Um pecado básico que complica o Peñarol

Murillo sofre com a marcação: derrota complica o Peñarol
Atravessar bolas na frente da área: eis um pecado tão banal que é dos primeiros ensinados a qualquer zagueiro ou volante profissional. Pois o Peñarol cometeu ele várias vezes, com mais de um jogador, especialmente no primeiro tempo. Uma inversão mal feita pelo centromédio Costa, logo aos sete minutos, acabou nos pés calibrados de Romero Gamarra, que acertou o ângulo de Guruceaga. Acabou sendo o único gol da noite, o qual complica os uruguaios e reabilitam os argentinos na Libertadores.

O gol sofrido no começo tornou o primeiro tempo ótimo. Capitaneado pela visão de jogo de Diego Forlán, o Peñarol veio para cima e poderia ter empatado. Seja pelas subidas de Aguirregaray pela direita, pelo desprendimento dos volantes Nández e Aguiar, a ousadia do ex-gremista Maxi Rodríguez ou a força do centroavante colombiano Murillo, acuou o Huracán, que parou de jogar. Conseguiu sustentar a vantagem a partir de grandes defesas do ótimo goleiro Díaz.

No segundo tempo, porém, a pressão diminuiu. Um erro foi fatal: o técnico Jorge da Silva retirou Maxi Rodríguez no intervalo para a entrada do velocista Palacios. Isso retirou boa parte da criatividade do Peñarol e trouxe mais um jogador de característica de lado, algo que o time uruguaio já tinha em bom número. Ainda não era hora de uma mexida assim, por mais que o Huracán tenha terminado os 45 iniciais pressionando os charruas - Gamarra quase fez outro golaço de fora da área, acertando o travessão. A precipitação custou caro.

A etapa complementar ficou marcada por uma posse pouco produtiva do time da casa. Ficava clara a falta que Maxi fazia, por mais que sua atuação não fosse brilhante: o Peñarol tinha a bola, mas criava pouco perigo ao gol do Huracán. O jogo se arrastou em um ritmo bem menos intenso, e foi muito menos interessante. Com Forlán mais longe do gol, sobrava aos mandantes a bola aérea como opção. Os argentinos, mesmo sem um contragolpe de respeito, quase ampliaram no fim, em grande chance perdida por Ábila.

É bom salientar que o resultado, apesar do volume menor do Huracán, foi merecido. O time argentino foi mais eficiente nas conclusões e tornou Guruceaga figura tão destacada no jogo quanto Díaz. Os dois goleiros impediram um resultado mais amplo no Centenario - o fato de ter sido só 1 a 0 é que foi a grande injustiça, pois o jogo merecia mais gols.

A rodada de hoje acabou confirmando o Atlético Nacional como o favorito do grupo. Com os 3 a 0 sobre o Sporting Cristal, os colombianos pularam a 6 pontos. O Huracán, com a vitória em Montevidéu, foi a 3. E o Peñarol, que tinha tudo para vencer hoje, acaba tropeçando e ficando com apenas um. Terá de arrancar pontos (no plural) em Medellín na próxima rodada para não ficar ameaçado de vez. Uma atravessada de bola mal feita complicou a Libertadores carbonera.

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Copa Libertadores da América 2016 - 1ª fase - Grupo 4 - 2ª rodada
1º/março/2016
PEÑAROL 0 x HURACÁN 1
Local: Centenario, Montevidéu (URU)
Árbitro: César Ramos (MEX)
Público: 40.000
Gol: Gamarra 7 do 1º
Cartão amarelo: Affonso, Díaz e Miralles
PEÑAROL: Guruceaga (7), Aguirregaray (6), Valdez (5,5) (Gianni Rodríguez, 37 do 1º - 5,5), Guillermo Rodríguez (5) e Olivera (5); Costa (4,5), Nández (6), Aguiar (5,5) (Affonso, 30 do 2º - sem nota) e Maxi Rodríguez (5,5) (Palacios, intervalo - 5); Forlán (6) e Murillo (5,5). Técnico: Jorge da Silva
HURACÁN: Díaz (7,5), San Román (6,5), Risso (6,5), Sosa (6) e Balbi (5,5); Bogado (6), González (5,5), Espinoza (5,5) (Araujo, 24 do 2º - 5,5) e Gamarra (7); Chacana (5,5) (Montenegro, 12 do 2º - 6) e Miralles (6) (Ábila, 35 do 2º - 5). Técnico: Eduardo Domínguez

Foto: Peñarol/Divulgação.

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