A nova decepção do Fortaleza e mais uma subida do Juventude

Juventude foi o quarto time seguido a frustrar subida do Fortaleza
Se sábado foi dia de o Guarani subir para a Série B, neste domingo foi a vez de outro tradicional alviverde interiorano de presença corriqueira na elite do futebol brasileiro em tempos não tão distantes. Jogando na Arena Castelão lotada, o Papo impôs a quarta eliminação em casa na Série C seguida ao Fortaleza: o empate em 1 a 1, aliado ao 0 a 0 do Alfredo Jaconi, no jogo de ida, garantiu ao time de Caxias do Sul a volta à segunda divisão do futebol brasileiro.

O reerguimento do Juventude não está sendo meteórico como foi a queda, nem como foi a ascensão recente do Santa Cruz, por exemplo. A queda do segundo para o terceiro escalão nacional ocorreu há sete anos: em 2009, o time serrano acabou rebaixado para a Série C, dois anos após ter caído da A para a B. Em 2010, o provável pior ano de sua história centenária, quase caiu no Gauchão e foi vitimado em âmbito nacional, sendo relegado à quarta divisão. Disputou-a por três anos, até conseguir subir em 2013, curiosamente após empates em 0 a 0 e 1 a 1, como agora, mas diante do Metropolitano de Blumenau.

O regresso à Série B também se deu na terceira tentativa. Ele vinha amadurecendo há algum tempo, e tinha tudo mesmo para ocorrer em 2016. A temporada do time de Antônio Carlos Zago é ótima: vice-campeão gaúcho após eliminar o Grêmio, na Arena, está nas quartas de final da Copa do Brasil, onde tem alguma chance, ainda que remota, de passar pelo Atlético Mineiro - perdeu por apenas 1 a 0 no Mineirão. Chegou muito preparado para o duelo decisivo com o traumatizado Fortaleza, que acabou vitimado em casa de novo.

E aí vem o outro lado da moeda: foi a quinta queda seguida do time cearense em casa na terceira divisão. A série maldita começou em 2012, quando a equipe levou 3 a 1 do Oeste após um empate fora na ida e ficou pelo caminho de forma tão traumática quanto surpreendente. Em 2013, na última rodada da primeira fase, o Leão vencia o Sampaio Corrêa por 2 a 0, mas deixou empatar nos acréscimos e sequer foi aos mata-matas. No ano seguinte, foi líder da fase de grupos, mas caiu diante do Macaé com os mesmos placares da eliminação de ontem. Em 2015, a derrota foi para o Brasil - perdeu por 1 a 0 em Pelotas, ficou no 0 a 0 em Fortaleza. Desta vez, como em todas as demais, sua torcida sempre diz que "agora será diferente", mas o final tem sido sempre o mesmo. Fica para 2017.

A briga da ponta se polariza. Será?
A 29ª rodada do Campeonato Brasileiro polarizou ainda mais a disputa pelo título. Era esperado: jogando em Londrina, o Palmeiras teve maioria absoluta de torcida e fez 2 a 0 no América mineiro, indo a 60 pontos. Já o Flamengo atuou no Pacaembu e passou fácil pelo outro virtualmente rebaixado, o Santa Cruz, 3 a 0. Foi a 57, abrindo quatro de distância para o Atlético Mineiro, que só empatou com o Corinthians no meio de semana.

Mas atenção: a tabela do Galo é a mais favorável na reta final. A pontuação média dos rivais palmeirenses nas últimas nove rodadas é 39,4 pontos, contra 41,2 do Flamengo e 38,4 do Atlético. E mais: o time mineiro ainda receberá os dois rivais que estão à sua frente em Belo Horizonte. Tirar o Galo da briga, mesmo sete pontos atrás, é enxergar só o imediato.

Bom para o Inter, ruim para o Grêmio
A vitória do Botafogo em Florianópolis sobre o Figueirense por 1 a 0, nos acréscimos, foi ótima para o Inter. O empate já servia para manter os catarinenses atrás do Colorado na tabela, mas a derrota os estaciona nos 31, dois pontos atrás. Por outro lado, o resultado é de se lamentar por parte dos gremistas, e não apenas por conta da secação ao rival: com a vitória, o Fogão ultrapassa o Grêmio (44 a 43), ou seja: mesmo que vença o Atlético Paranaense quinta, o Tricolor poderá não entrar no G-6 nesta rodada. A menos que o Botafogo tropece contra... o próprio Inter. Pensando bem, talvez ninguém na Arena se importe de esperar mais uns dias para entrar na zona da Libertadores.

Foto: Juventude/Divulgação.

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