Quem é quem no Brasileirão 2016 - Parte 1

No ano passado, apresentamos os 20 clubes do Campeonato Brasileiro de modo a já tentar projetar a participação de todos. A tarefa é dificílima, pois muita coisa muda ao longo dos meses, inclusive o elenco de quem disputa a competição. Ainda assim, obtivemos um aproveitamento bem razoável: o Corinthians, na soma de nossos quesitos, foi o nosso 1º colocado, e acabou, no fim das contas, sendo o campeão - mesmo que, lá no início do certame, não fosse por muitos considerado favorito, já que vinha de perder o Paulistão e a Libertadores em casa, para Palmeiras e Guaraní-PAR. Acertamos também o G-4 do Atlético-MG, o rebaixamento de Avaí e Joinville, o Figueirense passando raspando. E erramos feio em outras também, claro: não esperávamos a boa campanha do Grêmio e as participações medíocres de Flamengo e Palmeiras, por exemplo.

Para este ano, decidimos repetir a dose. De hoje até sexta-feira, faremos um texto por dia apresentando quatro participantes do Brasileirão 2016 em cada um. Analisaremos os times pelos mesmos critérios do ano passado, dando notas de 0 a 10. Ao lado do nome de cada clube, sua nota média e a colocação que ele obteve nesta pequena classificação projetada, que é também uma estimativa de onde imaginemos que ele possa terminar a competição, embora, é claro, nossa intenção não seja a de prever o futuro, mas tão somente projetar cenários e apresentar informações sobre as equipes. É sempre bom já ir entrando no clima do Brasileirão.

AMÉRICA-MG (5,9 - 18º)
Elenco: o sucesso do América-MG neste início de ano passa mais por ter um time bem treinado que por um elenco numeroso ou qualificado. 4

Ataque: no título mineiro, notabilizou-se mais pela segurança defensiva que por um ataque efetivo. O experiente Borges é a grande grife. 5

Defesa: não há grandes nomes, mas o time é montado de trás pra frente, como deve ser. Nos sete clássicos que disputou em 2016, o América-MG sofreu apenas cinco gols de Cruzeiro e Atlético-MG. 7

Técnico: a última vez de Givanildo de Oliveira na primeira divisão foi em 2006, pelo Santa Cruz. Mesmo assim, sua experiência é um argumento importante a favor do América-MG. 6

Tradição: o América-MG participou 13 vezes do Brasileiro em 45 edições. Nos últimos 25 anos, jogou só quatro edições, e foi rebaixado em três. 3

Últimos Brasileiros: em 2011, voltou a jogar o Brasileirão após 10 temporadas ausente. Foi rebaixado em penúltimo lugar. 3

Início de ano: reconquistar o título estadual após eliminar o Cruzeiro e ganhar do Atlético-MG na decisão deixou o Coelho em alto astral. 8

Momento do clube: de volta à Série A e campeão mineiro, o América-MG chega para o Brasileirão em seu melhor momento dos últimos anos. 9

Fator local: o Independência é um caldeirão, mas quando usado pelo Atlético-MG. Dono do estádio, mas também de uma torcida pequena, o América-MG raramente lota sua própria casa. 5

Foco no campeonato: a última vez que o América-MG se manteve na primeira divisão foi em 2000. O grande objetivo de 2016 sempre foi o de se manter na Série A. 9


ATLÉTICO-MG (8,0 - 2º)
Elenco: o grupo do Atlético-MG já era fortíssimo no ano passado. Para 2016, embora tenha perdido algumas poucas peças importantes, se reforçou no mesmo alto nível. 9

Ataque: o Galo é sinônimo de poderio ofensivo há vários anos, e em 2016 começou balançando as redes como sempre. Porém, a saída do artilheiro Pratto é questão de tempo. 9

Defesa: Victor é um dos melhores goleiros do país, os laterais estão entre os melhores, os volantes também, mas a ofensividade do Galo muitas vezes deixa a retaguarda mais exposta do que deveria. 7

Técnico: Diego Aguirre é inteligente e forma times que aliam técnica e competitividade. No Brasileirão de 2015, porém, fracassou com o Inter. 8

Tradição: mesmo que só tenha sido campeão há 45 anos, o Atlético-MG sempre foi time de chegada no Brasileirão. O vice do ano passado foi o quinto na história do clube. 8

Últimos Brasileiros: desde 2012, as campanhas são sempre fortes. Foi duas vezes vice em quatro anos e ficou entre os cinco melhores em outra. 8

