Em 11 jogos com Gilmar dal Pozzo, o Paysandu ainda não tomou gols. Mas também quase não fez

Acertar a defesa era talvez o principal desafio do técnico Gilmar dal Pozzo quando assumiu o comando do Paysandu, no dia 8 de junho. Até aquele dia, a equipe paraense havia sofrido 16 gols nos oito primeiros jogos da Série B. A gota d'água de Dado Cavalcanti, seu antecessor, foi a derrota sofrida no dia anterior, em casa, por 3 a 1, para o Náutico. Antes, o Papão havia tomado goleadas de Bahia (3 a 0) e Tupi (5 a 1), acumulava uma vitória nos nove últimos jogos então disputados e vinha sofrendo gol há dez jogos.

Tudo mudou com a chegada de Gilmar. Nesta quarta-feira, o Papão chegou a 11 jogos com seu novo técnico e o número de gols sofridos é zero. Exatamente: a defesa que vazava a todo instante ainda não tomou gols com o novo treinador, e isso que alguns dos melhores times da Série B (Vasco, Atlético Goianiense, Paraná e Londrina) foram enfrentados neste período. Ontem, a segurança defensiva do Papão, especialmente o goleiro Emerson, que já passou dos 1.000 minutos sem ser vazado, foi decisiva para que a equipe trouxesse de Caxias do Sul um interessante 0 a 0 com o Juventude, pela terceira fase da Copa do Brasil. Mas é justamente aí que começam os problemas.

Últimos cinco jogos do Paysandu na Série B terminaram sem gols
O cobertor curto é a marca do Paysandu de 2016. O empate na serra gaúcha foi o sétimo 0 a 0 da Era Gilmar em 11 jogos. Ou seja: a cada três jogos do Papão, dois terminam sem gols. Pela Série B, já são cinco 0 a 0 seguidos. Com o resultado de ontem, pela Copa do Brasil, o Paysandu conta seis empates sem bola na rede em seus últimos sete jogos.

Gilmar vê evolução. Após o jogo no Alfredo Jaconi, destacou o fato de que o Paysandu criou pelo cinco boas chances de sair do zero e marcar um golzinho. Os atacantes já admitem estarem incomodados com a situação inusitada. A sequência de empates não ajuda muito a estancar a crise: é verdade que o time paraense deixou a zona de rebaixamento para a Série C, mas a pontuação baixa nas últimas rodadas a coloca na modesta e perigosa 15ª colocação, apenas três pontos à frente do Z-4.

Nos 11 jogos com Gilmar, o Paysandu teve quatro vitórias e sete empates, com seis gols marcados e nenhum sofrido. A média do ataque é sofrível, apenas 0,55 gol por jogo. Para se ter uma noção do problema, antes da chegada do novo técnico o time marcara 12 gols nos 11 jogos anteriores à chegada do treinador - média de 1,09, baixa, mas ainda assim o dobro da atual. O aproveitamento, porém, era bem inferior: 24,2%, contra 57,6% agora.

Portanto, apesar de tudo, o desempenho de Gilmar dal Pozzo na Curuzu tem sido positivo. Só recomendamos ao espectador neutro que, se puder, evite assistir aos jogos do Papão. Têm sido pra lá de chatos.

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