Nivelado por cima

Sebastián Fernández invade a área: Nacional por pouco não venceu em Rosário
Donos de campanhas espetaculares neste começo de ano, Rosario Central e Nacional fizeram o duelo mais aguardado da primeira rodada da Libertadores. E não decepcionaram: a partida no Gigante de Arroyito alternou momentos de estudo com enorme emoção. O empate em 1 a 1 foi melhor para os uruguaios, que ainda assim deixam Rosario com um gosto amargo de quem viu a vitória escapar no fim. Um resultado que embola um dos grupos da morte, que ainda tem o Palmeiras e o menos cotado River Plate-URU.

Ídolo da torcida canalla, Eduardo Coudet cometeu sério erro de planejamento para este jogo. Para a primeira partida do Central em Libertadores nos últimos dez anos, resolveu preservar alguns titulares, desgastados após o tenso 3 a 3 com o River Plate do último domingo. Assim, não jogaram os laterais Salazar e Villagra, o volante Musto e os atacantes Larrondo e Rubén, todos muito importantes. Claro, o elenco é ótimo, e quem entrou tinha condições de manter o nível. Mas, na prática, a coisa foi bem diferente.

Mesmo com Herrera (ex-Grêmio, Corinthians e Botafogo) se movimentando muito, o Central sentiu falta da qualidade de Larrondo. A equipe criou pouco no primeiro tempo, o que também se explica pela má atuação de Cervi e, principalmente, pelo Nacional. Porque é bom lembrar que, embora os rosarinos já tenham vencido Boca, Independiente e Newell's neste começo de ano, o time uruguaio vem com 100% no campeonato local, repleto de ótimas atuações e com um conjunto jovem, mas extremamente competente. A zaga tem o experiente Victorino e o talentoso Polenta formando dupla segura, guarnecida pelos bons volantes Romero e Porras. Isso sem falar na qualidade de Nico López e Fernández na frente.

Resguardado no primeiro tempo, o Nacional correu poucos riscos. Esfriou o Gigante de Arroyito e aproveitou o começo da etapa final para então se impor. Adiantou sua marcação, colocou os pontas Barcia e Ramírez em cima dos defensores argentinos e passou a levar cada vez mais perigo. Quando Nico fez 1 a 0, o placar já era justo e lógico pelo que se via em campo.

Foi só aí que Coudet tirou Larrondo do banco e o colocou em cancha. O Central passou a ficar evidentemente mais poderoso nas conclusões, mas abriu seu meio ainda mais e ficou exposto aos contragolpes charruas. Não teve imposição tática, seguiu jogando pior que os visitantes, mas levava perigo na base do abafa. Criou chances deste modo, algumas muito claras, e chegou ao empate no finzinho, em um pênalti inexistente de Victorino em Larrondo - compensado pelo árbitro Wilmar Roldán, que não deu um penal claríssimo para o time da casa minutos antes.

Com seu rodízio de peças fora de hora, Coudet pode ter jogado fora dois pontos preciosos. O Rosario Central joga normalmente muito mais do que jogou hoje. Provou isso em 2015 e em quase todas as partidas deste começo de temporada, mas inicia a Libertadores perdendo pontos dentro de casa para um rival direto, em um grupo equilibradíssimo. Terá de evitar uma derrota no Allianz Parque na próxima rodada para não ficar para trás na classificação. Já o Nacional mostrou ao Palmeiras o que é um bom empate fora de casa. Porém, pela bola que jogou, dava para ter vencido. Para quem não vê o Bolso como candidato a coisas grandes neste ano, que o enxergue, ao menos, como uma das possíveis boas surpresas desta Libertadores. Porque condições de ir longe ele vem mostrando que tem.

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Copa Libertadores da América - 1ª fase - Grupo 2 - 1ª rodada
25/fevereiro/2016
ROSARIO CENTRAL 1 x NACIONAL 1
Local: Gigante de Arroyito, Rosário (ARG)
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Público: não divulgado
Gols: Nico López 10 e Larrondo (pênalti) 46 do 2º
Cartão amarelo: Gil Romero, Larrondo, Porras, Tabó, Fucile e Conde
Expulsão: Cabaco 11 e Victorino 47 do 2º
ROSARIO CENTRAL: Sosa (5,5), Ferrari (5), Donatti (4,5), Pinola (5) e Álvarez (5); Gil Romero (5) (Becker, 40 do 2º - sem nota), Montoya (5,5) (Lo Celso, intervalo - 5,5), Aguirre (5,5) (Larrondo, 13 do 2º - 6,5) e Cervi (4,5); Herrera (6) e Delgado (5). Técnico: Eduardo Coudet
NACIONAL: Conde (6), Fucile (6), Victorino (6), Polenta (6,5) e Espino (6,5); Romero (6,5), Porras (6,5) e Nico López (7) (Carballo, 48 do 2º - sem nota); Barcia (5,5) (Tabó, 19 do 2º - 5), Fernández (6,5) (Cabrera, 37 do 2º - sem nota) e Ramírez (5,5). Técnico: Gustavo Munúa

Foto: Juan Pablo Flores/Nacional.

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