O pior Inter que o Brasileirão já viu
Inter de Seijas chegou a dois meses sem vencer pelo Brasileiro |
Diante da Chapecoense, a estreia de Celso Roth trazia consigo a esperança quase mística de que a casa começaria a ser arrumada. Em campo, porém, o time não foi além do que vinha sendo nas mãos de Argel e Falcão. Muito aguerrimento, é verdade; ao contrário do abatimento de partidas recentes, desta vez o Inter pegou, mordeu, tratou de marcar duro a Chapecoense. Mas fez apenas isso, também. Em termos técnicos, a atuação foi patética, minúscula, deficiente. É muito pouco para imaginar uma vitória fora de casa. Faltou futebol, como quase sempre tem faltado.
Como a Chape também não viveu uma boa jornada, a partida foi uma das piores do Brasileirão. Ninguém articulava quase nada: Kempes era vigiado sempre por dois zagueiros, Hyoran errou quase tudo o que tentou e Gil errava três passes de cada dois que tentava. Só com Cléber Santana havia alguma qualidade no meio do time catarinense, além do lateral Dener, de atuação consistente. O Inter, por sua vez, tinha Seijas, Valdívia e Eduardo Sasha muito mais preocupados em anular as alternativas dos donos da casa que em propor jogo. Vitinho jogou isolado, e padeceu por conta disso. Tentar agredir o adversário jamais foi a prioridade colorada na Arena Condá.
Na etapa final, o jogo seguiu no mesmo ritmo de muita pegada e pouca construção. Matheus Biteco melhorou o meio do time da casa, Martinuccio trouxe um pouco mais de qualidade técnica, mas nada que mudasse o rumo das coisas. Roth mexeu bem ao sacar o apagado Vitinho, embora Seijas talvez não merecesse sair para a entrada de Alex - o camisa 12 era uma aposta correta, para segurar a bola e valorizá-la, mas o venezuelano era o que havia de alguma lucidez na criação de ataques. A entrada de Ariel serviu para tentar aproveitamento um cruzamento e segurar a bola. Nem uma coisa, nem outra, deram certo. Ferrareis sim trouxe alguma vitória pessoal, mas entrou tarde demais.
Nos minutos finais, cumprindo sua obrigação de dona da casa, a Chape forçou um pouco mais. Foi o que bastou para chegar ao gol: aproveitou o recuo do Inter, se impôs e chegou ao 1 a 0 no fim, em falha coletiva da defesa que trouxe consigo aquele cheiro de tragédia de equipes grandes que vivem o fantasma do rebaixamento. O Colorado perde outra, fica a um ponto de entrar na zona de descenso, sendo que o Figueirense, atual 17º, tem um jogo a menos. A partida de domingo, contra o São Paulo, é pra lá de dramática. O resto do returno promete ser também.
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Campeonato Brasileiro 2016 - 20ª rodada
15/agosto/2016
CHAPECOENSE 1 x INTERNACIONAL 0
Local: Arena Condá, Chapecó (SC)
Árbitro: João Batista de Arruda (RJ)
Público: 11.360
Renda: R$ 269.605,00
Gol: Martinuccio 45 do 2º
Cartão amarelo: Gil, Vitinho e Fernando Bob
CHAPECOENSE: Danilo (6), Gimenez (6), Thiego (5,5), Filipe Machado (6) e Dener (6); Josimar (5,5), Gil (4) (Matheus Biteco, intervalo - 5,5) e Cléber Santana (6); Hyoran (4,5) (Bruno Rangel, 31 do 2º - sem nota), Kempes (5) e Tiago (4,5) (Martinuccio, 23 do 2º - 6). Técnico: Caio Júnior
INTERNACIONAL: Marcelo Lomba (5,5), Eduardo (4,5), Paulão (4,5), Ernando (4,5) e Artur (5); Fabinho (5,5), Fernando Bob (5,5) e Seijas (5,5) (Alex, 15 do 2º - 5); Valdívia (5) (Gustavo Ferrareis, 29 do 2º - 5,5), Vitinho (4) (Ariel, 16 do 2º - 4,5) e Eduardo Sasha (5). Técnico: Celso Roth
Foto: Internacional/Divulgação.
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