Numa noite dos visitantes, a Argentina aproveitou os desfalques do Chile e embalou nas eliminatórias

Mercado e Messi comemoram a importante vitória em Santiago
Dos três jogos de hoje das eliminatórias sul-americanas que reuniram candidatos a vagas na próxima Copa do Mundo, dois terminaram com vitórias das equipes visitantes. O outro acabou empatado por pouco: em Quito, o Paraguai fazia um crime diante de um Equador de 28 conclusões a gol, mas cedeu o empate em 2 a 2 num gol em lance duvidoso (Mena parecia impedido) que retirou os 100%, mas manteve a invencibilidade equatoriana na competição. Já em La Paz, ocorreu o contrário: o que parecia um empate acabou em vitória heroica da Colômbia sobre a Bolívia na altitude: o 3 a 2 foi obtido no fim, algo raro para quem sobe ao altiplano, e num contra-ataque. Três pontos importantíssimos para o time de José Pekerman.

Foi em Santiago, porém, que ocorreu o jogo mais chamativo desta quinta-feira, e as expectativas de uma bela partida foram cumpridas. Ainda com a rivalidade acesa pela final da Copa América, Chile e Argentina se enfrentaram em um duelo já tido como decisivo, pois ambos entraram em campo fora da zona de classificação. A vitória acabou sendo da seleção tecnicamente mais forte, e que jogou mais completa.

O desempenho do Chile foi ótimo diante das circunstâncias. Sem quase meio time titular (Vidal, Aránguiz, Valdivia e Vargas não jogaram), o técnico Juan Antonio Pizzi estreou com um péssimo resultado, mas uma atuação consistente mesmo assim. Para piorar as coisas, o treinador perdeu Matías Fernández logo aos quatro minutos e Marcelo Díaz aos 20, ambos por lesão. Mas, com a herança positiva dos tempos de Jorge Sampaoli, viu a mecânica de jogo ser, se não repetida, razoavelmente mantida. Orellana foi o mais destacado dos reservas: deu passe para o gol de Gutiérrez (outro suplente) e várias boas jogadas ao longo da noite. No comovente segundo tempo chileno, liderou as ações de ataque, já que Alexis Sánchez se via muito bem marcado.

A Argentina, porém, supre qualquer desfalque com abundância de qualidade. Sem Mascherano, entrou com Kranevitter, excelente volante campeão da América pelo River Plate em 2015. Na frente, sem poder contar com o prodígio Dybala, teve desta vez o trio de ataque completo, com Agüero, Di María e Messi. O melhor do mundo não foi o do Barcelona, mas não precisa sê-lo para virar destaque. Ao lado de Di María, infernizou a defesa chilena com suas arrancadas. Só não foi melhor que o próprio Fideo, autor do primeiro gol e dono da noite no Estádio Nacional.

A vitória embala de vez a Argentina nas eliminatórias. Com 8 pontos, a equipe de Tata Martino agora receberá a Bolívia, que levou 12 a 0 da Albiceleste no somatório de dois amistosos no ano passado - ou seja, grandes chances de ir a 11. O empate entre Equador e Paraguai ajudou a segurar os dois, enquanto a vitória colombiana coloca pressão extra sobre o Chile (ambos agora têm sete). O equilíbrio é imenso na América do Sul. Com a surpreendente boa campanha paraguaia e a muito acima da média do Equador, no momento há sete seleções com potencial para brigar por quatro vagas diretas e uma na repescagem. Cada rodada tem no mínimo duas ou três decisões diretas, portanto. Brasil x Uruguai, amanhã, é mais uma delas.

Comentários