Retrospectiva 2015: Atlético-PR

Vitória sobre o Palmeiras, o melhor momento do Furacão no ano
Brigado com a Federação Paranaense de Futebol, mais uma vez o Atlético-PR adotou a estratégia de mandar uma equipe de base disputar o estadual, alongando a pré-temporada dos titulares. A ideia, bem sucedida em 2013, obteve os mesmos resultados medianos da temporada seguinte: a equipe caiu cedo na Copa do Brasil, fez um Brasileirão de altos e baixos e chegou às quartas de final da Copa Sul-Americana, de onde foi eliminada de forma decepcionante.

JANEIRO
Por disputar a Libertadores em 2014, o Atlético-PR começou aquela temporada já disputando a fase preliminar, contra o Sporting Cristal, sem tempo de excursionar. Em 2015, a estratégia foi idêntica à de 2013: levar a equipe principal para disputar alguns torneios e amistosos na Espanha, enquanto o time de base disputava o estadual. Enderson Moreira foi contratado como treinador principal, e Claudinei Oliveira, que terminou a temporada anterior, cuidava da equipe que jogou o Campeonato Paranaense. As contratações foram modestas, sendo Nikão, que jogara em 2014 pelo Ceará, a mais chamativa. Nos primeiros três amistosos, contra equipes de Angola, China e Coreia do Sul, duas derrotas e um empate.

FEVEREIRO
A equipe segue sua temporada espanhola com desempenho irregular: duas vitórias, quatro empates e duas derrotas, em oito jogos. No certame estadual, os resultados não são muito melhores. Na volta da excursão, Enderson Moreira assume o time sub-23 no clássico contra os titulares do Coritiba, no Couto Pereira. A derrota por 2 a 0 jogou o Furacão para o 8º lugar. Na rodada seguinte, a derrota por 1 a 0 para o Foz do Iguaçu, em casa, com os titulares, deixa a equipe fora da zona de classificação, e dentro do torneio da morte, que definiria os rebaixados do estadual.

MARÇO
Um mês de grandes preocupações para as perspectivas do Furacão. Correndo risco de rebaixamento, a equipe escala apenas os titulares em todos os jogos do estadual a partir de então, mas o desempenho segue pífio: com uma vitória, um empate e três derrotas nos últimos cinco jogos, o Atlético-PR fecha a primeira fase em 9º lugar, é eliminado, e vai para o torneio da morte.

ABRIL
Com as contratações de Kadu, Ytalo e Walter, a equipe que disputaria o Brasileiro começa a tomar forma. No torneio da morte, os titulares dão conta do recado e evitam o risco de queda com uma rodada de antecedência. A equipe, porém, segue sem convencer: na Copa do Brasil, elimina o Remo, da Série D, apenas nos pênaltis, após dois empates em 1 a 1, deixando a Arena da Baixada vaiada. Na abertura da segunda fase, derrota por 1 a 0 para o Tupi. Isso já sem Enderson Moreira: na 4ª rodada do quadrangular fatal do estadual, ele não resistiu a uma vexatória derrota de 3 a 1 para o Rio Branco-PR, em Curitiba. Milton Mendes assume o time prontamente.

MAIO
O mês começa turbulento: o Furacão bate o Tupi por 2 a 1, mas é eliminado em casa na Copa do Brasil. As perspectivas mais pessimistas apontam a equipe como candidata ao rebaixamento, mas o Brasileirão, surpreendentemente, começa ótimo: três vitórias em quatro rodadas, sendo duas contra Internacional e Atlético-MG, equipes fortes, que disputavam a Libertadores. Walter, Nikão, Ytalo e Douglas Coutinho pegam entrosamento e o time começa a ganhar cara de boa surpresa da temporada, e na liderança da competição.

JUNHO
Ao vencer o Vasco por 2 a 0, o Furacão reafirma a liderança, chega à quarta vitória seguida e à quinta em seis jogos. Porém, uma derrota de 2 a 1 para o Grêmio, em Porto Alegre, dá início à irregularidade, com duas derrotas e um empate, com o rival Coxa, em sequência. A equipe de Milton Mendes cai para a 6ª colocação, mas mostrando ainda um bom futebol na maioria dos jogos. A vinda de Ederson, que retornava de empréstimo de Al-Wasl, ajudava a torcida a prever um campeonato otimista.

