Para escapar da segunda divisão, Inter terá de render quatro vezes mais que no último turno

Pratto vence Danilo Fernandes e define a vitória do Atlético
Um fato foi muito lembrado ontem à noite, após a derrota do Internacional para o Atlético Mineiro: quando venceu o Galo por 2 a 0, há exatamente um turno, o Colorado era o líder, e o Galo o 18º colocado do Brasileirão. Passadas 19 rodadas daquele 16 de junho, o time mineiro subiu para a 3ª posição, somando 42 pontos neste turno inteiro que se passou. Os gaúchos caíram para o mesmo 18º lugar ocupado naquela época pelo time de Belo Horizonte. E fez só oito pontinhos de 57 disputados.

De lá para cá, em 103 dias, o Inter ganhou só uma vez - do Santos, favorecido por uma expulsão bem questionável de Lucas Lima. O aproveitamento, de 14,0%, é inferior ao do América de Natal de 2007, pior time da história do Brasileiro por pontos corridos. Aquele América, aliás, é o único time da história que fez um turno inferior a este período das últimas 19 rodadas do Internacional, ganhando só 7 pontinhos na segunda metade do certame de nove anos atrás.

Dos 11 jogos que ainda tem pela frente, o Inter jogará seis no Beira-Rio. Numa conta simples, ganhando todas em casa a equipe de Celso Roth chegará a 45 pontos e terá pontuação virtualmente suficiente para escapar. Mas o que leva a crer que um time que acumula 14,0% de aproveitamento e só uma vitória em 19 rodadas subirá este rendimento para 54,5% na reta final?

Se as coisas seguirem como estão, nada. Em 2003, em situação até pior, o Grêmio penava com nomes como Jorge Mutt, Eduardo Marques e Flávio Dias, enquanto nomes como Christian, Gilberto e Tinga jogavam pouco ou nem entravam em campo. Bastaram estes jogadores começarem a jogar que o time reagiu: de 26,3% nas 33 primeiras rodadas, subiu para 61,5% na reta final e escapou da queda. Mas, vale lembrar, eram apenas dois clubes rebaixados naquela temporada. Agora, são quatro. 

O Inter atual tem essas peças arquivadas (Vitinho é o caso mais emblemático) ou no banco (Nico López e Seijas). Não há motivo suficiente para que Roth se dê ao luxo de deixá-las de fora num momento como esse, onde o pouco que há de qualidade pode ajudar a resolver - algo que Anselmo, Fernando Bob ou Aylon não serão capazes, uns pela juventude, outros pela fragilidade técnica. Insistir em jogo feio resolvido por um chutaço de Vitinho foi um erro crasso de Argel Fucks, que está cobrando seu preço agora. Mas não ter essa alternativa num momento de desespero como o atual é prescindir talvez de uma das únicas chances de reação. Se jogar bem será impossível até dezembro, os resultados precisarão vir de alguma forma. Com a mediocridade que se tem visto (cinco derrotas seguidas, incluindo Vitória em casa, Fortaleza e América mineiro na sequência), não há como.

O discurso após a derrota de ontem já se repetiu várias vezes: "o time melhorou". E melhorou mesmo, o que é bom, mas também preocupante. Afinal, dando o sangue como deu, o Inter ainda assim foi derrotado por 3 a 1 por um Atlético que claramente só administrou as forças durante quase todo o segundo tempo. Esboçou uma reação, até controlou parte da etapa final, mas ainda foi insuficiente tecnicamente. Claramente, o que se viu foi um time de ânimo renovado após o gol de Gustavo Ferrareis (este sim, talvez a única boa notícia dos últimos tempos), mas nada além disso. Melhorar de nota 2 para nota 4 é pouco, insuficiente. Roth mudou de novo a formação do time, como já havia feito antes de ganhar de Santos e Fortaleza e após perder para o Vitória. Muda tanto de formação quanto Paulo Roberto Falcão. Ninguém consegue acertar o Inter.

A situação dramática obriga o Colorado a vencer tanto o Figueirense quanto o Coritiba, em casa, na sequência. Porque a tabela fora de casa é difícil (todos os cinco rivais estão no G-10), e pontuar longe do Beira-Rio será raridade (o Inter tem 3 pontos de 33 fora nesta série maldita). E, mesmo vencendo ambas, talvez não consiga deixar o Z-4. Ganhando a próxima, ainda assim estará entre os quatro últimos, já que está quatro pontos atrás do 16º colocado - o próprio Figueira. Para piorar, a rodada foi péssima - só Coritiba e Cruzeiro se deram mal. Mesmo faltando 30% de campeonato pela frente, a situação é mais complicada que em 1990, 1999 e 2002, anos em que o clube quase viveu o inferno de cair para a segunda divisão.

Comentários

Chico disse…
Depois do trator do Argel contra o cúlorado, agora foi a vez do Galo.

Passageiros de avião se recusam a embarcar com a delegação cúlorada por medo de cair.

Palestra da Bruna surfistinha no beira-rio: Como sair da zona.