Num clássico equilibrado, os goleiros fizeram a diferença a favor do Vasco
Marcelo Mattos persegue Ribamar: final equilibrada no Rio |
Invicto há 24 jogos, o time de Jorginho sabia que não teria facilidades. Mesmo sendo tecnicamente o mais modesto dos quatro grandes do Rio de Janeiro, o Botafogo é sem dúvida o mais organizado deles. O trabalho de Ricardo Gomes é ótimo, tão bom quanto o de seu colega vascaíno: tira de leite de pedra, tornando um grupo de material humano limitado em um time difícil de ser batido. Em sete clássicos no ano, o Fogão só perdeu dois, ambos para o Vasco, e por diferença mínima.
Hoje, assim como no outro jogo que perdeu para o rival, o time de General Severiano não foi pior que seu adversário. Aliás, é bom que se diga que em nenhum clássico de 2016 o Botafogo jogou menos que qualquer um de seus três maiores adversários. O primeiro tempo da primeira partida da final no Maracanã foi truncado, estudado, mas com o time alvinegro melhor em campo. Como gosta de atuar, o Fogão anulou as alternativas do Vasco e abusou da velocidade no contragolpe, normalmente arquitetado por Salgueiro e puxado por Gegê ou Ribamar.
O Vasco só conseguiu mesmo se impor do início do segundo tempo até os 15 minutos, quando fez o seu gol, muito semelhante ao de Romário contra o Uruguai, na final da Copa América de 1989. Ricardo Gomes então abriu seu time, retirando Leandrinho para a entrada de Sassá, mas a troca se mostrou desastrada, já que o velocista foi expulso menos de dez minutos depois. O que parecia a chance de os vascaínos abrirem vantagem maior e encaminharem o título virou o contrário: mostrando novamente seu valor enquanto coletividade, o Botafogo se multiplicou em campo e esteve mais perto de empatar que de sofrer o 2 a 0. Martín Silva, então, entrou em cena, tirando ângulo de Bruno Silva aos 34 e salvando em chute de Ribamar aos 38.
Invicto há sete clássicos e em vantagem, o Vasco, claro, está mais perto do título. Mas nada está definido, e poucas finais dos principais estaduais brasileiros estão tão longe de uma definição quanto à do Rio de Janeiro. A grande questão é que, além de estar atrás no placar agregado, o Botafogo terá de abrir mão de seu estilo reativo para atacar um time experiente, tecnicamente melhor e com confiança nas alturas, como o Vasco de Jorginho. Não é para menos: ser bicampeão estadual invicto, para quem disputará a Série B em 2016, não deixaria de ser um excepcional começo de ano.
Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo.
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