Em seu primeiro superclássico, Zidane fez a diferença na virada espetacular do Real Madrid
Ronaldo marcou seu 10º gol nos últimos 9 clássicos no Camp Nou |
Cristiano Ronaldo nem parecia o homem egocêntrico que semanas atrás reclamava que o time não estava em seu nível. Era por ele e Gareth Bale que a marcação começava, lá na frente, impedindo que Claudio Bravo procurasse os zagueiros Piqué e Mascherano para iniciar a saída de bola por baixo. Isso obrigava o Barcelona a começar, muitas vezes, com ligação direta suas jogadas no primeiro tempo. Quando eventualmente isso ocorria, do meio pra frente o time catalão se deparava com um paredão: ele mesmo, o brasileiro Casemiro, que vem mostrando há pelos menos duas temporadas futebol de sobra para ser titular da seleção de Dunga.
Muito distante do arrogante e preguiçoso jogador-promessa dos tempos de São Paulo, bem mais maduro e evoluído, o centromédio fez um partidaço no Camp Nou, desarmando sozinho (oito vezes) mais que todos os defensores do Barcelona somados (cinco). Anulando ninguém menos que Lionel Messi, foi o melhor jogador de um clássico cheio de supercraques, roubando a cena com um futebol de primeiríssimo nível. A seu lado, os também empenhadíssimos Modric e Kroos auxiliaram na marcação e qualificaram a saída de bola. O Barça criou só quatro chances de gol no primeiro tempo, número baixíssimo para seus padrões e idêntico ao do time madrilenho.
Brasileiro Casemiro roubou a cena e foi o melhor em campo |
Buscando dar maior ofensividade, o técnico do Barça retirou Rakitic e pôs em campo Arda Turan. Zizou, então, resolveu rechear o meio e aumentar a velocidade: retirou Benzema e pôs em campo Jesé, jogador pronto para puxar contra-ataques em cima de uma defesa mais exposta. O domínio de seu time foi tanto que houve gol discutivelmente anulado de Bale e o golaço validado de Cristiano Ronaldo, ambas jogadas rápidas surgindo do campo de defesa. Isso que o time visitante ainda perdeu Sergio Ramos, previsivelmente expulso pelo fraco árbitro Alejandro Hernández Hernández.
Sob o comando de Zidane, o Real Madrid obteve 38 dos 45 pontos que disputou. Houve somente uma derrota, para o Atlético de Madrid, o jogo em que Cristiano Ronaldo reclamou dos companheiros. Daquela partida para cá, foram seis vitórias consecutivas. O resultado de ontem diminui a diferença do Barça no Campeonato Espanhol, mas, faltando sete rodadas para o fim, a vantagem é ainda confortável. Na Liga dos Campeões, porém, todos estão iguais na briga. E o crescimento do time madrilenho nos últimos meses o credencia a brigar forte pelo título. Com Zizou, viu-se ontem, foi possível anular o trio MSN, virar no Camp Nou lotado com um a menos e encerrar um tabu de quase 40 partidas sem perder do Barça. Convenhamos, pouca coisa é mais difícil que isso.
Fotos: Real Madrid/Divulgação.
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