Sem Bou, nem Milito, o Racing brilhou na estreia

Lisandro em grande noite: um gol e duas assistências
A Libertadores viu nesta quarta-feira seu melhor time até agora. Como em 2015, quando goleou o Deportivo Táchira por 5 a 0, o Racing estreou sobrando. O 4 a 1 sobre o Bolívar ficou até barato: aos 32 minutos o time argentino já vencia por 3 a 0 e só não foi além porque poupou forças no segundo tempo. Isso que Bou e Diego Milito foram poupados, ambos ainda sem as melhores condições físicas e com o clássico diante do Boca Juniors, domingo, no horizonte.

Falar nas ausências de Bou e Milito, no entanto, não chega a ser um drama. Afinal, o Racing tem qualidade de sobra lá na frente. A nova dupla de ataque, formada pelo colombiano Martínez e por Lisandro López, fez misérias. Abastecidos pelos meias De Paul e Óscar Romero, foram um terror constante para a defesa boliviana, que, mesmo com cinco homens, esteve exposta e entregue ao ataque argentino a noite toda.

Falando no paraguaio, é preciso citar o nível que o irmão do corintiano Ángel Romero vem atuando. Depois de terminar 2015 sobrando em termos de qualidade, Óscar iniciou 2016 da mesma forma. Sua inteligência o permite enxergar o jogo como poucos. Voltando para buscar a bola junto aos volantes, fez uma função que muitas vezes Pirlo executou na seleção italiana: a do articulador que sai de trás, como primeiro homem. Às vezes até atrás dos ótimos volantes Cerro e Aued, deu lançamentos primorosos para Lisandro nas jogadas que culminaram com o primeiro e terceiro gols da Academia na noite de hoje. O segundo foi uma obra pessoal de Martínez, enfileirando nada menos que quatro defensores.

Com o placar definido em meia hora, o Racing voltou para o segundo tempo compreensivelmente poupando esforços. Facundo Sava aproveitou para dar ritmo a Vismara, Díaz e Acuña. Com mais consistência a partir da entrada de Cardozo e Danny Bejarano, o Bolívar estancou a sangria e teve momentos de lucidez, embora nunca tenha de fato pressionado. No pouco que forçou, aos 37, o time da casa ainda fez outro, com Lisandro recebendo de Martínez na cara do gol e servindo de garçom mais uma vez, agora para Acuña. O gol de Arce, aos 42, serviu como prêmio de consolação ao time de La Paz pelos esforços do segundo tempo.

Começar a Libertadores patrolando não significa muita coisa, mas o Racing provou que, mantendo boa parte da base de 2014/15, está em um estágio adiantado de formação de time. É uma equipe com opções, muita qualidade do meio pra frente, forte poder ofensivo e que começa com uma goleada num grupo equilibrado, formado ainda por Boca e Deportivo Cali, além deste mesmo Bolívar, que na altitude boliviana tende a ser páreo muito mais duro. Além disso, é uma bela virada no moral de um time que levou 5 a 0 do Newell's há dez dias - mesmo com reservas naquele jogo, um fiasco deste nível pesa no ambiente. Começo melhor, impossível.

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Copa Libertadores da América 2016 - 1ª fase - Grupo 3 - 1ª rodada
24/fevereiro/2016
RACING 4 x BOLÍVAR 1
Local: Cilindro, Avellaneda (ARG)
Árbitro: Ulises Mereles (PAR)
Público: não divulgado
Gols: Lisandro López 10, Martínez 27 e De Paul 32 do 1º; Acuña 37 e Arce 42 do 2º
Cartão amarelo: Saavedra, Flores, Danny Bejarano e Capdevila
RACING: Saja (6), Pillud (6,5), Lollo (6,5), Sánchez (6) e Grimi (5,5); Aued (6,5) (Vismara, 25 do 2º - 5,5), Cerro (6,5) (Díaz, 33 do 2º - sem nota), De Paul (7) (Acuña, 8 do 2º - 6) e Óscar Romero (7,5); Martínez (7,5) e Lisandro López (8). Técnico: Facundo Sava
BOLÍVAR: Quiñonez (5), Saavedra (4,5), Rodríguez (4), Castro (4,5) (Cardozo, intervalo - 5), Cabrera (4) e Capdevila (4,5); Valverde (4) (Danny Bejarano, intervalo - 5,5), Flores (4,5), Borghello (5) (Arce, 25 do 2º - 5,5) e Callejón (4,5); Cellerino (4,5). Técnico: Rubén Darío Insúa

Foto: Racing/Divulgação.

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