O cobertor curto custou caro ao San Lorenzo

Cauteruccio finaliza: San Lorenzo deixou dois pontos preciosos pelo caminho
A derrota em Quito obrigava o San Lorenzo a vencer o Toluca hoje à noite. Pensando nisso, o técnico Pablo Guede ousou: escalou seu time num ultra-ofensivo 3-4-3 com três meias, buscando empurrar os mexicanos contra sua defesa. Na prática, sua equipe de fato criou bastante, mas também ficou exposta em demasia. O empate em 1 a 1 foi péssimo, mas justo, embora não reflita o alto número de oportunidades criadas de lado a lado.

O Ciclón de Guede em nada lembra o de Edgardo Bauza, campeão da América há dois anos. Hoje, o treinador disse a que veio a Boedo: cumprindo as expectativas da direção de ver um time mais ofensivo e propositivo que o dos últimos anos, montou o San Lorenzo numa formação ousadíssima: na linha defensiva, o lateral Buffarini, meia de origem e reconhecido por sua capacidade ofensiva, foi o zagueiro pela direita. No meio, só Mussis jogou plantado; Ortigoza, Belluschi e Romagnoli foram meias. No ataque, mais três homens. Sete dos 11 escalados tinham características ofensivas, portanto, incluindo um dos zagueiros.

Um pênalti convertido por Ortigoza logo aos 11 minutos pôs o time da casa à frente do placar. A principal curiosidade, porém, não chegou a ser saciada: como a equipe se comportaria em vantagem, tendo de segurar o resultado. Porque um minuto depois Esquivel empatou, numa saída rápida que expôs toda a fragilidade da retaguarda argentina. Assim foi durante toda a primeira etapa: a mecânica ofensiva dos meias funcionou bem, Cerutti foi um utilíssimo ponta direita, mas a falta de proteção defensiva por pouco não cobrou preço ainda mais alto que o empate.

Buscando corrigir isso, Guede voltou do intervalo com o lateral esquerdo Más. Porém, errou o sacado: tirou o envolvente Cerutti, quando poderia muito bem ter retirado Matos, o centroavante plantado, que teve atuação fraca. O trio de ataque, aliás, foi um problema do Ciclón a noite toda: com dois centroavantes juntos, Cauteruccio foi obrigado a atuar pelo lado, caindo de produção. O mais correto era ter escalado Villalba ou Barrientos na ponta.

Barrientos só entrou na vaga de Romagnoli, cansado. Era um momento ruim do time argentino, que via o Toluca encontrar espaços mesmo que sua zaga agora tivesse quatro homens. A boa partida de Darío Bottinelli, as escapadas de Esquivel e o jogo de corpo de Triverio causaram sérios transtornos ao time de Boedo, que só não tomou a virada porque Torrico, assim como seu colega mexicano Talavera, estava em noite inspirada.

Mas a derrota seria um castigo duro demais. Após a entrada de Villalba, o San Lorenzo retomou o controle das ações, mas acabou pecando pela ansiedade, não chegando ao segundo gol por detalhe (Díaz acertou um tirambaço espetacular que sacode o travessão até agora). O empate é péssimo para a equipe argentina: com um pontinho, não poderá perder na Arena do Grêmio semana que vem, ou estará seriamente ameaçada de cair já na fase de grupos. Nesta chave, qualquer ponto perdido em casa é trágico, e qualquer obtido fora é valioso.

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Copa Libertadores da América 2016 - 1ª fase - Grupo 6 - 2ª rodada
2/março/2016
SAN LORENZO 1 x TOLUCA 1
Local: Nuevo Gasómetro, Buenos Aires (ARG)
Árbitro: Enrique Osses (CHI)
Público: não divulgado
Gols: Ortigoza (pênalti) 11 e Esquivel 12 do 1º
Cartão amarelo: Barrientos, Buffarini, Ortigoza, Flores, Talavera e Ríos
SAN LORENZO: Torrico (7,5), Buffarini (7), Caruzzo (5,5) e Díaz (4,5); Mussis (5,5), Ortigoza (6), Belluschi (6,5) e Romagnoli (6) (Barrientos, 20 do 2º - 5,5); Cerutti (6) (Más, intervalo - 5), Matos (4,5) (Villalba, 26 do 2º - 5,5) e Cauteruccio (5,5). Técnico: Pablo Guede
TOLUCA: Talavera (7), Jordan Silva (6), Paulo da Silva (5,5) e Galindo (5,5); Flores (6), Ríos (6), Ortíz (6), Darío Bottinelli (6), Esquivel (7) (Cueva, 47 do 2º - sem nota) e Rodríguez (5,5); Triverio (6) (Vega, 39 do 2º - sem nota). Técnico: José Cardozo

Foto: San Lorenzo/Divulgação.

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