Gols decisivos contra a Alemanha coroam temporada espetacular de Griezmann

Griezmann aproveita bobagem da defesa alemã e faz 2 a 0
Em 2014, Griezmann era o mais jovem e menos conhecido nome de um ataque que tinha Valbuena e Benzema como grandes estrelas da França. Aos 23 anos, fez uma boa Copa do Mundo no Brasil, mas como coadjuvante de um setor ofensivo que brilhou em várias partidas, como nos históricos 5 a 2 sobre a Suíça. Sua evolução de lá para cá foi notória: na Eurocopa sediada pelos franceses, seu futebol é tão estupendo que até mesmo Paul Pogba, o maior nome do time de Didier Deschamps, tem ficado em segundo plano. A França gira em torno de Griezmann. E com dois gols dele chega à decisão ao bater a atual campeã mundial.

O caráter decisivo de Griezmann já havia aparecido na campanha do vice-campeonato do Atlético de Madrid na Liga dos Campeões: foram dele os dois gols na vitória por 2 a 0 sobre o Barcelona, o equivalente ao triunfo francês de hoje na campanha do Atleti no torneio continental. Ele deixou o seu também em Munique, na derrota por 2 a 1 que levou o time espanhol à decisão pelo saldo qualificado. Nesta Euro, não deixa dúvidas: cinco de seus seis gols foram no mata-mata. E ele decidiu os jogos mais difíceis: fez os dois da virada por 2 a 1 sobre a Irlanda e outros dois nos 2 a 0 sobre a Alemanha. Na goleada contra a Islândia, onde se exigiu menos poder de decisão, fez "apenas" um. Griezmann, claro, é o artilheiro da competição - disparado, com 6 gols, o dobro dos concorrentes mais próximos.

Contra a Alemanha, a França fez o que melhor sabe em sua história: chegar à final de torneios os quais ela sedia. Venceu os últimos três (Euro 1984, Copa 1998 e Confederações 2003), e é a favorita para ganhar mais uma vez. No entanto, o retrospecto não era garantia da nada, afinal, a especialidade alemã é eliminar anfitriões em semifinais: havia conseguido seis vezes em sete disputas até hoje. Queriam mais este 7 a 1. Mas não levaram.

A equipe de Joachim Löw dominou o primeiro tempo, mas esbarrou em más conclusões e nas defesas maravilhosas do goleiro Lloris. Quando a etapa final se encaminhava para um injusto empate sem gols, Schweinsteiger tornou-se o segundo jogador alemão a cometer um pênalti de forma seguida por botar a mão na bola dentro da área. O 1 a 0 não dizia o que era o jogo, mas premiava a equipe que errara menos.

Com Giroud, uma dupla afinadíssima no ataque da França
Desacostumada a correr atrás do prejuízo, a Alemanha sentiu no segundo tempo uma ansiedade semelhante à que lhe acometeu durante a prorrogação contra a Itália, sábado passado. Ainda tinha mais posse de bola, mas já não conseguia ser tão confiante na hora de buscar os espaços para os arremates. Bem postada atrás e mais confiante, a França jogou no erro dos campeões mundiais. E eles erraram de novo: uma bobeira coletiva da defesa, aos 26, permitiu o segundo gol de Griezmann, para delírio do Vélodrome, em Marselha. Não ganhou a seleção mais forte, mas a que errou menos. E não dá para se dizer que houve injustiça nisso.

O curioso da final de domingo é que Griezmann e Cristiano Ronaldo viverão uma nova decisão europeia nesta temporada, mas em situações opostas à decisão da Liga dos Campeões. No torneio de clubes, o Atlético do francês surpreendeu o continente de forma copeira, exatamente como a seleção portuguesa de Ronaldo agora. E o favoritismo, que era do Real Madrid de Ronaldo, agora é da França de Griezmann. O que não mudou foram os protagonistas: Griezmann e Cristiano Ronaldo foram indiscutivelmente os jogadores mais decisivos da temporada europeia que se encerra neste domingo. A final da Euro está em boas mãos.

Fotos: UEFA.

Comentários

Sancho disse…
Bons pés! A final está em bons pés...
Sancho disse…
Sou do tempo em que se um França-Alemanha tivesse dois gols de Griezmann, a Alemanha é quem teria vencido...
Vicente Fonseca disse…
Hahahah, verdade, Sancho.