São Paulo na Libertadores: deu a lógica no campo, e a lógica do campeonato

Rogério comemora o golaço que colocou o São Paulo no G-4
Deu a lógica neste domingo. Diante de um Cruzeiro desmobilizado, o Internacional era mesmo o favorito. E o São Paulo, contra um Goiás quase rebaixado, também era o favorito para vencer. O Colorado ganhou, com gols de Vitinho, como de costume, e o Tricolor Paulista igualmente venceu, jogando o mau futebol que também é de costume. Prevalecendo a lógica no campo, a lógica do campeonato também prevaleceu: ela apontava o São Paulo no G-4, e o Inter fora dele. A última rodada foi apenas o ponto final de uma história que não tinha fim nunca, mas que também nunca mudou.

Com Argel, o Internacional conquistou 28 dos 30 pontos que disputou em casa no returno. O aproveitamento é de incríveis 93,3% de aproveitamento. Fora de casa, porém, foram apenas 8 pontos em 30, ou 26,7%. Só duas vitórias (Flamengo e Coritiba), dois empates e seis derrotas, incluindo revezes para os rebaixados Goiás e Avaí. Fora um 2 a 0 diante do time reserva do São Paulo, no Morumbi, uma atuação terrível, talvez a pior da Era Argel. O Inter só brigou até o fim por G-4 por seu desempenho fantástico em casa. E só não entrou nele nunca por seu desempenho horroroso fora.

Há várias razões para se explicar o fim de ano frustrante de um time que começou a temporada sob alta expectativa. Pode-se dizer que o Inter fica de fora do G-4 pelo período em que deixou o Brasileirão de lado para se dedicar à Libertadores de 2015. Não é errado pensar assim: em vários jogos, Diego Aguirre colocou reservas além da conta, deixando pontos importantes no caminho. Também não dá para dizer que Argel não fez um bom trabalho: pelos números, sua campanha de 60% é equivalente à do Grêmio, 3º colocado. Como seria com ele desde o início? Tudo bem diferente. Talvez para melhor, ou para pior, não sabemos.

Vitinho comemora com Lisandro: Inter fez um bom returno
Mas o fato é que, com Argel, o Inter raramente jogou um bom futebol. E ele não veio para isso mesmo: veio para tirar o time de uma crise terrível, e conseguiu. Mas, para chegar ao G-4, era preciso um pouco mais, não apenas de pontuação, mas de bola. O Colorado precisava ter evoluído como equipe, e isso praticamente não ocorreu de setembro para cá. Quem faz 26,7% de aproveitamento fora de casa no returno, quem ganha só 3 de 19 partidas longe de seus domínios, não pode reclamar do rodízio do técnico antigo. Não se trata de culpar Argel pela não-classificação, claro. Ate porque há todas as ponderações possíveis, especialmente os inúmeros desfalques. Mas a falta de um padrão de jogo depois de 20 partidas é visível, e é parte da explicação pela não entrada no G-4. Ela cobrou seu preço no fim das contas.

A irregularidade do São Paulo foi grande, mas tem limite. Hoje, por exemplo, jogou bem menos que o Inter: diante de um Goiás que visivelmente não tinha forças para atacar, o Tricolor Paulista amorcegou desde o início. Fez o que o Colorado perigosamente fez no Maracanã, contra o Fluminense. Deu chance para o azar, mas o adversário era fraco demais para chegar ao gol. Conseguiu uma vaga que, pela bola jogada ao longo do ano, talvez o Sport é que a merecesse. Jogará sua 18ª Libertadores precisando fazer quase uma terra-arrasada, tão bagunçado foi esse seu 2015.

Em tempo:
- Quinto colocado, o Internacional já está nas oitavas de final da Copa do Brasil do ano que vem - e, portanto, não poderá jogar a Copa Sul-Americana de 2016. Terá um calendário menos apertado até agosto, pelo menos.

- Grande partida de Vitinho, talvez sua melhor no ano. Termina a temporada valorizado.

Fotos: Rubens Chiri/São Paulo e Ricardo Duarte/Internacional.

Comentários

Chico disse…
opa opa están fuera de la copa...

O técnico que o cúlorado procura pro ano que vem deve ser o técnico da tv a cabo.

Sem Copa, dodóilessandro vai ter muito tempo pra jogar video game.
Vicente Fonseca disse…
Hahah, genial essa da TV a cabo.