Início de ano: o Galo sobrou na primeira fase da Libertadores, e passou pelo Racing nas oitavas. Porém, fracassou na Primeira Liga e perdeu o título mineiro para o América-MG. Ainda peca por certa irregularidade. 7

Momento do clube: apesar da perda surpreendente do título estadual, o Atlético-MG acumula boas campanhas em competições grandes desde 2012. Ao lado do Corinthians, é o clube brasileiro de trajetória mais sólida dentro de campo nas últimas temporadas. 8

Fator local: no Horto, o Atlético-MG raramente é batido. As grandes campanhas dos últimos anos se forjaram principalmente por lá. 10

Foco no campeonato: ganhar o Brasileiro é um desejo antigo dos atleticanos, mas ele só será perseguido em 2016 quando a Libertadores acabar para o clube. 6


ATLÉTICO-PR (7,1 - 9º)
Elenco: depois de anos penando para buscar jovens, o Atlético-PR aos poucos começa a colher os frutos. O grupo atual tem várias boas revelações e algumas contratações pontuais que o tornam um pouco mais forte que o de anos recentes. 6

Ataque: começou o ano devagar, mas engrenou com Vinícius e Marcos Guilherme armando para atacantes bem razoáveis. Com Walter em forma aceitável, pode fazer estrago. 7

Defesa: protegida por bons volantes, conta com um goleiro de ótimo nível e zagueiros experientes. 7

Técnico: Paulo Autuori é uma grife do futebol brasileiro, mas há anos não apresenta nada. O título paranaense, porém, indica que pode estar de volta aos bons tempos. 7

Tradição: campeão uma vez e vice em outra, o Atlético-PR de vez em quando obtém campanhas acima da média no Brasileirão. 6

Últimos Brasileiros: depois de um ótimo 2013 e um 2014 médio, começou muito bem no ano passado, mas caiu de produção. Ainda assim, há tempos passa longe das posições mais baixas da tabela. 6

Início de ano: o Furacão começou 2016 sendo vice-campeão da Primeira Liga e reconquistando a hegemonia estadual depois de sete anos. O indicativo é muito bom. 8

Momento do clube: ganhar o Campeonato Paranaense depois de tanto tempo é um alívio para a torcida. Fora de campo, a base começa a render frutos para um futuro sustentável do futebol rubro-negro. 8

Fator local: o título estadual deve significar uma Arena da Baixada repleta durante o Brasileirão. Lá, o Atlético-PR sempre foi forte. 8

Foco no campeonato: enquanto a Copa do Brasil não esquenta, as atenções da equipe devem ficar em realizar uma boa arrancada no Brasileiro. 8


BOTAFOGO (6,3 - 14º)
Elenco: foi bastante modificado da Série B para agora. Mas isso não significa que melhorou: sem dinheiro, a diretoria repôs como deu. É preciso melhorar bastante ainda. 5

Ataque: o garoto Ribamar é uma boa revelação, mas o Alvinegro carece de mais opções confiáveis na frente. Mesmo no Carioca, houve momentos de pouca bola na rede. 5

Defesa: bem estruturada atrás, a defesa botafoguense é que pode segurar o rojão quando o ataque não funcionar. 7

Técnico: depois do drama pessoal porque passou em 2011, Ricardo Gomes está de volta, e faz um ótimo trabalho no Botafogo até o momento, tirando o máximo de um grupo bastante limitado. 8

Tradição: campeão em 1995 e vice outras duas vezes, o Botafogo tem várias boas campanhas ao longo de sua história no Brasileirão. 7

Últimos Brasileiros: depois de algumas boas campanhas entre 2010 e 2013, foi rebaixado pela segunda vez em 2014. Só chegou ao G-4 uma vez desde a adoção dos pontos corridos. 5

Início de ano: para quem mudou demais o elenco, mas segue com problemas, o Botafogo foi bem demais sendo vice-campeão carioca. 7

Momento do clube: o Botafogo vive fase de reestruturação após o rebaixamento. A falta de dinheiro, porém, ainda é um problema grave, que impede investimentos maiores no time. 5

Fator local: sem poder contar com o Engenhão até o segundo semestre, o Botafogo deve jogar a maior parte dos seus duelos em Volta Redonda, onde costuma ter pouco apoio do público. 4

Foco no campeonato: o grande objetivo botafoguense em 2016 é permanecer na primeira divisão. A manutenção na elite é crucial para o futuro das finanças imediatas do clube. 10

Amanhã: Chapecoense, Corinthians, Coritiba e Cruzeiro.

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