JULHO
Sem sequer entrar em campo, Ederson chegou à Arena da Baixada e já foi vendido para o Kashiwa Reysol, do Japão. Apesar da frustração pelo não retorno do artilheiro do Brasileirão de 2013, o Atlético-PR começa o mês com uma ótima vitória de 2 a 1 sobre o São Paulo. Porém, perde três partidas seguidas (Cruzeiro, Corinthians e Fluminense) e despenca na tabela. Ainda assim, se recupera: vence Chapecoense e Avaí e termina o mês na 8ª colocação.

AGOSTO
O mês começa ótimo. Dando sequência às vitórias sobre os catarinenses, o Atlético-PR ganha a terceira seguida ao fazer 1 a 0 no Palmeiras, no Allianz Parque, e sobe para o 5º lugar. Nos quatro jogos seguintes, porém, apenas tropeços. A equipe curitibana fecha o mês em 6º, após bater o Goiás por 2 a 0. Na Copa Sul-Americana, passa fácil pelo Joinville.

SETEMBRO
O time volta ao G-4 após uma vitória de 1 a 0 sobre o Atlético-MG, em plena Arena Independência. Foi o último suspiro de briga por Libertadores: uma série de seis resultados negativos, sendo quatro derrotas seguidas, jogou o Furacão para a 11ª posição. Milton Mendes não resistiu: ao perder a quarta consecutiva, em casa, para a Ponte Preta, foi demitido. Ao menos, o time elimina o Brasília nas oitavas da Sul-Americana, embora com bastante sofrimento.

OUTUBRO
Cristóvão Borges assume o comando técnico do Furacão, que já não tinha mais nenhuma pretensão no Brasileiro. A equipe acumula mais três maus resultados e chega a nove jogos sem vencer no campeonato, caindo para o 13º lugar ao levar 4 a 1 em casa do Corinthians. O foco, então, se volta todo para a Sul-Americana. Nela, novo fracasso: depois de bater o Sportivo Luqueño, em Curitiba, por 1 a 0, o time paranaense fracassa no Paraguai: toma 2 a 0 e é eliminado, vendo seu ano se encerrar prematuramente no fim de outubro.

NOVEMBRO
Já sem qualquer perspectiva, o Atlético-PR faz um novembro leve, solto. E sem derrotas: são duas vitórias e três empates no período, que encerram de vez qualquer risco de rebaixamento, por mais que ele nunca tenha de fato existido. A goleada de 3 a 0 sobre o Flamengo, na penúltima rodada, indica a volta do bom futebol no final do ano.

DEZEMBRO
No último jogo do ano, o Atlético-PR é massacrado pelo Santos e toma 5 a 1 na Vila Belmiro. A equipe iniciará 2016 dando continuidade ao trabalho de Cristóvão, e já sinalizou que pode disputar o estadual do ano que vem com titulares, para evitar o mesmo vexame de 2015.

O RESUMO DO ATLÉTICO-PR EM 2015
Campanha: 93 pontos; 65 jogos; 26 vitórias; 15 empates; 24 derrotas; 78 gols marcados; 69 gols sofridos; 47,7% de aproveitamento
Colocações: Copa Sul-Americana (5º); Campeonato Brasileiro (10º); Copa do Brasil (36º); Campeonato Paranaense (9º)
Artilheiros: Walter (11), Marcos Guilherme (6), Nikão (6)
Destaques: Wéverton, Otávio, Hernâni
Decepção: Hernández
Ponto alto do ano: Palmeiras 0 x 1 Atlético-PR (Brasileiro, 02/08/2015)
Ponto baixo do ano: Atlético-PR 1 x 3 Rio Branco-PR (Paranaense, 18/04/2015)
Ranking Carta na Manga: 12º lugar (693,5 pontos)

O TIME DE BOTÃO DO ATLÉTICO-PR EM 2015
Amanhã: o respeito voltou, mas só durou o estadual no ano da terceira queda do Vasco para a Série B.

Foto: Gustavo Oliveira/Atlético-PR.

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