Enfim, rumo ao Rio

Luan marcou o golaço que definiu os 2 a 0 sobre a Colômbia
Parece mentira, mas 27 anos depois, enfim, a seleção brasileira vai voltar a disputar um jogo por grande competição no Maracanã. Desde a final da Copa América de 1989 isso não acontece. Em 2014, a mal formulada tabela da Copa do Mundo só permitia ao Brasil jogar em sua mais tradicional casa se chegasse à decisão, o que não ocorreu. Agora, nos Jogos Olímpicos, a exigência era um pouco inferior: semifinais. E o time de Rogério Micale conseguiu.

Se contra a Dinamarca houve um passeio diante de um adversário atônito, ontem a história foi bem diferente - e conhecida, embora um pouco esquecida nos últimos anos de vacas magras: o talento brasileiro teve de superar a violência adversária. A Colômbia é uma seleção forte que jogou pouco e bateu muito. Neymar foi o que mais apanhou, até pelos confrontos recentes picantes com os colombianos, mas também Gabriel Jesus, Renato Augusto, Luan e outros tantos sofreram com a truculência de nosso vizinhos.

O gol de Neymar, aos 11 minutos, foi providencial para trazer um clima de tranquilidade e confiança ao time e à Arena Corinthians. Uma belíssima cobrança de falta de distância considerável, em arremate tão bem colocado quanto forte, contando com a colaboração de uma barreira que abriu de forma fatal. A seleção seguiu dominando a maior parte do jogo, procurando mais o gol, tendo boas alternativas durante boa parte do primeiro tempo e até a metade do segundo, quando cansou e passou a jogar de forma reativa. E, quando as coisas já eram equilibradas, Luan marcou um golaço de quem sabe muito. O ataque ganhou outro nível com ele.

O Brasil passa para pegar Honduras, tradicional rival de dificuldades, que fez 1 a 0 na Coreia do Sul. Em 2012, deram um trabalhão em Londres: estiveram por duas vezes à frente nas quartas de final, mas cederam o 3 a 2. Na outra semifinal, Nigéria (bateu a Dinamarca por 2 a 0) x Alemanha (atropelou Portugal, 4 a 0). Caso passe pelos hondurenhos, portanto, a seleção decidirá a tão esperada medalha de ouro em casa diante de um de seus dois algozes históricos: aqueles que o bateram na semifinal de Atlanta 1996 ou, dois anos depois, uma chance de revanche do fiasco dos 7 a 1.

Se o futebol feminino já vem empolgando desde o início nesta Olimpíada, o masculino enfim esquentou.

Foto: Lucas Figueiredo/Mowa Press/CBF.

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