A má fase do Olimpia não tem fim

Campeão paraguaio foi presa fácil para o Pumas em Assunção
Os gremistas, palmeirenses e são-paulinos que andam preocupados com o rendimento de seus times neste começo de ano deveriam buscar consolo no Olimpia. Nenhum dos 32 participantes desta fase de grupos vive momento pior que o atual campeão paraguaio. São seis derrotas consecutivas, sendo quatro pelo Campeonato Paraguaio e duas pelas Libertadores - o Decano é lanterna nas duas competições. A derrota de hoje, para o Pumas, deixou a equipe guarani em situação delicadíssima no torneio continental.

O time treinado pelo espanhol Fernando Jubero, diga-se, não é ruim. O momento, porém, é tenebroso. A comparação com o eterno rival também não ajuda: o Cerro Porteño vem bem na Libertadores e ganhou o clássico dez dias atrás por 1 a 0. Mas tentando ignorar tudo isso e lembrar os bons momentos do final de 2015, o Olimpia começou o jogo botando a bola no chão e tentando atacar os mexicanos. Tinha nos meias abertos Alejandro Silva e Julián Benítez alguma criatividade, mas a imperícia nas conclusões era a prova da ansiedade.

O Pumas, por sua vez, fez um jogo inteligente. Tratou de frear o ímpeto inicial dos paraguaios, mantendo-os longe de sua área e especulando um que outro contragolpe. Na etapa final, quando seria natural o Olimpia se atirar mais em busca da vitória, a equipe visitante tratou de dar o bote. Num erro grosseiro de Salcedo, que tentou tirar com estilo na pequena área (algo sempre temerário quando a fase é ruim), Quiñones abriu o placar. Núñez quase empatou na saída de bola, acertando o travessão. Mas isso não foi sinônimo de reação, e sim de mais nervosismo.

Totalmente exposto o time paraguaio sofreu o segundo gol num contragolpe tão preciso e mortal quando de fácil execução. O lance matou de vez o Olimpia, que só não tomou mais dois ou três gols por conta de ótimas defesas do goleiro Barreto, o único que parecia se importar com o jogo. Aos 42, o lance que simboliza a fase do campeão paraguaio: depois de Barreto espalmar um belo chute de Sosa, Herrera dominou livre na área e três zagueiros guaranis ficaram apenas olhando, sem esboçar reação ou qualquer tentativa de lhe desarmar. Por sorte, o arqueiro fez novo milagre.

A vitória hoje serviria para o Olimpia estancar a crise e chegar aos mesmos três pontos de seus três concorrentes de chave. Acabou sendo o jogo que deixou a equipe paraguaia, cabeça de chave, na lanterna, com zero. Com 6 pontos, o Pumas desponta como favorito à liderança do grupo, três à frente de Emelec e Deportivo Táchira. É um bom time e tem condições de chegar longe, mas ao baile de hoje deve ser dado o devido desconto à catástrofe que é este Olimpia de início de ano.

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Copa Libertadores da América 2016 - 1ª fase - Grupo 7 - 2ª rodada
1º/março/2016
OLIMPIA 0 x PUMAS 2
Local: Defensores del Chaco, Assunção (PAR)
Árbitro: Germán Delfino (ARG)
Público: não divulgado
Gols: Quiñones 6 e Sosa 24 do 2º
Cartão amarelo: Leguizamón
OLIMPIA: Barreto (6,5), Candia (4,5), Leguizamón (4), Salcedo (3) e Mencia (4,5) (Bareiro, 27 do 2º - 4,5); Paniagua (4,5) (Pittoni, 24 do 2º - 4), Riveros (5), Silva (5) e Benítez (5); Núñez (4) (Fatecha, 14 do 2º - 4,5) e Caballero (4,5). Técnico: Fernando Jubero
PUMAS: Palacios (7), Alatorre (6), Alcoba (6), Verón (6,5) (Meza, 34 do 2º - sem nota) e Fuentes (5,5); Cortés (6,5), Castro (6), Sosa (7) e Quiñones (6,5) (Ruiz, 22 do 2º - 5,5); López (5) (Britos, intervalo - 6,5) e Herrera (4,5). Técnico: Guillermo Vázquez

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