Partida instável contra o Coxa mostrou que o Corinthians já se sente campeão. Com toda a razão

Rodriguinho comemora: Corinthians 99,9999999% campeão
Já que a disputa pelo título é diluída nos pontos corridos, a festa não deveria ser. Mas é exatamente isso que deve ocorrer: o Corinthians (1º, 76) venceu o Coritiba (18º, 34), abriu 14 pontos para o Atlético-MG (2º, 62) e comemorou contidamente ontem em Itaquera. Não pôde festejar como queria ontem, mas talvez possa, se o Galo não vencer o Figueirense (15º, 36). De forma fria, longe da galera, distante da forma como merece pela campanha espetacular que realiza. O provável maior campeão da era dos pontos corridos, o de melhor aproveitamento desde 2003 (hoje, 74,5%, supera os 72,4% do Cruzeiro daquele ano), talvez comemore sem estar em campo. É o retrato de um campeonato mal administrado.

De qualquer forma, esta festa, na prática, já ocorreu. Primeiro, em Belo Horizonte, nos 3 a 0 sobre o Atlético-MG. E ontem também: o modo como o Corinthians jogou foi de um time já campeão, que cumpria uma formalidade de tabela. Desconcentrado, errou muito mais que o costumeiro. É normal: relaxado após golear o Galo fora de casa, estava diante de um Coxa desesperado na luta contra o rebaixamento. Abriu o placar cedo, ainda na empolgação, sofreu o empate, poderia ter perdido. Nem a derrota reabriria o campeonato.

O gol de Lucca no fim autorizou a festa dos 44 mil torcedores que bateram recorde de público na Arena de Itaquera. Esse é o que talvez entre para a história como o gol do título. Não houve a festa do campeão, pela tacanhice da CBF, mas o choro de Elias ao final do jogo deixa claro: o Corinthians já se sente o campeão. E certamente ninguém mais pode impedir isso.

Porto Alegre: o lance que decidiu o jogo foi um retrato do Brasil, um país onde infelizmente se abusa da boa vontade dos outros para se obter qualquer tipo de vantagem. Faltou fair-play dos dois lados. A Ponte Preta (7º, 50) foi melhor em campo, mas pensou pequeno e agiu como time menor ao fazer cera no Beira-Rio (21 mil), pois o 0 a 0 não era bom para ela, nem no contexto de tabela, nem o resultado do jogo. Foi castigada perdendo a partida. Já Argel, ao orientar seu time a não devolvê-la ao adversário, mostrou pensamento de treinador pequeno, abaixo do tamanho que merece um clube como o Internacional (6º, 53). Ontem, sua equipe (que jogou um futebol insuficiente e pobre) ganhou dois pontos por isso, mas em outros jogos já os perdeu por se diminuir em virtude de pensamentos menores, como o que teve ontem. É por essas e outras que nenhum dos dois times consegue entrar no G-4, embora estejam tentando há várias rodadas. No longo prazo, a pequenez não leva a nada.

Curitiba: fazia tempo que o Atlético-PR (10º, 46) não ganhava em casa. Desde a 21ª rodada, no dia 30 de agosto, o time paranaense não sabia o que era uma vitória na Arena da Baixada, que recebeu 11 mil pessoas. Ontem, fez um bom primeiro tempo e superou o Avaí (16º, 35) por 2 a 1. Resultado que não adianta nada para o Furacão, mas pode colocar os catarinenses na zona de rebaixamento hoje.

Rio de Janeiro: a Chapecoense (14º, 43) se especializou em vencer de virada por 3 a 2 fora de casa. Depois do Grêmio, a vítima foi o Fluminense (13º, 43), no Maracanã (5 mil). O resultado praticamente garante a permanência da equipe catarinense na primeira divisão em 2016.

Série B
O Botafogo (1º, 65) ainda não pode comemorar o acesso. Levou 1 a 0 do agora mais aliviado Criciúma (15º, 42), mas segue tranquilo na liderança. O Tigre foi ajudado por outro quase-promovido: o Vitória (3º, 60), que fez 2 a 0 no Macaé (17º, 38) - resultado que tirou o Ceará (16º, 38) da zona de rebaixamento. No duelo mais importante da rodada, o Santa Cruz (4º, 55) venceu o Bahia (8º, 54) por 2 a 1 na Fonte Nova e entrou na zona de promoção. A briga envolve ainda Náutico (55), Bragantino (54), Sampaio Corrêa (54), Paysandu (52) e Luverdense (51). Sete times disputando a última vaga que resta à primeira divisão.

Foto: Corinthians/Divulgação.

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