A volta da tensão no Beira-Rio

Léo Moura fez o gol que complicou a vida do Inter no Brasileiro
Imagine o torcedor colorado que, em vez de vencer, o time tivesse empatado com o Flamengo duas semanas atrás. É mais ou menos esse o efeito do resultado de ontem: o 1 a 1 com o então lanterna Santa Cruz representa quase que a anulação de uma das últimas vitórias da equipe de Celso Roth. Porque, na prática, ninguém esperava que no jogo de ontem a equipe pudesse perder pontos. O pouco de gordura criada a partir dos bons resultados das últimas duas rodadas foram para o espaço.

As consequências disso podem ser graves: diante de mais de 40 mil torcedores, o Internacional (16º, 38) saiu à frente cedo, com um gol estranho de Vitinho. Era o prenúncio de uma goleada que quase acabou em tragédia: a equipe gaúcha sentou na vantagem, pecado mortal, ainda mais para quem parece ter se esquecido de suas limitações e do drama que vive no campeonato. Pensando que poderia vencer quando quisesse, o Inter tirou o pé, permitiu o empate dos pernambucanos ainda no primeiro tempo e, minutos depois, perdia Eduardo Henrique, expulso. Um jogo fácil se complicava de vez.

Na etapa final, talvez o mais preocupante: mesmo com dez, era obrigação colorada vencer a partida. E a equipe criou pouco, mais precisamente só três chances realmente claras, contra duas do Santa, que tocou a bola com maturidade e por pouco não venceu o jogo. Mostrar insuficiência nestas circunstâncias é o que mais assusta.

Pior que isso só o que apresenta a tabela: disparar, como dizíamos ontem, era absolutamente necessário, e não um artigo de luxo para o Inter. Nesta rodada, a chance era de abrir cinco pontos do Z-4, mas ela permanece em apenas dois. Com Vitória e Coritiba jogando fora de casa e o Colorado tendo pela frente o lanterna, este fim de semana era o da disparada. Mas deu tudo errado: baianos e paranaenses pontuaram como visitante, e o time gaúcho tropeçou em casa contra aquele que era, até ontem, o pior time da competição. Para piorar, o Sport venceu seu jogo sexta-feira e abriu vantagem. Aquela aparente tranquilidade pós-empate no Gre-Nal já era.

O Colorado tem pela frente, fora de casa, Palmeiras, Corinthians e Fluminense, três equipes fortes. Precisará pontuar longe de Porto Alegre pelo menos uma vez, além de ganhar as duas dentro do Beira-Rio. O empate de ontem, porém, reacende velhas desconfianças que pareciam adormecidas após os três bons resultados seguidos contra Figueirense, Coritiba e Flamengo na beira do Guaíba. Afinal, se o time não ganha em casa do Santa Cruz, terá forças para superar Ponte Preta e Cruzeiro, os dois jogos que restam na capital gaúcha? E ainda por cima beliscar um resultado que seja longe de Porto Alegre?

Talvez com a volta da formação anterior, no 4-2-3-1, com William de volta à lateral direita, seja possível. Mas Roth, mais uma vez, mostrou que adora mudar o que vem dando certo.

Banguzinho invicto
Usando a receita da Vila Belmiro, os reservas do Grêmio foram ao Orlando Scarpelli e arrancaram mais um empate. O 0 a 0 com o Figueirense (18º, 33) mantém o time de Renato Portaluppi na 8ª posição, com 49 pontos, a apenas dois do G-6. Ou seja: mesmo que a prioridade à Copa do Brasil seja total neste momento, ainda há chances de Libertadores via Brasileirão. Tudo graças a tropeços de concorrentes como Fluminense e Corinthians, que jogaram em casa, contra adversários fracos, e ainda assim perderam pontos.

Foto: Santa Cruz/Divulgação.

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