os 5 a 0 sobre o Granada fizeram o Real Madrid disparar na liderança na Espanha, em Portugal a rodada foi semelhante para o Benfica. Com grande atuação de Jonas, autor de um gol e uma assistência, o time de Lisboa fez 2 a 0 no Vitória em Guimarães e abriu cinco pontos de vantagem para o Porto, que tropeçou ao ficar no zero com o Paços de Ferreira, fora de casa.

E a bola já começou a rolar
O futebol profissional do Brasil deu a largada para 2017 neste final de semana, com o começo dos estaduais na Paraíba e em Pernambuco.

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