Nem o pé calibrado de Scarpa deu fim à sequência negativa do Fluminense

Pontinho fora de casa caiu bem ao Atlético Paranaense no Rio
Tudo levava a crer que o Fluminense sairia da pindaíba ontem à tarde. O jogo isolado da terça-feira, que abriu a 35ª rodada do Campeonato Brasileiro, levou quase 44 mil pessoas ao Maracanã, no reencontro da torcida tricolor com o estádio. Em campo, o time agora do interino Marcão enfrentava o Atlético Paranaense numa disputa direta pelo G-6. Mas nem sair à frente do placar, nem o apoio da torcida, nem o histórico fraquíssimo do Furacão longe de Curitiba e nem mesmo o pé canhoto decisivo do meia Gustavo Scarpa deram jeito na série ruim, que agora é de sete partidas sem uma vitória sequer.

A partida foi extremamente agradável para o espectador neutro. Surpreendendo diante de sua péssima campanha como visitante, o Atlético adotou uma postura bem diferente da que costuma fora da Arena da Baixada. Propositivo, o time de Paulo Autuori aproveitava-se da falta de confiança do Flu para ocupar seu campo e dominar o meio. Porém, mesmo cheio de meias, rondava muito a área adversária e chutava pouco a gol. Terminou o primeiro tempo até com mais conclusões que o os cariocas, mas quase todas sem perigo.

Os problemas na meia cancha não eram exatamente o Marcão previa para sua equipe, que jogou sem centroavante de ofício - o meia Cícero, que muito já foi volante com Levir Culpi, é quem cumpriu a função. Mas uma enorme vitória do treinador do Flu foi o primeiro gol, surgido justamente a partir do esquema proposto: Scarpa, pela direita, cruzou na cabeça de Cícero. Rara precisão do articulador no cruzamento, e a habitual competência do concluidor com a cabeça para as redes.

No segundo tempo, a insistência do Furacão acabou premiada com o pênalti e o gol de Hernâni, aos 16 minutos. O empate encerrava o comodismo do Fluminense, que perdia a permissão de jogar no erro do adversário para novamente ter de agredi-lo. Agora com a velocidade de Nikão e Marcos Guilherme, o Atlético Paranaense deixava de lado a estratégia de ocupação ofensiva de espaços para apostar no contragolpe. A nova dinâmica tornou o jogo aberto, beirando a maluquice: Gum quase fez gol contra bizarro aos 41, Richarlison perdeu chance enorme aos 45, e Scarpa, normalmente tão preciso, perdeu pênalti nos acréscimos, em defesa linda do goleiro Santos com os pés.

Faltando três jogos para o final, o empate é desastroso para o Fluminense. A série interminável de fracassos cobra um preço alto: sete rodadas atrás, o time carioca era o firme quinto colocado. A transformação do G-4 em G-6 era quase uma certeza de ida para a Libertadores. Agora, o time corre o risco de ficar quatro pontos distante da zona de classificação. Vencer o Atlético Paranaense era fundamental, pois traria de volta o time carioca para a briga e tiraria a tranquilidade dos curitibanos. Esse pontinho fora de casa, algo tão raro na campanha de Autuori, pode fazer toda a diferença.

Foto: Nelson Perez/Fluminense.

Comentários